Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UFU |
Texto Completo: | https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22553 http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.976 |
Resumo: | Este trabalho tem por objetivo um estudo sobre o primeiro romance do escritor Marcelino Freire, intitulado Nossos Ossos, de 2013. Ao longo do romance, narrado em primeira pessoa, observa-se o narrador-personagem, Heleno de Gusmão, construindo a história e montando-a de acordo com sua subjetividade, considerando a presença do narrador-personagem, a partir de Lígia Chiapini Leite (1985), e do narrador-operador, a partir de Fábio Figueiredo Camargo (2005). Ainda é percebida uma confluência de leituras possíveis ligadas aos gêneros literários trazendo conexões com a história clássica greco-latina, marcas teatrais, leituras comparadas com epopeias clássicas, rimas e ritmo, provocando o que foi nomeado como “helenização” do texto, ressaltando o efeito trágico. Observa-se a montagem da estrutura a partir da técnica de mise en abyme ou o espelhamento da estrutura a partir de Lucien Dällenbach (1991), identificando como essa montagem favorece uma leitura que remete ao olhar para o Barroco, conforme Ferreira Gullar (1988), Irlemar Chiampi (1998) e Severo Sarduy (1979). Ressalta-se o excesso de trabalho na montagem, o jogo de palavras, o jogo de ideias e o efeito proliferante, dando foco ao trabalho de artificialização e ficcionalidade da escrita. A manipulação do canal leva à identificação da proliferação das metáforas percebidas a partir da análise dos títulos de capítulo do romance. Não obstante, a montagem do livro, operada no âmbito do narrador-operador, faz identificar as camadas e os capítulos que as compõem. O narrador-personagem, em seu relacionamento com os “michês” e com a travesti Estrela os objetifica. Discute-se, então, o desejo de hegemonia de Heleno e como ele usa de seus privilégios para construir os outros como “estranhos”, a partir de Zygmunt Bauman (1998), ou “abjetos”, conforme Judith Butler (2000). O estudo apresenta, por meio das análises literárias de Nossos Ossos, formas de representação da alteridade identificadas pela voz de um sujeito homoerótico que narra a tragicidade de si a partir de sua própria morte. |
id |
UFU_cb8126084935814dc41ddf59e4cae0b7 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufu.br:123456789/22553 |
network_acronym_str |
UFU |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFU |
repository_id_str |
|
spelling |
2018-10-11T14:04:47Z2018-10-11T14:04:47Z2018-08-21GOMES, Guilherme Augusto da Silva. Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire. 2018. 162 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018.https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22553http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.976Este trabalho tem por objetivo um estudo sobre o primeiro romance do escritor Marcelino Freire, intitulado Nossos Ossos, de 2013. Ao longo do romance, narrado em primeira pessoa, observa-se o narrador-personagem, Heleno de Gusmão, construindo a história e montando-a de acordo com sua subjetividade, considerando a presença do narrador-personagem, a partir de Lígia Chiapini Leite (1985), e do narrador-operador, a partir de Fábio Figueiredo Camargo (2005). Ainda é percebida uma confluência de leituras possíveis ligadas aos gêneros literários trazendo conexões com a história clássica greco-latina, marcas teatrais, leituras comparadas com epopeias clássicas, rimas e ritmo, provocando o que foi nomeado como “helenização” do texto, ressaltando o efeito trágico. Observa-se a montagem da estrutura a partir da técnica de mise en abyme ou o espelhamento da estrutura a partir de Lucien Dällenbach (1991), identificando como essa montagem favorece uma leitura que remete ao olhar para o Barroco, conforme Ferreira Gullar (1988), Irlemar Chiampi (1998) e Severo Sarduy (1979). Ressalta-se o excesso de trabalho na montagem, o jogo de palavras, o jogo de ideias e o efeito proliferante, dando foco ao trabalho de artificialização e ficcionalidade da escrita. A manipulação do canal leva à identificação da proliferação das metáforas percebidas a partir da análise dos títulos de capítulo do romance. Não obstante, a montagem do livro, operada no âmbito do narrador-operador, faz identificar as camadas e os capítulos que as compõem. O narrador-personagem, em seu relacionamento com os “michês” e com a travesti Estrela os objetifica. Discute-se, então, o desejo de hegemonia de Heleno e como ele usa de seus privilégios para construir os outros como “estranhos”, a