Sobre o projeto kantiano de uma filosofia transcendental
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação e Filosofia |
Texto Completo: | https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/22776 |
Resumo: | *Doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com bolsa de doutorado Sanduíche na Albert Ludwigs-Universität Freiburg (CNPq/1996). Professor Titular do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco e do Programa Integrado de Doutorado em Filosofia (UFRN/UFPB/UFPE).Sobre o projeto kantiano de uma filosofia transcendentalResumo:Â É sabido que a Crítica da razão pura apresenta uma estrutura arquitetônica bastante peculiar. No entanto, o que nem sempre é notado é que essa estrutura está intrinsecamente ligada à sua estratégia argumentativa. Na verdade, para justificar a idéia de Filosofia Transcendental como a melhor solução disponível para o problema do conhecimento metafísico levantado por uma crítica da razão pura, Kant defende que é preciso encontrar um lugar específico e justificável para um conhecimento a priori na metafísica. Mas isso só pode ser feito ao abandonarmos a pretensão ao conhecimento de objetos a priori e abraçarmos a noção de conhecimento a priori da forma de objetos empíricos. Nesse sentido, o artigo reconstrói a idéia geral, a estratégia argumentativa e do quadro metodológico da primeira Crítica como um programa para a metafísica como filosofia transcendental. Também sugere-se que a crítica funciona como uma teoria geral de um conhecimento a priori, a saber, como uma metateoria do conhecimento racional que dá conta das condições não-empíricas mais gerais dos objetos e da experiência.Palavras-chave: Kant. Filosofia transcendental. Metafísica. Metateoria. Conhecimento a priori. Sobre o projeto kantiano de uma filosofia transcendentalAbstract: It is well known that the Critique of pure reason presents quite a peculiar architectural structure. Yet, it is not always noticed that this is intrinsically connected to its argumentative strategy. Indeed, to justify the very idea of Transcendental Philosophy as the best available solution to the problem of metaphysical knowledge, Kant argues that one needs to find a specific and justifiable place for a priori knowledge in metaphysics. This can only be accomplished by abandoning the claim to knowledge of pure entities beyond experience and embracing the notion of a priori knowledge of the form of empirical objects. Accordingly, the paper reconstructs the general idea, the argumentative strategy and the methodological framework of the first Critique as a program for metaphysics as transcendental philosophy. It also suggests that the Critique operates as a general theory of a priori cognition, viz. as a meta-theory of rational knowledge that gives account for the most general and fundamental non-empirical conditions of objects and experience.Keywords: Kant. Transcendental Philosophy. Metaphysics. Meta-theory. A priori knowledge.Data de registro:27/05/2013Data de aceite: 08/07/2013Referências:ALCOFORADO, P. Roteiro para o estudo do Órganon, Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 7, n. 13, p. 9-31. 1993.BIRD, G. The Revolutionary Kant.La Salle: Open Court, 2006.BONACCINI, J. A. Anotações sobre a Metafísica Dohna. Philosophica, Lisboa, n. 30, p. 225-243. 2007.______. Kant e o problema da coisa em si no Idealismo Alemão,Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.______. A Dialética em Kant e Hegel. Natal: EDUFRN, 2000.CAIMI, M. Leçons sur Kant. La déduction transcendantale dans la deuxiène édition de la Critique de la raison pure. Paris: Publications de la Sorbonne, 2007.CHENET, F. X. L'assise de l'ontologie critique: L'Esthétique transcendantale. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1994.FALKENSTEIN,L. Kant's Intuitionism, A Commentary on the Transcendental Aesthetic. University of Toronto Press: Toronto, 1995.KANT . I. Kants Gesammelte Schriften. Herausgegeben von der Königlichen Preussischen Akademie der Wissenschaften (Berlin: G. Reimer. 