Fatores de risco cardiovasculares em caminhoneiros

• Autor(a) principal: Souza, Ayslane da Silva
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/28999
• topic: CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE; Fatores de risco; Saúde do trabalhador; Doença cardiovascular

Introdução: A rotina diária desgastante, a falta de horário de lazer e folgas, a ausência de horário de trabalho pré determinado, o estilo de vida arriscado vivenciados pelos caminhoneiros podem favorecer a instalação de fatores de risco para doenças cardiovasculares como, por exemplo: o uso de substâncias psicoativas, a má alimentação, longa jornada de trabalho, má qualidade de sono, sedentarismo, uso de álcool, tabagismo, estresses e excesso de gordura. Objetivo: Identificar e analisar os fatores de riscos para as doenças cardiovasculares entre caminhoneiros. Metodologia: O tipo do presente estudo é descritivo, exploratório e de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por caminhoneiros que trafegam na malha rodoviária federal do município de Uberlândia (MG), na mesorregião do Triângulo Mineiro. A coleta de dados foi realizado em dias da semana e horários alternados. Foram aplicados questionários sobre dados socioeconômicos e hábitos de vida e realizado a aferição das medidas clínicas por meio de exame físico (Sinais vitais, Índice de Massa Corporal, Relação Cintura Quadril e Índice Tornozelo Braquial). Resultados: Foram incluídos neste estudo 235 participantes, sendo 100% do sexo masculino; com média de idade de 42±10 anos; 43% autorreferiram cor branca; 97% tinham mais que 10 anos de habilitação; média da distância percorrida por semana foi igual 3117±1200 km/semana; 79% estão a mais de 10 anos na profissão motorista; 60% dirigem mais que 12 horas por dia; 31% possuem a carreta em L; 71% não trabalham com carga perigosa; 54% possuem vínculo empregatício assalariado. Em relação ao estilo de vida: 84% relataram sedentarismo; 19,6% relataram tabagismo e 47,7% relataram etilismo. Os valores médios de PA foram: PAS = 135±19 mmHg e PAD = 84±11 mmHg; 42% apresentaram valores de ITB alterados. Houve diferença estatisticamente significante entre obesidade e anos de profissão (p = 0,000); diabéticos e quilômetros por semana (p = 0,010); hipertensos e anos de profissão (p = 0,000); ITB alterado e quilômetros rodados por semana/horas de trabalho (p = 0,040) / (p= 0,043); tabagismo e hora de trabalho p = 0,026; etilismo e dias fora de casa (p = 0,008) e por último sedentarismo (p = 0,021) / (p = 0,024) e quilômetros rodados por semana/ horas de trabalho. Conclusão: Os caminhoneiros apresentaram vários fatores de riscos para as doenças cardiovasculares, os quais, foram associados às variáveis laborais. Portanto, faz-se necessário o desenvolvimento de políticas públicas de saúde voltadas para programas de educação em saúde para essa população motivando-a a adquirir um estilo de vida mais saudável, reduzindo assim a instalação de doenças cardiovasculares e melhorando sua qualidade de vida.