partir de Zygmunt Bauman (1998), ou “abjetos”, conforme Judith Butler (2000). O estudo apresenta, por meio das análises literárias de Nossos Ossos, formas de representação da alteridade identificadas pela voz de um sujeito homoerótico que narra a tragicidade de si a partir de sua própria morte.Este trabajo tiene por objetivo un estudio sobre la primera novela del escritor Marcelino Freire, titulado Nossos Ossos, de 2013. A lo largo de la novela, narrada en primera persona, se observa el narrador-personaje, Heleno de Gusmão, construyendo la historia y montando de acuerdo con su subjetividad, considerando la presencia del narrador-personaje, a partir de Leite (1985), y del narrador-operador, a partir de Camargo (2005). Todavía se percibe una confluencia de lecturas posibles ligadas a los géneros literarios que traen conexiones con la historia clásica greco-latina, marcas teatrales, lecturas comparadas con epopeyas clásicas, rimas y ritmo, provocando lo que fue nombrado como "helenización" del texto, resaltando el efecto trágico. Se observa el montaje de la estructura a partir de la técnica de mise en abyme o el retrato especular de la estructura a partir de Dällenbach (1991), identificando cómo ese montaje favorece una lectura que remite al mirar al Barroco, según Gullar (1988), Chiampi (1998) e Sarduy (1979). Se resalta el exceso de trabajo en el montaje, el juego de palabras, el juego de ideas y el efecto proliferante, dando foco al trabajo de artificialización y ficcionalidad de la escritura. La manipulación del canal lleva a la identificación de la proliferación de las metáforas percibidas a partir del análisis de los títulos de capítulo de la novela. No obstante, el montaje del libro, operado en el marco del narrador-operador, hace identificar las capas y los capítulos que las componen. El narrador-personaje, en su relación con los "michés" y con la travesti Estrela los objetiva. Se discute entonces el deseo de hegemonía de Heleno y cómo él usa de sus privilegios para construir a los demás como "extraños", a partir de Bauman (1998), o "abyectos", según Butler (2000). El estudio presenta, por medio de los análisis literarios de Nossos Ossos, formas de representación de la alteridad identificadas por la voz de un sujeto homoerótico que narra la tragicidad de sí a partir de su propia muerte.Dissertação (Mestrado)porUniversidade Federal de UberlândiaPrograma de Pós-graduação em Estudos LiteráriosBrasilCNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIAHomoerotismoIdentidadesTravestiDiversidade SexualNossos OssosMarcelino FreireDiversidad sexualNuestros huesosHomossexualidade na literaturaFreire, Marcelino, 1967 - Crítica e interpretaçãoLiteraturaLiteratura Brasileira - história e críticaTravessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino FreireTravesía: errancia y homoerotismo en Nossos Ossos, de Marcelino Freireinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisCamargo, Fábio Figueiredohttp://lattes.cnpq.br/1607535412134196Valentim, Jorge Vicentehttp://lattes.cnpq.br/4427303771174064Soares, Leonardo Franciscohttp://lattes.cnpq.br/8507310300864306http://lattes.cnpq.br/4675829413298677Gomes, Guilherme Augusto da Silva162info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFUinstname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU)instacron:UFUORIGINALTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdfTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdfDissertaçãoapplication/pdf1810779https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/1/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf67eb40d5322cfa81d4aab689d5ed2176MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81792https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/2/license.txt48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3MD52TEXTTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdf.txtTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdf.txtExtracted texttext/plain390366https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/3/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf.txt9f8cf4199053bcc9c19f3bcde1454b01MD53THUMBNAILTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdf.jpgTravessiaErrânciaHomoerotismo.