Alterações endócrinas, concentração urinária de iodo, estado nutricional e uso de agrotóxicos por agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bittencourt, Jersica Martins
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/30392
https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.677
Resumo: De acordo com a lei 7.802, de 11 de julho de 1989 os agrotóxicos são substâncias químicas destinadas a repelir seres vivos considerados indesejáveis e causadores de danos à agricultura. É notável o aumento no uso dessas substâncias, no entanto a sua utilização causa controvérsias, pelo fato de estar relacionada com danos à saúde e ao meio ambiente. Diante disso, o objetivo deste estudo é verificar a associação das alterações endócrinas, concentração urinária de iodo e estado nutricional com uso de agrotóxicos por agricultores familiares de uma região da Zona da Mata de Minas Gerais. Calculou-se a amostra e como resultado, chegou-se a 306 indivíduos (20 a 59 anos), distribuídos proporcionalmente por sexo e residentes rurais dos municípios da Região Geográfica Imediata de Viçosa, que compõem a Zona da Mata de Minas Gerais. Foi realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que em função da pandemia da COVID-19 foi feito por telefone e mediante o aceite dos voluntários, obteve-se também via telefônica utilizando-se questionário semiestruturado informações sobre condições sociodemográficas, uso de agrotóxicos, doenças endócrinas e medidas antropométricas (peso e altura) estas auto relatadas. A coleta de sangue e urina ocorreram no domicílio ou em um local apropriado previamente combinado, seguido as normas de prevenção da COVID-19. O sangue foi coletado para quantificar a tiroxina livre (T4L), hormônio tireoestimulante (TSH), triodotironina (T3), colinesterases totais (ChEs) e acetilcolinesterase (AChE), e a urina para avaliar a concentração urinária de iodo. O sangue coletado por um profissional do laboratório contratado, já a urina foi fornecido um recipiente para o participante realizar a coleta. A análise dos dados foi feita no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0. Foi feito o teste Kolmogorov Smirnoff, para verificar o padrão de normalidade das variáveis, o teste de qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para as variáveis categóricas e a magnitude da associação foi avaliada pela Odds Ratio (OR). A análise de correlação foi feita pelo teste de Spearman. Foi realizada a análise multivariada utilizando-se regressão logística múltipla, além disso, realizou-se teste de postos Mann-Whitney e o teste de médias t de Student. Para todas estas análises foi adotado um α de 5%. Participaram do estudo 306 agricultores familiares, 52% (n=159) do sexo masculino, com média de idade de 43,5 (DP=9,1) anos. Em relação aos agrotóxicos 43,8% (n=135) o utilizam, 74,1% (n=100) usam a mais de dez anos, 88,1% (n=119) não fazem uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) completo, 57,0% (n=77) não seguem a bula, 68,9% (n=93) não respeitam o período de reentrada nas lavouras, 76,3% (n=103) aplicam os agrotóxicos por tempo ≥ 4 horas por dia, 50,3% (n=68) usam mais de três tipos diferentes de agrotóxicos, sendo a classe mais utilizada a dos herbicidas. O tempo de uso de agrotóxicos se correlacionou positivamente com os valores de renda per capita (r=0,125 p=0,029) as ChEs negativamente com escolaridade (r=-0,148 p=0,009) e a AChE positivamente com a idade (r=0,220 p=0,000). Verificou-se que o sexo está associado ao uso de agrotóxicos (p<0,0001), sendo que ser do sexo masculino tem de 39,45 vezes mais chances de usar esses produtos. Foi encontrado elevado percentual de agricultores familiares apresentando excesso de peso e de iodo urinário. Observou-se que a exposição atual e pregressa aos agrotóxicos está associada ao excesso de iodo (OR=1,730; IC 95% 1,100 – 2,721; p=0,017). O modelo múltiplo final mostrou que as alterações endócrinas estão relacionadas com a idade (OR=1,064; IC 95% 1,014 -1,115; p=0,01), uso de agrotóxicos por tempo ≥ 10 anos (OR=3,553; IC 95% 1,536 – 8,220; p<0,01) e sexo feminino (OR=2,785; IC 95% 1,174 – 6,607; p=0,02), sendo que estas variáveis aumentam as chances de alterações endócrinas. Constatou-se diversos fatores que podem levar a consequências negativas para a saúde dos agricultores familiares referente ao uso dos agrotóxicos, a exemplo o longo período de utilização desses produtos e o não uso de EPI. Evidenciou-se a predominância do uso desses produtos, de excesso de peso e iodo urinário, além do uso atual e pregresso de agrotóxicos estar associado ao excesso de iodo urinário, o que chama a atenção para o surgimento de alterações endócrinas tireoidianas no futuro. Por fim, fica evidente a necessidade de incentivar o cultivo de sistemas alimentares de base agroecológica, que não coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Palavras-Chave: Agrotóxicos. Agricultores. Alterações endócrinas.
