Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho, Ramon Gomes de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28220
Resumo: Os mefitídeos são pequenos carnívoros, que assim como outros mamíferos, migraram da América do Norte para a América do Sul durante a Grande Troca Biológica das Américas (GABI). Estes animais são caracterizados por possuírem um mecanismo de defesa bem desenvolvido, onde as glândulas perianais produzem uma substância extremamente desagradável. Conepatus é um dos quatro gêneros da família Mephitidae reportado para diferentes países da América do Sul, com representantes datados desde o Plioceno. Para uma melhor compreensão taxonômica e distribuição geográfica do grupo, este trabalho teve como objetivo analisar quali- quantitativamente a morfologia craniana entre as espécies atuais e os subfósseis do gênero que ocorrem no Brasil. Os resultados obtidos com as análises multivariadas distinguem significativamente as duas espécies de Conepatus ocorrentes no Brasil, ao Sul C. chinga e no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste C. amazonicus. Os exemplares subfósseis foram encontrados em ambientes cársticos situados no estado da Bahia: Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda e Poço Azul. Por meio do estudo morfológico qualitativo, observou-se que estes subfósseis possuem estruturas ósseas com formatos similares às espécies atuais. A retração do osso nasal ao nível da face distal do canino, o desenvolvimento da constrição pós-orbital, a expansão do osso palatino, a morfologia do corpo mandibular bem como dos dentes superiores e inferiores, são variáveis que aproximam os subfósseis da espécie C. amazonicus. Por meio dos testes estatísticos, também foi observado que as variáveis analisadas apresentam 75% de semelhança entre os subfósseis com C. amazonicus, apesar de relativamente maiores que as espécies atuais. Estes resultados corroboram estudos anteriores reconhecendo como válida a espécie C. amazonicus para os exemplares do gênero encontrados na região central do Brasil. Estudos elaborados a partir de evidências paleoambientais demostram que a América do Sul passou por diferenciações na formação vegetacional durante as últimas eras glaciais, alternando ambientes savânicos e terras de pastagens com florestas fechadas. A dispersão destes animais rumo ao interior da América do Sul parece estar ligada às essas grandes oscilações vegetacionais. Como habitantes preferenciais de áreas abertas, eles se expandiram pela América do Sul durante a retração das florestas e posteriormente se isolaram tanto da espécie C. semistriatus, ao Norte, pelo avanço da Floresta Amazônica, quanto de C. chinga, ao Sul, pela expansão da Mata Atlântica. Conclui-se que ocorrem duas espécies de Conepatus no Brasil e que os subfósseis analisados são exemplares válidos do táxon atual C. amazonicus.
id UFV_a55c86abff96c6df378e9862ac2a8032
oai_identifier_str oai:locus.ufv.br:123456789/28220
network_acronym_str UFV
network_name_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
repository_id_str 2145
spelling Carvalho, Ramon Gomes dehttp://lattes.cnpq.br/1244798430359247Giúdice, Gisele Mendes Lessa del2021-09-08T18:29:52Z2021-09-08T18:29:52Z2019-07-12CARVALHO, Ramon Gomes de. Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas. 2019. 88 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.https://locus.ufv.br//handle/123456789/28220Os mefitídeos são pequenos carnívoros, que assim como outros mamíferos, migraram da América do Norte para a América do Sul durante a Grande Troca Biológica das Américas (GABI). Estes animais são caracterizados por possuírem um mecanismo de defesa bem desenvolvido, onde as glândulas perianais produzem uma substância extremamente desagradável. Conepatus é um dos quatro gêneros da família Mephitidae reportado para diferentes países da América do Sul, com representantes datados desde o Plioceno. Para uma melhor compreensão taxonômica e distribuição geográfica do grupo, este trabalho teve como objetivo analisar quali- quantitativamente a morfologia craniana entre as espécies atuais e os subfósseis do gênero que ocorrem no Brasil. Os resultados obtidos com as análises multivariadas distinguem significativamente as duas espécies de Conepatus ocorrentes no Brasil, ao Sul C. chinga e no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste C. amazonicus. Os exemplares subfósseis foram encontrados em ambientes cársticos situados no estado da Bahia: Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda e Poço Azul. Por meio do estudo morfológico qualitativo, observou-se que estes subfósseis possuem estruturas ósseas com formatos similares às espécies atuais. A retração do osso nasal ao nível da face distal do canino, o desenvolvimento da constrição pós-orbital, a expansão do osso palatino, a morfologia do corpo mandibular bem como dos dentes superiores e inferiores, são variáveis que aproximam os subfósseis da espécie C. amazonicus. Por meio dos testes estatísticos, também foi observado que as variáveis analisadas apresentam 75% de semelhança entre os subfósseis com C. amazonicus, apesar de relativamente maiores que as espécies