A formação da personalidade humana na antropologia fenomenológica de Edith Stein

• Autor(a) principal: Santos, Thaís Morais Lima
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UFU
• Texto Completo: https://repositorio.ufu.br/handle/123456789/32972; http://doi.org/10.14393/ufu.di.2021.585
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Antropologia filosófica; Philosophical anthropology; Psicologia fenomenológica; Phenomenological psychology; Formação da pessoa humana; Phenomenological psychology; Caráter; Character; Método fenomenológico; Phenomenological method; Psicologia; Antropologia filosófica; Personalidade - Avaliação

Há na constituição da ciência psicológica um longo histórico de busca pelo conhecimento acerca dos traços de singularidade humana e dentre tais investigações tem-se o estudo da personalidade humana, que perpassa desde a concepção de humano difundida por autores literários clássicos, até aos grandes autores de diversas áreas e épocas do conhecimento filosófico e científico que trataram sobre a natureza humana. Destaca-se a antropologia filosófica da fenomenóloga Edith Stein (1891-1942), que tratou com profundidade a estrutura e a natureza humanas. Com sua apropriação do método fenomenológico em seus elementos fundamentais, as contribuições filosóficas de Stein possuem suma importância na fundamentação rigorosa de diversos campos do saber, em especial a Psicologia. Considerando isto e diante de uma escassa produção acerca do tema da personalidade na psicologia de base fenomenológica na atualidade, bem como da ausência de consenso acerca das definições e formas de abordagem da personalidade humana, desenvolveu-se, a partir das investigações fenomenológicas de Edith Stein, uma pesquisa com o objetivo de explicitar o fenômeno da personalidade humana, buscando contribuir com o desenvolvimento de uma Psicologia Fenomenológica. Para essa investigação foi realizada uma pesquisa teórico-bibliográfica adotada enquanto procedimento metodológico, cujas obras analisadas foram: “Contribuições à fundamentação filosófica da Psicologia e das ciências do espírito” (1922/2005), “Estrutura da pessoa humana” (1932/2003), “Ser finito e Ser Eterno” (1950/2007), “Introdução à Filosofia” (1920/2005) e a conferência “O intelecto e os intelectuais” (1930/2003), sendo também utilizadas algumas obras de autores intérpretes. Assim, realizou-se uma síntese com a exposição dos principais elementos de investigação de Stein sobre a estrutura da pessoa humana, bem como sobre a questão da especificidade e singularidade do ser humano, e deles identificar as principais ideias steinianas acerca do caráter e da personalidade que contribuiram com a descrição fenomenológica da pessoa humana e puderam nortear um aprofundamento da análise da personalidade no pensamento de Edith Stein, servindo como base segura para a Psicologia. Então, para o desenvolvimento da pesquisa, passou-se a descrever o panorama histórico do tema da personalidade e sua investigação, destacando a área da Psicologia da Personalidade e suas limitações, cuja avaliação epistemológica leva à exposição da necessidade de uma Psicologia Fenomenológica. Na sequência, evidenciou-se a contribuição steiniana para uma fundamentação rigorosa das investigações psicológicas, esboçando os aspectos da estrutura da pessoa humana que são pertinentes à compreensão da personalidade. E, por fim, realizou-se um aprofundamento das dimensões da estrutura e da formação humanas que estão mais intrinsecamente relacionadas à personalidade humana, procurando oferecer uma definição do que a constitui, a partir da antropologia fenomenológica de Edith Stein. Então, chegou-se à conclusão de que a personalidade para Stein é uma estrutura, possuidora de uma dinâmica intrínseca de constituição, que perpassa todas as dimensões humanas e que forma uma peculiaridade pessoal, configurando um âmbito de possibilidades de direção, interesses e capacidades que orientam as potenciais manifestações de individualidade e que tem ainda por característica ser autoconfigurada de forma livre, visando uma finalidade ou um ideal, sendo que tal configuração é operada a partir de qualidades mais ou menos duradouras do caráter formado, resultantes da dinâmica entre a especificidade pessoal e os estados psíquicos diante dos valores e sentidos mobilizados pela experiência.