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spelling Franceschini, Sylvia do Carmo CastroBittencourt, Jersica Martinshttp://lattes.cnpq.br/2846709685083121Priore, Silvia Eloiza2023-02-06T11:28:08Z2023-02-06T11:28:08Z2022-08-09BITTENCOURT, Jersica Martins. Alterações endócrinas, concentração urinária de iodo, estado nutricional e uso de agrotóxicos por agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais. 2022. 92 f. Dissertação (Mestrado em Agroecologia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2022.https://locus.ufv.br//handle/123456789/30392https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.677De acordo com a lei 7.802, de 11 de julho de 1989 os agrotóxicos são substâncias químicas destinadas a repelir seres vivos considerados indesejáveis e causadores de danos à agricultura. É notável o aumento no uso dessas substâncias, no entanto a sua utilização causa controvérsias, pelo fato de estar relacionada com danos à saúde e ao meio ambiente. Diante disso, o objetivo deste estudo é verificar a associação das alterações endócrinas, concentração urinária de iodo e estado nutricional com uso de agrotóxicos por agricultores familiares de uma região da Zona da Mata de Minas Gerais. Calculou-se a amostra e como resultado, chegou-se a 306 indivíduos (20 a 59 anos), distribuídos proporcionalmente por sexo e residentes rurais dos municípios da Região Geográfica Imediata de Viçosa, que compõem a Zona da Mata de Minas Gerais. Foi realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que em função da pandemia da COVID-19 foi feito por telefone e mediante o aceite dos voluntários, obteve-se também via telefônica utilizando-se questionário semiestruturado informações sobre condições sociodemográficas, uso de agrotóxicos, doenças endócrinas e medidas antropométricas (peso e altura) estas auto relatadas. A coleta de sangue e urina ocorreram no domicílio ou em um local apropriado previamente combinado, seguido as normas de prevenção da COVID-19. O sangue foi coletado para quantificar a tiroxina livre (T4L), hormônio tireoestimulante (TSH), triodotironina (T3), colinesterases totais (ChEs) e acetilcolinesterase (AChE), e a urina para avaliar a concentração urinária de iodo. O sangue coletado por um profissional do laboratório contratado, já a urina foi fornecido um recipiente para o participante realizar a coleta. A análise dos dados foi feita no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0. Foi feito o teste Kolmogorov Smirnoff, para verificar o padrão de normalidade das variáveis, o teste de qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para as variáveis categóricas e a magnitude da associação foi avaliada pela Odds Ratio (OR). A análise de correlação foi feita pelo teste de Spearman. Foi realizada a análise multivariada utilizando-se regressão logística múltipla, além disso, realizou-se teste de postos Mann-Whitney e o teste de médias t de Student. Para todas estas análises foi adotado um α de 5%. Participaram do estudo 306 agricultores familiares, 52% (n=159) do sexo masculino, com média de idade de 43,5 (DP=9,1) anos. Em relação aos agrotóxicos 43,8% (n=135) o utilizam, 74,1% (n=100) usam a mais de dez anos, 88,1% (n=119) não fazem uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) completo, 57,0% (n=77) não seguem a bula, 68,9% (n=93) não respeitam o período de reentrada nas lavouras, 76,3% (n=103) aplicam os agrotóxicos por tempo ≥ 4 horas por dia, 50,3% (n=68) usam mais de três tipos diferentes de agrotóxicos, sendo a classe mais utilizada a dos herbicidas. O tempo de uso de agrotóxicos se correlacionou positivamente com os valores de renda per capita (r=0,125 p=0,029) as ChEs negativamente com escolaridade (r=-0,148 p=0,009) e a AChE positivamente com a idade (r=0,220 p=0,000). Verificou-se que o sexo está associado ao uso de agrotóxicos (p<0,0001), sendo que ser do sexo masculino tem de 39,45 vezes mais chances de usar esses produtos. Foi encontrado elevado percentual de agricultores familiares apresentando excesso de peso e de iodo urinário. Observou-se que a exposição atual e pregressa aos agrotóxicos está associada ao excesso de iodo (OR=1,730; IC 95% 1,100 – 2,721; p=0,017). O modelo múltiplo final mostrou que as alterações endócrinas estão relacionadas com a idade (OR=1,064; IC 95% 1,014 -1,115; p=0,01), uso de agrotóxicos por tempo ≥ 10 anos (OR=3,553; IC 95% 1,536 – 8,220; p<0,01) e sexo feminino (OR=2,785; IC 95% 1,174 – 