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1148https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/4/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf.jpg95b7661abfdc8317891d07e8f9a7f159MD54123456789/225532018-10-11 11:04:48.291oai:repositorio.ufu.br:123456789/22553w4kgbmVjZXNzw6FyaW8gY29uY29yZGFyIGNvbSBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIG7Do28tZXhjbHVzaXZhLCBhbnRlcyBxdWUgbyBkb2N1bWVudG8gcG9zc2EgYXBhcmVjZXIgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLiBQb3IgZmF2b3IsIGxlaWEgYSBsaWNlbsOnYSBhdGVudGFtZW50ZS4gQ2FzbyBuZWNlc3NpdGUgZGUgYWxndW0gZXNjbGFyZWNpbWVudG8gZW50cmUgZW0gY29udGF0byBhdHJhdsOpcyBkbyBlLW1haWwgIHJlcG9zaXRvcmlvQHVmdS5ici4KCkxJQ0VOw4dBIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpBbyBhc3NpbmFyIGUgZW50cmVnYXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgby9hIFNyLi9TcmEuIChhdXRvciBvdSBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IpOgoKYSkgQ29uY2VkZSDDoCBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSBvIGRpcmVpdG8gbsOjby1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGNvbXVuaWNhciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3Vtby9hYnN0cmFjdCkgZW0gZm9ybWF0byBkaWdpdGFsIG91IGltcHJlc3NvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpby4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIMOpIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gRGVjbGFyYSB0YW1iw6ltIHF1ZSBhIGVudHJlZ2EgZG8gZG9jdW1lbnRvIG7Do28gaW5mcmluZ2UsIHRhbnRvIHF1YW50byBsaGUgw6kgcG9zc8OtdmVsIHNhYmVyLCBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpjKSBTZSBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBjb250w6ltIG1hdGVyaWFsIGRvIHF1YWwgbsOjbyBkZXTDqW0gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgYXV0b3IsIGRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhdXRvcml6YcOnw6NvIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvciBwYXJhIGNvbmNlZGVyIMOgIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgY3Vqb3MgZGlyZWl0b3Mgc8OjbyBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBjb250ZcO6ZG8gZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBVbml2ZXJzaWRhZGUgRmVkZXJhbCBkZSBVYmVybMOibmRpYSwgZGVjbGFyYSBxdWUgY3VtcHJpdSBxdWFpc3F1ZXIgb2JyaWdhw6fDtWVzIGV4aWdpZGFzIHBlbG8gcmVzcGVjdGl2byBjb250cmF0byBvdSBhY29yZG8uCgpBIFVuaXZlcnNpZGFkZSBGZWRlcmFsIGRlIFViZXJsw6JuZGlhIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIHNldShzKSBub21lKHMpIGNvbW8gbyhzKSBhdXRvcihlcykgb3UgZGV0ZW50b3IgKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlLCBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZGFzIHBlcm1pdGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Repositório InstitucionalONGhttp://repositorio.ufu.br/oai/requestdiinf@dirbi.ufu.bropendoar:2018-10-11T14:04:48Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
dc.title.alternative.pt_BR.fl_str_mv |
Travesía: errancia y homoerotismo en Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
title |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
spellingShingle |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire Gomes, Guilherme Augusto da Silva CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA Homoerotismo Identidades Travesti Diversidade Sexual Nossos Ossos Marcelino Freire Diversidad sexual Nuestros huesos Homossexualidade na literatura Freire, Marcelino, 1967 - Crítica e interpretação Literatura Literatura Brasileira - história e crítica |
title_short |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
title_full |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
title_fullStr |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
title_full_unstemmed |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
title_sort |
Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire |
author |
Gomes, Guilherme Augusto da Silva |
author_facet |
Gomes, Guilherme Augusto da Silva |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Camargo, Fábio Figueiredo |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1607535412134196 |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Valentim, Jorge Vicente |
dc.contributor.referee1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4427303771174064 |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Soares, Leonardo Francisco |
dc.contributor.referee2Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/8507310300864306 |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/4675829413298677 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gomes, Guilherme Augusto da Silva |
contributor_str_mv |
Camargo, Fábio Figueiredo Valentim, Jorge Vicente Soares, Leonardo Francisco |
dc.subject.cnpq.fl_str_mv |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA |
topic |
CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::TEORIA LITERARIA Homoerotismo Identidades Travesti Diversidade Sexual Nossos Ossos Marcelino Freire Diversidad sexual Nuestros huesos Homossexualidade na literatura Freire, Marcelino, 1967 - Crítica e interpretação Literatura Literatura Brasileira - história e crítica |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Homoerotismo Identidades Travesti Diversidade Sexual Nossos Ossos Marcelino Freire Diversidad sexual Nuestros huesos Homossexualidade na literatura Freire, Marcelino, 1967 - Crítica e interpretação Literatura Literatura Brasileira - história e crítica |