1902-ff.); Königlichen Preussischen u. Deutschen Akademie der Wissenschaften. Berlin: W. De Gruyter. 1922-ff. (29 vols.)______. Kritik der reinen Vernunft. Nach der ersten und zweiten Original-Ausgabe neu herausgegeben von Raymund Schmidt. Hamburg: F. Meiner, 1956 (Durchgesehener Nachdruck von 1976.)KITCHER, P. Kant Ìs Transcendental Psychology. Oxford: Oxford University Press, 1990.LANDIM FILHO, R. Descartes: "idealista empírico e realista transcendental"?, Síntese-Nova Fase, v. 23, n. 74, p. 313-343. 1993.LOPARIC, Z. A Semântica Transcendental de Kant. Campinas, Brazil: UNICAMP, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, 2000.PARSONS, C. The Transcendental Aesthetic, In: GUYER, P. (Ed.). The Cambridge Companion to Kant, Cambridge: Cambridge University Press, 1992.PATON, H. J.Kant Ìs metaphysic of experience. A commentary on the first half of the Kritik der reinen Vernunft. London: N. York; Allen & Unwin, 1936, 2vols.PORTELA, L. C. Yanzer, Por que a Crítica da razão pura é uma Metafísica?Ensaio de uma defesa. 2001. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Faculdade de Filosofia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2001.POZZO, R. Kant on Five Intellectual Virtues, In: POZZO, R. (Ed.). The Impact of Aristotelianism on Modern Philosophy, Studies in Philosophy and the History of Philosophy, v. 39, Catholic University of America Press, 2004. p. 173-192.PRAUSS, G. Kant und das Problem der Dinge an sich.Bonn: Bouvier, 1989 [1973].REINHOLD, C. L. Versuch einer neuen Theorie des menschlichen Vorstellungsvermögens.Prag u. Jena: C. Widtmann & J.M. Mauke,1789.RIBEIRO, dos Santos, L.A Razão Sensível, Estudos Kantianos. Lisboa: Colibri, 1994.SHABEL, L. The Transcendental Aesthetic. In: GUYER, P. (Ed.). The Cambridge Companion to Kant Ìs Critique of pure Reason. Cambridge: CambridgeUniversity Press, 2010.SCHöNRICH, G. Kategorien und transzendentale Argumentation: Kant und die Idee einer transzendentalen Semiotik, Frankfurt a/M: Suhrkamp, 1981.STRAWSON, P. F. The Bounds of Sense: An Essay on Kant Ìs Critique of Pure Reason, London: Methuen & Co, 1966.TONELLI, G. Der historische Ursprung der Kantischen Termini, "Analytik" und "Dialektik", In: Rothaker, E. (Hrsg.). Archiv für Begriffsgeschichte. Bausteine zu einem Historischen Wörterbuch der Philosophie. Hrsg. im Auftrage der Kommission für Philosophie der Akademie der Wissenschaften und der Literatur zu Mainz, v. 7. Bonn: Bouvier, 1962.______. Kant's Critique of Pure Reason Within the Tradition of Modern Logic (Ed. by David H. Chandler), Studien und Materialien zur Geschichte der Philosophie, Olms: Hildesheim, 1994.VAIHINGER, H. Kommentarzu Kants Kritik der reinen Vernunft [I, 1881; II, 1892], hrsg. von R. Schmidt, Scientia: AAlen, 1970 (Neudruck der 2. Aufl. Stuttgart: Union Deutsche Verlagsgesellschaft). |
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Na verdade, para justificar a idéia de Filosofia Transcendental como a melhor solução disponível para o problema do conhecimento metafísico levantado por uma crítica da razão pura, Kant defende que é preciso encontrar um lugar específico e justificável para um conhecimento a priori na metafísica. Mas isso só pode ser feito ao abandonarmos a pretensão ao conhecimento de objetos a priori e abraçarmos a noção de conhecimento a priori da forma de objetos empíricos. Nesse sentido, o artigo reconstrói a idéia geral, a estratégia argumentativa e do quadro metodológico da primeira Crítica como um programa para a metafísica como filosofia transcendental. Também sugere-se que a crítica funciona como uma teoria geral de um conhecimento a priori, a saber, como uma metateoria do conhecimento racional que dá conta das condições não-empíricas mais gerais dos objetos e da experiência.Palavras-chave: Kant. Filosofia transcendental. Metafísica. Metateoria. Conhecimento a priori. Sobre o projeto