atuais. Estes resultados corroboram estudos anteriores reconhecendo como válida a espécie C. amazonicus para os exemplares do gênero encontrados na região central do Brasil. Estudos elaborados a partir de evidências paleoambientais demostram que a América do Sul passou por diferenciações na formação vegetacional durante as últimas eras glaciais, alternando ambientes savânicos e terras de pastagens com florestas fechadas. A dispersão destes animais rumo ao interior da América do Sul parece estar ligada às essas grandes oscilações vegetacionais. Como habitantes preferenciais de áreas abertas, eles se expandiram pela América do Sul durante a retração das florestas e posteriormente se isolaram tanto da espécie C. semistriatus, ao Norte, pelo avanço da Floresta Amazônica, quanto de C. chinga, ao Sul, pela expansão da Mata Atlântica. Conclui-se que ocorrem duas espécies de Conepatus no Brasil e que os subfósseis analisados são exemplares válidos do táxon atual C. amazonicus.Skunks are small carnivores, that like other animals, migrate from North America to South America during the Great American Biotic Interchange (GABI). The defense mechanism of these animals is well developed, where the perianal glands produce an extremely unpleasant substance. Conepatus is one of the four genera present in the Mephitidae family reported to different countries of South America, with individuals dating from the Pliocene. For a better taxonomic understanding and geographic distribution of the group, we aimed to analyze (quali- quantitatively) the cranial morphology between the current species and the subfossils of the genus that occur in Brazil. The results of multivariate analyzes significantly distinguish the two species of Conepatus that occur in Brazil, in Southern C. chinga and in Southeast, Midwest and Northeast C. amazonicus. The subfossils were found in karst environments in the state of Bahia: Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda and Poço Azul. It was observed in the qualitative morphological study that these subfossils have bone structures with similar shapes to the current species. Retraction of nasal bone at distal canine face, development of postorbital constriction, expansion of the palatine bone, morphology of the mandibular body, as well as the upper and lower teeth, are variables that approach the subfossils of the species C. amazonicus. The variables analyzed in the statistical tests present 75% similarity between the subfossils with C. amazonicus, although relatively larger than the current species. These results corroborate previous studies recognizing as valid the specie C. amazonicus for the specimens of the genus found in the central region of Brazil. Studies undertaken by paleoenvironmental evidence show that South America underwent differentiations in vegetation formation during the last ice ages, alternating savannah environments and grazing lands with closed forests. The dispersion of these animals towards the interior of South America appear to be linked large vegetative oscillations. As preferential inhabitants of open areas, they have expanded through South America during retraction of the forests and subsequently were isolated from both species C. semistriatus, in North, by the advance of the Amazon rainforest, and C. chinga, in South, by the expansion of the Atlantic Forest. We conclude that occur two species of Conepatus in Brazil and that analyzed subfossils are valid specimens of the current taxon C. amazonicus.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorporUniversidade Federal de ViçosaConepatus - Distribuição geográficaMorfometriaCrânioPaleontologia - QuaternárioZoologia - ClassificaçãoPaleozoologiaVariação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicasGeographic variation in cranial characters of Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) of Brazil: taxonomic implicationsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Biologia AnimalMestre em Biologia AnimalViçosa - MG2019-07-12Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf4233440https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28220/1/texto%20completo.pdf6cb93afadd2e83490da843df50d344e6MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28220/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/282202021-09-08 15:31:04.085oai:locus.ufv.br:123456789/28220Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452021-09-08T18:31:04LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
dc.title.pt-BR.fl_str_mv Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
dc.title.en.fl_str_mv Geographic variation in cranial characters of Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) of Brazil: taxonomic implications
title Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
spellingShingle Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
Carvalho, Ramon Gomes de
Conepatus - Distribuição geográfica
Morfometria
Crânio
Paleontologia - Quaternário
Zoologia - Classificação
Paleozoologia
title_short Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
title_full Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
title_fullStr Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
