BOLOTIN, David. An Approach to Aristotle's Physics (with particular attention to his manner of writing)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Angione, Lucas
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Educação e Filosofia
Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/687
Resumo: O estilo dos escritos aristotélicos apresenta grandes dificuldades para os intérpretes. Até meados do século passado, predominava a visão de que Aristóteles teria escrito verdadeiros tratados, cuja configuração interna obedecia ao claro objetivo de expor teses em argumentos limpidamente ordenados, que pudessem ser lidos e compreendidos por qualquer leitor. Mas esse retrato veio paulatinamente se esboroando. Inicialmente, flagrantes contradições no presumido “sistema” vieram a pôr em dúvida a unidade e coerência interna de alguns destes tratados. Não obstante, continuava-se ainda a acreditar num modo de exposição similar a um tratado moderno: as contradições atestariam apenas a esquizofrenia platônico-asclepíada de Aristóteles, indeciso (e inconsistente) entre sua tendência racionalista e sua tendência empirista. Aos poucos, no entanto, parâmetros mais refinados de exegese permitiram retornar a uma percepção que de certo modo, já estava presente nos comentadores gregos e medievais. A saber: ainda que tenha escrito obras unificadas por objetivos e horizontes claramente determinados, Aristóteles nos exibe um estilo argumentativo parcimonioso, elíptico, às vezes cabalmente obscuro, de modo que dificilmente poderíamos imaginá-lo como um escritor que, expondo suas teses, estaria pensando na legibilidade de seus escritos para um leitor qualquer – o próprio título da Física, Physike Akroasis, deixa clara a percepção antiga de que o texto apresentava um “curso” destinado aos colaboradores de Aristóteles. [...] Palavras-chave: Filosofia Antiga; Aristóteles; Física de Aristóteles.
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