kantiano de uma filosofia transcendentalAbstract: It is well known that the Critique of pure reason presents quite a peculiar architectural structure. Yet, it is not always noticed that this is intrinsically connected to its argumentative strategy. Indeed, to justify the very idea of Transcendental Philosophy as the best available solution to the problem of metaphysical knowledge, Kant argues that one needs to find a specific and justifiable place for a priori knowledge in metaphysics. This can only be accomplished by abandoning the claim to knowledge of pure entities beyond experience and embracing the notion of a priori knowledge of the form of empirical objects. Accordingly, the paper reconstructs the general idea, the argumentative strategy and the methodological framework of the first Critique as a program for metaphysics as transcendental philosophy. It also suggests that the Critique operates as a general theory of a priori cognition, viz. as a meta-theory of rational knowledge that gives account for the most general and fundamental non-empirical conditions of objects and experience.Keywords: Kant. Transcendental Philosophy. Metaphysics. Meta-theory. A priori knowledge.Data de registro:27/05/2013Data de aceite: 08/07/2013Referências:ALCOFORADO, P. Roteiro para o estudo do Órganon, Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 7, n. 13, p. 9-31. 1993.BIRD, G. The Revolutionary Kant.La Salle: Open Court, 2006.BONACCINI, J. A. Anotações sobre a Metafísica Dohna. Philosophica, Lisboa, n. 30, p. 225-243. 2007.______. Kant e o problema da coisa em si no Idealismo Alemão,Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.______. A Dialética em Kant e Hegel. Natal: EDUFRN, 2000.CAIMI, M. Leçons sur Kant. La déduction transcendantale dans la deuxiène édition de la Critique de la raison pure. Paris: Publications de la Sorbonne, 2007.CHENET, F. X. 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A priori knowledge.Data de registro:27/05/2013Data de aceite: 08/07/2013Referências:ALCOFORADO, P. Roteiro para o estudo do Órganon, Educação e Filosofia, Uberlândia, v. 7, n. 13, p. 9-31. 1993.BIRD, G. The Revolutionary Kant.La Salle: Open Court, 2006.BONACCINI, J. A. Anotações sobre a Metafísica Dohna. Philosophica, Lisboa, n. 30, p. 225-243. 2007.______. Kant e o problema da coisa em si no Idealismo Alemão,Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2003.______. A Dialética em Kant e Hegel. Natal: EDUFRN, 2000.CAIMI, M. Leçons sur Kant. La déduction transcendantale dans la deuxiène édition de la Critique de la raison pure. Paris: Publications de la Sorbonne, 2007.CHENET, F. X. L'assise de l'ontologie critique: L'Esthétique transcendantale. Lille: Presses Universitaires de Lille, 1994.FALKENSTEIN,L. Kant's Intuitionism, A Commentary on the Transcendental Aesthetic. University of Toronto Press: Toronto, 1995.KANT . I. Kants Gesammelte Schriften. Herausgegeben von der Königlichen Preussischen Akademie der Wissenschaften (Berlin: G. Reimer. 1902-ff.); Königlichen Preussischen u. Deutschen Akademie der Wissenschaften. Berlin: W. De Gruyter. 1922-ff. (29 vols.)______. Kritik der reinen Vernunft. Nach der ersten und zweiten Original-Ausgabe neu herausgegeben von Raymund Schmidt. Hamburg: F. Meiner, 1956 (Durchgesehener Nachdruck von 1976.)KITCHER, P. Kant Ìs Transcendental Psychology. Oxford: Oxford University Press, 1990.LANDIM FILHO, R. Descartes: "idealista empírico e realista transcendental"?, Síntese-Nova Fase, v. 23, n. 74, p. 313-343. 1993.LOPARIC, Z. A Semântica Transcendental de Kant. Campinas, Brazil: UNICAMP, Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência, 2000.PARSONS, C. The Transcendental Aesthetic, In: GUYER, P. (Ed.). The Cambridge Companion to Kant, Cambridge: Cambridge University Press, 1992.PATON, H. J.Kant Ìs metaphysic of experience. A commentary on the first half of the Kritik der reinen Vernunft. 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