Avaliação hematológica, radiográfica e eletrocardiográfica em cães adultos da raça Pinscher Miniatura portadores ou não da doença degenerativa mixomatosa da valva mitral, diagnosticada pela ecocardiografia

• Autor(a) principal: Matos, Luciana Diégues Guimarães
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/17750
• topic: Cão - Doenças; Coração - Válvulas; Diagnóstico por imagem; Radiografia veterinária; Ecocardiograma; Clínica e Cirurgia Animal

Para melhor compreensão da doença degenerativa mixomatosa da valva mitral (DDMVM) em sua forma subclínica na raça Pinscher Miniatura, o presente estudo teve por principal objetivo caracterizar os achados hematológicos, eletrocardiográficos e radiográficos em uma população de cães Pinscher Miniatura clinicamente saudáveis, não portadores da DDMVM ou pertencentes aos estádios subclínicos da doença, diagnosticada ecocardiograficamente. Vinte e nove Pinscher Miniatura adultos clinicamente saudáveis (16 machos e 13 fêmeas), com idade entre 1 e 15 anos foram avaliados na Clínica de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Viçosa. Inicialmente os cães passaram por uma triagem que incluiu anamnese, avaliação física e exames laboratoriais de rotina (hemograma e bioquímica sérica). Os animais foram então submetidos a exame ecocardiográfico, que incluiu análise por Doppler colorido e espectral, modo B e modo M. Dezoito animais apresentaram regurgitação sistólica mitral, sendo que 9 deles apresentaram sinais de remodelamento cardíaco. Desta forma, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo American College of Veterinary Internal Medicine (ACVIM) para o diagnóstico e estadiamento da DDMVM, onze animais foram classificados como em alto risco de desenvolver doença cardíaca, porém sem alterações estruturais identificáveis (estádio A). Regurgitação sistólica mitral foi diagnosticada em dezoito animais, os quais foram classificados como portadores assintomáticos de doença cardíaca estrutural. Nove desses dezoito animais não apresentaram evidências radiográfica ou ecocardiográfica de remodelamento cardíaco em resposta à DDMVM (estádio B 1 ) e os outros nove animais de fato apresentaram regurgitação valvar hemodinamicamente significativa, evidenciada por achados radiológicos ou ecocardiográficos de aumento de ao menos uma das câmaras cardíacas esquerdas (estádio B 2 ). A dosagem de NT-proBNP não diferiu significativamente entre os animais nos diferentes estádios da DDMVM. À avaliação eletrocardiográfica computadorizada não se constatou nos cães alterações com significado clínico; em todos os grupos, a onda P e o complexo QRS apresentaram maior duração média que a pré-estabelecida na literatura para a eletrocardiografia convencional, contudo este fato foi atribuído à maior sensibilidade do método computadorizado. Radiograficamente, obteve-se o valor médio de 10,1 unidades vertebrais referente ao vertebral heart size (VHS) dos cães estudados, sendo, portanto, este o valor sugerido para a análise da silhueta cardíaca da raça em questão. Em suma, a DDMVM em estádios assintomáticos não alterou os níveis séricos de NT-proBNP, nem os valores de VHS ou mesmo os parâmetros eletrocardiográficos em cães da raça Pinscher Miniatura.