title_full_unstemmed Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
title_sort Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas
author Carvalho, Ramon Gomes de
author_facet Carvalho, Ramon Gomes de
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt-BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1244798430359247
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho, Ramon Gomes de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Giúdice, Gisele Mendes Lessa del
contributor_str_mv Giúdice, Gisele Mendes Lessa del
dc.subject.pt-BR.fl_str_mv Conepatus - Distribuição geográfica
Morfometria
Crânio
Paleontologia - Quaternário
Zoologia - Classificação
topic Conepatus - Distribuição geográfica
Morfometria
Crânio
Paleontologia - Quaternário
Zoologia - Classificação
Paleozoologia
dc.subject.cnpq.fl_str_mv Paleozoologia
description Os mefitídeos são pequenos carnívoros, que assim como outros mamíferos, migraram da América do Norte para a América do Sul durante a Grande Troca Biológica das Américas (GABI). Estes animais são caracterizados por possuírem um mecanismo de defesa bem desenvolvido, onde as glândulas perianais produzem uma substância extremamente desagradável. Conepatus é um dos quatro gêneros da família Mephitidae reportado para diferentes países da América do Sul, com representantes datados desde o Plioceno. Para uma melhor compreensão taxonômica e distribuição geográfica do grupo, este trabalho teve como objetivo analisar quali- quantitativamente a morfologia craniana entre as espécies atuais e os subfósseis do gênero que ocorrem no Brasil. Os resultados obtidos com as análises multivariadas distinguem significativamente as duas espécies de Conepatus ocorrentes no Brasil, ao Sul C. chinga e no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste C. amazonicus. Os exemplares subfósseis foram encontrados em ambientes cársticos situados no estado da Bahia: Toca da Boa Vista, Toca da Barriguda e Poço Azul. Por meio do estudo morfológico qualitativo, observou-se que estes subfósseis possuem estruturas ósseas com formatos similares às espécies atuais. A retração do osso nasal ao nível da face distal do canino, o desenvolvimento da constrição pós-orbital, a expansão do osso palatino, a morfologia do corpo mandibular bem como dos dentes superiores e inferiores, são variáveis que aproximam os subfósseis da espécie C. amazonicus. Por meio dos testes estatísticos, também foi observado que as variáveis analisadas apresentam 75% de semelhança entre os subfósseis com C. amazonicus, apesar de relativamente maiores que as espécies atuais. Estes resultados corroboram estudos anteriores reconhecendo como válida a espécie C. amazonicus para os exemplares do gênero encontrados na região central do Brasil. Estudos elaborados a partir de evidências paleoambientais demostram que a América do Sul passou por diferenciações na formação vegetacional durante as últimas eras glaciais, alternando ambientes savânicos e terras de pastagens com florestas fechadas. A dispersão destes animais rumo ao interior da América do Sul parece estar ligada às essas grandes oscilações vegetacionais. Como habitantes preferenciais de áreas abertas, eles se expandiram pela América do Sul durante a retração das florestas e posteriormente se isolaram tanto da espécie C. semistriatus, ao Norte, pelo avanço da Floresta Amazônica, quanto de C. chinga, ao Sul, pela expansão da Mata Atlântica. Conclui-se que ocorrem duas espécies de Conepatus no Brasil e que os subfósseis analisados são exemplares válidos do táxon atual C. amazonicus.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019-07-12
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-09-08T18:29:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-09-08T18:29:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv CARVALHO, Ramon Gomes de. Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas. 2019. 88 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://locus.ufv.br//handle/123456789/28220
identifier_str_mv CARVALHO, Ramon Gomes de. Variação geográfica em caracteres cranianos de Conepatus Gray, 1837 (Carnivora: Mephitidae) do Brasil: implicações taxonômicas. 2019. 88 f. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.
url https://locus.ufv.br//handle/123456789/28220
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Viçosa
publisher.none.fl_str_mv Universidade Federal de Viçosa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:LOCUS Repositório Institucional da UFV
instname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron:UFV
instname_str Universidade Federal de Viçosa (UFV)
instacron_str UFV
institution UFV
reponame_str LOCUS Repositório Institucional da UFV
collection LOCUS Repositório Institucional da UFV
bitstream.url.fl_str_mv https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28220/1/texto%20completo.pdf
https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28220/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 6cb93afadd2e83490da843df50d344e6
8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)
repository.mail.fl_str_mv fabiojreis@ufv.br
_version_ 1801212935723286528