description |
Este trabalho tem por objetivo um estudo sobre o primeiro romance do escritor Marcelino Freire, intitulado Nossos Ossos, de 2013. Ao longo do romance, narrado em primeira pessoa, observa-se o narrador-personagem, Heleno de Gusmão, construindo a história e montando-a de acordo com sua subjetividade, considerando a presença do narrador-personagem, a partir de Lígia Chiapini Leite (1985), e do narrador-operador, a partir de Fábio Figueiredo Camargo (2005). Ainda é percebida uma confluência de leituras possíveis ligadas aos gêneros literários trazendo conexões com a história clássica greco-latina, marcas teatrais, leituras comparadas com epopeias clássicas, rimas e ritmo, provocando o que foi nomeado como “helenização” do texto, ressaltando o efeito trágico. Observa-se a montagem da estrutura a partir da técnica de mise en abyme ou o espelhamento da estrutura a partir de Lucien Dällenbach (1991), identificando como essa montagem favorece uma leitura que remete ao olhar para o Barroco, conforme Ferreira Gullar (1988), Irlemar Chiampi (1998) e Severo Sarduy (1979). Ressalta-se o excesso de trabalho na montagem, o jogo de palavras, o jogo de ideias e o efeito proliferante, dando foco ao trabalho de artificialização e ficcionalidade da escrita. A manipulação do canal leva à identificação da proliferação das metáforas percebidas a partir da análise dos títulos de capítulo do romance. Não obstante, a montagem do livro, operada no âmbito do narrador-operador, faz identificar as camadas e os capítulos que as compõem. O narrador-personagem, em seu relacionamento com os “michês” e com a travesti Estrela os objetifica. Discute-se, então, o desejo de hegemonia de Heleno e como ele usa de seus privilégios para construir os outros como “estranhos”, a partir de Zygmunt Bauman (1998), ou “abjetos”, conforme Judith Butler (2000). O estudo apresenta, por meio das análises literárias de Nossos Ossos, formas de representação da alteridade identificadas pela voz de um sujeito homoerótico que narra a tragicidade de si a partir de sua própria morte. |
publishDate |
2018 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2018-10-11T14:04:47Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2018-10-11T14:04:47Z |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2018-08-21 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.citation.fl_str_mv |
GOMES, Guilherme Augusto da Silva. Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire. 2018. 162 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22553 |
dc.identifier.doi.pt_BR.fl_str_mv |
http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.976 |
identifier_str_mv |
GOMES, Guilherme Augusto da Silva. Travessia: errância e homoerotismo em Nossos Ossos, de Marcelino Freire. 2018. 162 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Literários) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2018. |
url |
https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/22553 http://dx.doi.org/10.14393/ufu.di.2018.976 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Uberlândia |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-graduação em Estudos Literários |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Uberlândia |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFU instname:Universidade Federal de Uberlândia (UFU) instacron:UFU |
instname_str |
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) |
instacron_str |
UFU |
institution |
UFU |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFU |
collection |
Repositório Institucional da UFU |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/1/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/2/license.txt https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/3/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf.txt https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/22553/4/TravessiaErr%c3%a2nciaHomoerotismo.pdf.jpg |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
67eb40d5322cfa81d4aab689d5ed2176 48ded82ce41b8d2426af12aed6b3cbf3 9f8cf4199053bcc9c19f3bcde1454b01 95b7661abfdc8317891d07e8f9a7f159 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFU - Universidade Federal de Uberlândia (UFU) |
repository.mail.fl_str_mv |
diinf@dirbi.ufu.br |
_version_ |
1802110486060204032 |