Eficiência técnica e de escala de cooperativas e sociedades de capital na indústria de laticínios do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Marco Aurélio Marques
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/9123
Resumo: Ao longo das últimas décadas, o avanço das sociedades de capital, sobretudo das multinacionais, e a redução da participação das cooperativas na captação e no processamento de leite no Brasil vêm exigindo dos pesquisadores uma resposta à seguinte questão: são as cooperativas menos eficientes que as sociedades de capital? Como não existe uma resposta inequívoca a essa questão, a inexistência de consenso sobre a eficiência das sociedades cooperativas, quando comparadas às sociedades de capital, motivou a realização deste trabalho, que teve como objetivo analisar a eficiência das sociedades cooperativas em face das sociedades de capital. O estudo fundamentou-se nas bases conceituais de eficiência nos diferentes modelos societários, interpretadas e contextualizadas à luz da teoria da agência e dos direitos de propriedade. O estudo contou com a participação direta de 107 unidades produtivas, divididas entre sociedades cooperativas e sociedades de capital, distribuídas por 15 estados brasileiros, que responderam ao questionário de pesquisa entre os meses de maio e setembro de 2004. A comparação de eficiência procedeu de forma agregada e estratificada, sendo os indicadores construídos a partir da abordagem DEA – Data Envelopment Analysis, com suas principais estimativas validadas pelo procedimento de bootstrap. Os resultados demonstram que tanto as sociedades de capital quanto as sociedades cooperativas apresentaram considerável grau de ineficiência técnica e de escala. No agregado, as cooperativas foram mais eficientes em termos de escala e menos eficientes no quesito produtivo. Pela análise estratificada, os resultados possibilitaram concluir pela menor eficiência técnica das cooperativas nos dois primeiros estratos e pela menor eficiência de escala das cooperativas nos dois maiores estratos, o que concorre para uma menor eficiência do modelo cooperativo, na maior parte dos casos. Pela utilização de modelos econométricos de amostras censuradas (Tobit), foi possível investigar as variáveis mais associadas à eficiência na indústria de laticínios, dimensionando seu impacto no nível de eficiência das organizações. Por intermédio da abordagem de grupos estratégicos, as cooperativas foram classificadas em quatro agrupamentos, sendo eles: Locais; de Nicho; de Escala e Diferenciação; e de Barganha. Dentre os fatores de classificação na abordagem de agrupamento estratégico, o baixo posicionamento estratégico e a reduzida escala de processamento conduziram as cooperativas locais aos menores níveis de eficiência no setor. Considerando o melhor desempenho das cooperativas de escala e processamento e das cooperativas de barganha, foi possível concluir que a eficiência está mais fortemente associada aos vetores de posicionamento estratégico e de escala de produção. De maneira geral, os resultados obtidos estão em consonância com a vasta literatura internacional que trata do assunto. Por fim, o trabalho assevera a importância de promover políticas diferenciadas para a melhoria da eficiência na indústria de laticínios, em função das particularidades dos modelos societários e das unidades produtivas, principalmente no que diz respeito ao tamanho e ao perfil estratégico.
