Apresentação: Arquivos e Fontes para a História da Educação Católica.

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Orlando, Evelyn de Almeida
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Leonardi, Paula
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Educação e Filosofia
Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/35711
Resumo: * Doutora em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro com bolsa sanduíche na Universidade de Lisboa. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e do Curso de Pedagogia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). ** Doutora em Educação (História e Historiografia da Educação) pela Faculdade de Educação da USP. Professora na Faculdade de Educação (UERJ). Integrante dos Grupos Focus e GEHER.[...] Neste dossiê, veremos que os arquivos das congregações que mantém esses colégios são perscrutados, suas ex-alunas são indagadas e a ampliação das fontes e seu cotejamento permite olhares simultâneos para as prescrições e discursos normativos e para o uso que se fez deles. Acompanhando as investigações "por dentro" da escola, livros didáticos, programas e planos de ensino, memórias de ex-alunos e ex-professores são tomados como fontes. Da escrita pessoal e epistolar às determinações da Santa Sé, diferentes "lentes" são propostas para fugir da compreensão da ligação entre Igreja e Educação como um bloco, pleno de repetição e mesmice. Os seis artigos reunidos neste dossiê apresentam como ponto comum a atenção para as possibilidades de investigar arquivos e fontes distintas, no sentido de fazer emergir práticas educativas, modelos pedagógicos e a política da Santa Sé, tendo como base as diretrizes políticas e pedagógicas que nortearam a educação em diferentes países, dentre eles:  Brasil, Portugal e Itália.  Quando o assunto é História da Educação acrescido do adjetivo Católica, ou seja, permeado pela indagação dos investimentos da Igreja Católica neste campo, não se pode prescindir de um esforço de compreensão do contexto de revitalização do catolicismo nos diversos países em questão observando aí também suas relações com os estados. Isso porque a educação foi, com a constituição dos Estados Nacionais, motivo de disputas entre os poderes espiritual e temporal. Dessa forma, comparecem nos artigos estas questões ao expor, por exemplo, a revitalização da Igreja na Bélgica, pela adoção de uma constituição progressista e liberal (1831), por oposição ao modelo anterior Holandês protestante; o crescimento do ultramontanismo no Brasil, paralelo ao liberalismo, e o anseio dos bispos latino-americanos por diretrizes gerais para a gestão de sua região desde meados do século XIX; o pedido de Leão XIII para os missionários de Berlaar partirem para São Paulo em 1894.É preciso considerar, também, que a Igreja, como instituição que se pretende universal, ampliou sua circulação internacional expressa na vinda de congregações religiosas ao país ou na participação de religiosos latino-americanos em um concílio em Roma; na aprovação de um movimento católico leigo (Focolares) estendido a 180 países antes do Concílio Vaticano II, quando a atividade dos leigos seria fortemente estimulada.Quanto aos arquivos, as pesquisas aqui arroladas indicam as dificuldades de acesso, a desconsideração de determinados tipos de fontes como merecedoras de cuidados, guarda e preservação (como cartas, diários, cadernos, provas), a precariedade de organização e manutenção de arquivos públicos, museus escolares e conservação de documentos em escolas. Há ainda muito trabalho a ser feito e um longo caminho para percorrermos como historiadores e pesquisadores.[...]
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