Coprodução: repensando o trabalho agrícola e a relação camponês-natureza

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Daniel Silva do Carmo
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: http://www.locus.ufv.br/handle/123456789/21501
Resumo: Os segmentos camponeses apresentam formas de viver e produzir articuladas à natureza. Dessa forma, a relação camponês-natureza é entendida como um elemento fundamental para a sustentação da vida desses sujeitos sociais, configurando um processo de coprodução entre o social e o natural capaz de gerar meios de vida com autonomia produtiva e alimentar diante do sistema capitalista. Nesse sentido, esta pesquisa objetivou analisar a coprodução camponês- natureza e sua influência na dinâmica da paisagem dos agroecossistemas, na promoção de meios de vida e de autonomia produtiva e alimentar de grupos domésticos camponeses da Amazônia. Para isso, vivenciamos e compartilhamos experiências com três grupos domésticos camponeses do município de Viseu-PA, com a utilização de ferramentas do Diagnóstico Rural Participativo: 1) entrevistas semiestruturadas; 2) mapa da propriedade; 3) travessia ou caminhada transversal nas propriedades; 4) análise do fluxo de entradas e saídas de recursos diversos baseados nos princípios do método de Entra e Sai do DRP. Além disso, realizou-se a Análise Participativa de Autonomia, a fim de constatar os graus de autonomia produtiva e alimentar dos agroecossistemas em relação aos recursos externos aos mesmos. Percebemos que os três grupos domésticos desenvolvem meios de vida articulados ao conjunto de elementos disponibilizados pela natureza. Por meio da coprodução, um conjunto de elementos subjetivos (como reciprocidade, confiança e valores), concretamente estabelecidos a partir do saber-fazer, são repassados e atualizados entre gerações (avós, pais e filhos), configurando relações afetivas e a atualização de memórias. A coprodução, portanto, apresenta-se como a forma camponesa de fazer agricultura, expressando nos grupos domésticos uma agência produtiva, uma capacidade de autorregulação e trabalho, uma sabedoria inerente à tradição e às formas cotidianas de re- existir às visões homogeneizadoras de mundo propagadas pelo sistema capitalista. Com isso, constatou-se expressivos graus de autonomia produtiva e alimentar dos grupos domésticos em relação aos recursos externos aos seus agroecossistemas. Dessa forma, a coprodução permite a construção de uma soberania alimentar a partir da capacidade de agência dos grupos domésticos camponeses inerente às suas formas de sentir, pensar e se relacionar com a natureza e com o mundo em volta.
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Nesse sentido, esta pesquisa objetivou analisar a coprodução camponês- natureza e sua influência na dinâmica da paisagem dos agroecossistemas, na promoção de meios de vida e de autonomia produtiva e alimentar de grupos domésticos camponeses da Amazônia. Para isso, vivenciamos e compartilhamos experiências com três grupos domésticos camponeses do município de Viseu-PA, com a utilização de ferramentas do Diagnóstico Rural Participativo: 1) entrevistas semiestruturadas; 2) mapa da propriedade; 3) travessia ou caminhada transversal nas propriedades; 4) análise do fluxo de entradas e saídas de recursos diversos baseados nos princípios do método de Entra e Sai do DRP. Além disso, realizou-se a Análise Participativa de Autonomia, a fim de constatar os graus de autonomia produtiva e alimentar dos agroecossistemas em relação aos recursos externos aos mesmos. Percebemos que os três grupos domésticos desenvolvem meios de vida articulados ao conjunto de elementos disponibilizados pela natureza. Por meio da coprodução, um conjunto de elementos subjetivos (como reciprocidade, confiança e valores), concretamente estabelecidos a partir do saber-fazer, são repassados e atualizados entre gerações (avós, pais e filhos), configurando relações afetivas e a atualização de memórias. A coprodução, portanto, apresenta-se como a forma camponesa de fazer agricultura, expressando nos grupos domésticos uma agência produtiva, uma capacidade de autorregulação e trabalho, uma sabedoria inerente à tradição e às formas cotidianas de re- existir às visões homogeneizadoras de mundo propagadas pelo sistema capitalista. Com isso, constatou-se expressivos graus de autonomia produtiva e alimentar dos grupos domésticos em relação aos recursos externos aos seus agroecossistemas. Dessa forma, a coprodução permite a construção de uma soberania alimentar a partir da capacidade de agência dos grupos domésticos camponeses inerente às suas formas de sentir, pensar e se relacionar com a natureza e com o mundo em volta.The peasant present ways of living and producing more articulated with nature. Thus, the peasant-nature relationship is understood as a fundamental element for sustaining the life of these social subjects, configuring a process of coproduction between the dimensions social and natural capable of generating livelihoods with productive and more food autonomy in the capitalist system. In this sense, this research aimed to analyze peasant-nature coproduction and its influence on the dynamics of the agro-ecosystem landscape, the promotion of livelihoods and productive and food autonomy of peasant domestic groups in the Amazon. To do this, we lived and shared experiences with three domestic peasant groups in the municipality of Viseu- PA, using the tools of Participatory Rural Diagnosis: 1) semi-structured interviews; 2) map of the property; 3) traverse or cross walk on the properties; 4) analysis of the inflow and outflow of miscellaneous resources based on the principles of the Enter and Exit method of DRP. In addition, the Participative Analysis of Autonomy was carried out, in order to verify the degrees of production and food autonomy of agroecosystems in relation to resources external. We perceived that the three domestic groups develop articulated livelihoods to the set of elements made available by nature. Through coproduction, a set of subjective elements (such as reciprocity, trust and values), concretely established from the know-how, are passed on and updated between generations (grandparents, parents and children), configuring affective relations and the updating of memories. The coproduction, therefore, presents itself as the peasant form of agriculture, expressing in the domestic groups a productive agency, a capacity for self-regulation and work, a wisdom inherent in tradition and the daily forms of re-existence to the homogenizing views of the world propagated by the capitalist system. As a result, there were significant levels of production and food autonomy of domestic groups in relation to external resources to their agroecosystems. In this way, coproduction allows the construction of a food sovereignty with agency capacity of the peasant domestic groups inherent in their ways of feeling, thinking and relating to nature and the world around them.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoporUniversidade Federal de ViçosaAmazôniaCamponesesAutonomiaEcologia agrícolaAgricultura - Aspectos ambientaisExtensão RuralCoprodução: repensando o trabalho agrícola e a relação camponês-naturezaCoproduction: rethinking agricultural work and the peasant-nature relationshipinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Economia RuralMestre em Extensão RuralViçosa - MG2018-04-23Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf4243550https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/21501/1/texto%20completo.pdf266dc381177338d6b454dcc27e52f86fMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/21501/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52THUMBNAILtexto completo.pdf.jpgtexto completo.pdf.jpgIM Thumbnailimage/jpeg3571https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/21501/3/texto%20completo.pdf.jpgf52f6aba61264a0848779c7e8dc537a6MD53123456789/215012018-08-29 23:00:50.266oai:locus.ufv.br:123456789/21501Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452018-08-30T02:00:50LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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