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Como não existe uma resposta inequívoca a essa questão, a inexistência de consenso sobre a eficiência das sociedades cooperativas, quando comparadas às sociedades de capital, motivou a realização deste trabalho, que teve como objetivo analisar a eficiência das sociedades cooperativas em face das sociedades de capital. O estudo fundamentou-se nas bases conceituais de eficiência nos diferentes modelos societários, interpretadas e contextualizadas à luz da teoria da agência e dos direitos de propriedade. O estudo contou com a participação direta de 107 unidades produtivas, divididas entre sociedades cooperativas e sociedades de capital, distribuídas por 15 estados brasileiros, que responderam ao questionário de pesquisa entre os meses de maio e setembro de 2004. A comparação de eficiência procedeu de forma agregada e estratificada, sendo os indicadores construídos a partir da abordagem DEA – Data Envelopment Analysis, com suas principais estimativas validadas pelo procedimento de bootstrap. Os resultados demonstram que tanto as sociedades de capital quanto as sociedades cooperativas apresentaram considerável grau de ineficiência técnica e de escala. No agregado, as cooperativas foram mais eficientes em termos de escala e menos eficientes no quesito produtivo. Pela análise estratificada, os resultados possibilitaram concluir pela menor eficiência técnica das cooperativas nos dois primeiros estratos e pela menor eficiência de escala das cooperativas nos dois maiores estratos, o que concorre para uma menor eficiência do modelo cooperativo, na maior parte dos casos. Pela utilização de modelos econométricos de amostras censuradas (Tobit), foi possível investigar as variáveis mais associadas à eficiência na indústria de laticínios, dimensionando seu impacto no nível de eficiência das organizações. Por intermédio da abordagem de grupos estratégicos, as cooperativas foram classificadas em quatro agrupamentos, sendo eles: Locais; de Nicho; de Escala e Diferenciação; e de Barganha. Dentre os fatores de classificação na abordagem de agrupamento estratégico, o baixo posicionamento estratégico e a reduzida escala de processamento conduziram as cooperativas locais aos menores níveis de eficiência no setor. Considerando o melhor desempenho das cooperativas de escala e processamento e das cooperativas de barganha, foi possível concluir que a eficiência está mais fortemente associada aos vetores de posicionamento estratégico e de escala de produção. De maneira geral, os resultados obtidos estão em consonância com a vasta literatura internacional que trata do assunto. Por fim, o trabalho assevera a importância de promover políticas diferenciadas para a melhoria da eficiência na indústria de laticínios, em função das particularidades dos modelos societários e das unidades produtivas, principalmente no que diz respeito ao tamanho e ao perfil estratégico.Along the past decades, the advancement of investor-owned firms (IOF), mainly multinational ones, and the reduced participation of cooperatives in dairy production and processing in Brazil has prompted researchers to answer the following question: are cooperatives less efficient than IOFs? Since there is no unequivocal answer to this question, lack of a consensus has motivated this research, which aimed to analyze cooperative versus IOF efficiency. This study was based on conceptual principles of efficiency in cooperative and IOF business models, and agency and property rights theories. The study had the direct participation of 107 productive units from 15 Brazilian states, clustered into cooperative and IOFs to which a survey was applied from May to September, 2004. Efficiency was compared in total and stratified samples, with indicators created based on DEA – Data Envelopment Analysis approach and its main estimates validated by the bootstrap procedure. The results show that both the IOFs and co-operative present considerable degree of technical and scale inefficiency. In the aggregated form, the cooperatives were more scale efficient and less productive efficiency. The stratified analysis results allowed concluding that the co-operatives presented less technical efficiency in the first two strata and less scale efficiency in the two higher strata, leading to less efficiency of the co-operative model, in most of the cases. Using Tobit models of censored samples allowed investigating the variables associated with dairy industry efficiency and their impact on the firm efficiency level. By applying the strategic group approach, the cooperatives were classified into four groups, namely, Local, Niche, Scale and Differentiation and Bargain. The low strategic positioning and the reduced processing scale ranked the local cooperatives at the lowest levels of sector efficiency. Considering the performance of scale and processing cooperatives and of bargain cooperatives, it was possible to conclude that efficiency is more strongly associated with strategic positioning and production scale vectors. Overall, the results obtained are in agreement with the vast national literature on this subject. Finally, this work emphasizes the importance of promoting differentiated policies to improve dairy industry efficiency, in function of the characteristics of the business models and productive units, especially concerning size and strategic profile.Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de ViçosaEficiênciaCooperativaLaticíniosCiências Sociais AplicadasEficiência técnica e de escala de cooperativas e sociedades de capital na indústria de laticínios do BrasilTechnical and scale efficiency of cooperatives and non cooperatives in dairy industry in Brazilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de EconomiaDoutor em Economia AplicadaViçosa - MG2005-04-11Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf498910https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9123/1/texto%20completo.pdfd477a9453317839a1145644e2de89116MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9123/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3618https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/9123/3/texto%20completo.pdf.jpg8f05236c9d732dd9971f4532fb7ba6daMD53123456789/91232016-11-09 22:00:25.299oai:locus.ufv.br:123456789/9123Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452016-11-10T01:00:25LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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