Reciclando a crítica nos estudos organizacionais: as tecnologias de gestão colaborativa no contexto da Associação Astriflores

• Autor(a) principal: Souza, Mariana Mayumi Pereira de
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
• Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30113
• topic: Tecnologia e administração – Teses; Tecnologia e ética – Teses; Epistemologia – Teses; Psicanálise – Teses; Ciências Sociais Aplicadas; Administração

A pesquisa desenvolvida nesta tese teve por objetivo geral explicitar como a aplicação das metodologias colaborativas por meio da pesquisa-ação pode gerar conhecimentos integrativos e críticos para a área dos estudos organizacionais e, ao mesmo tempo, contribuir para uma gestão mais equitativa e colaborativa na Associação de Catadores e Triadores de Materiais Recicláveis de Florestal/MG (ASTRIFLORES). Para alcançar tal objetivo, tomou-se como base o Círculo das Matrizes Epistemológicas (CME), de Paula (2012; 2015), bem como os interesses orientadores do conhecimento de Habermas ([1968] 2009a). Assim, propõe-se a reconciliação crítica nos estudos organizacionais, um caminho em espiral que transita por conhecimentos críticos, técnicos e hermenêuticos. O ponto de partida deste caminho é o pensamento crítico frankfurtiano sobre a tecnologia de Marcuse (1979) e Feenberg (1999, 2002, 2010a). Em seguida, foram apresentadas três tecnologias de gestão colaborativa consideradas com potencial para a realização prática dos propósitos críticos e transformadores teoricamente defendidos nesta tese: a Teoria U (SCHARMER, 2010), o Dragon Dreaming (CROFT, 2009) e a Sociocracia (BUCK; VILLINES, 2007). Estas tecnologias foram aplicadas no contexto da Astriflores, com base nos pressupostos metodológicos da pesquisaação (THIOLLENT, 1986; 2009; e outros). Os resultados e desdobramentos das ações coletivamente empreendidas foram analisados a partir de perspectivas gradualmente mais amplas e complexas. Primeiramente, apresenta-se o olhar empírico-analítico. Com foco na mensuração e no monitoramento objetivo das ações e metas propostas, o projeto realizado pode ser considerado um relativo sucesso. Em contrapartida, adicionando o olhar psicanalítico às relações grupais e transferenciais (FREUD, [1921] 1969a; BION, 1970; PICHONRIVIÈRE, 2005, e outros), a relatividade do sucesso é analisada em seus pormenores, revelando suas complexidades. Finalmente, a partir do retorno ao olhar crítico, os pormenores observados no contexto da Astriflores são situados com relação às estruturas latentes do real, evidenciando os potenciais críticos e transformadores das tecnologias de gestão colaborativa. Para concluir, os aspectos críticos e integrativos do conhecimento aqui gerado são explicitados nas considerações finais. Palavras-chave: Gestão colaborativa. Teoria crítica da tecnologia. Círculo das matrizes epistemológicas. Pesquisa-ação. Racionalização subversiva.