6,607; p=0,02), sendo que estas variáveis aumentam as chances de alterações endócrinas. Constatou-se diversos fatores que podem levar a consequências negativas para a saúde dos agricultores familiares referente ao uso dos agrotóxicos, a exemplo o longo período de utilização desses produtos e o não uso de EPI. Evidenciou-se a predominância do uso desses produtos, de excesso de peso e iodo urinário, além do uso atual e pregresso de agrotóxicos estar associado ao excesso de iodo urinário, o que chama a atenção para o surgimento de alterações endócrinas tireoidianas no futuro. Por fim, fica evidente a necessidade de incentivar o cultivo de sistemas alimentares de base agroecológica, que não coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Palavras-Chave: Agrotóxicos. Agricultores. Alterações endócrinas.According to Law 7,802, of July 11, 1989, pesticides are chemical substances intended to repel living beings considered undesirable and causing damage to agriculture. The increase in the use of these substances is notable, however their use causes controversy, as it is related to damage to health and the environment. Therefore, the objective of this study is to verify the association of endocrine alterations, urinary iodine concentration and nutritional status with the use of pesticides by family farmers in a region of the Zona da Mata of Minas Gerais. The sample was calculated and, as a result, we reached 306 individuals (20 to 59 years old), distributed proportionally by sex and rural residents of the municipalities of the Immediate Geographical Region of Viçosa, which make up the Zona da Mata of Minas Gerais. The Free and Informed Consent Term was read, which, due to the COVID-19 pandemic, was done by telephone and with the acceptance of the volunteers, it was also obtained via telephone using a semi-structured questionnaire, information on sociodemographic conditions, use of pesticides, endocrine diseases and anthropometric measurements (weight and height) are self- reported. Blood and urine collection took place at home or in an appropriate place previously agreed, following the guidelines for the prevention of COVID-19. Blood was collected to quantify free thyroxine (T4L), thyroid stimulating hormone (TSH), triodothyronine (T3), total cholinesterases (ChEs) and acetylcholinesterase (AChE), and urine to assess urinary iodine concentration. The blood was collected by a hired laboratory professional, and the urine was provided in a container for the participant to carry out the collection. Data analysis was performed using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 23.0. The Kolmogorov Smirnoff test was performed to verify the normality pattern of the variables, Pearson's chi-square test or Fisher's exact test for categorical variables and the magnitude of the association was evaluated by the Odds Ratio (OR). Correlation analysis was performed using the Spearman test. Multivariate analysis was performed using multiple logistic regression, in addition, the Mann-Whitney rank test and the Student's t-mean test were performed. For all these analyses, an α of 5% was adopted. A total of 306 family farmers participated in the study, 52% (n=159) were male, with a mean age of 43.5 (SD=9.1) years. Regarding pesticides, 43.8% (n=135) use them, 74.1% (n=100) use them for more than ten years, 88.1% (n=119) do not use Personal Protective Equipment ( PPE) complete, 57.0% (n=77) do not follow the instructions, 68.9% (n=93) do not respect the period of re-entry into the fields, 76.3% (n=103) apply pesticides for a period of time ≥ 4 hours a day, 50.3% (n=68) use more than three different types of pesticides, the most used class being herbicides. The time of pesticide use was positively correlated with the values of per capita income (r=0.125 p=0.029), ChEs negatively correlated with schooling (r=-0.148 p=0.009) and AChE positively with age (r=0.220 p =0.000). It was found that gender is associated with the use of pesticides (p<0.0001), and being male is 39.45 times more likely to use these products. A high percentage of family farmers was found to have excess weight and urinary iodine. It was observed that current and previous exposure to pesticides is associated with excess iodine (OR=1.730; 95% CI 1.100 – 2.721; p=0.017). The final multiple model showed that endocrine changes are related to age (OR=1.064; 95% CI 1.014 -1.115; p=0.01), pesticide use for ≥ 10 years (OR=3.553; 95% CI 1.536 – 8.220; p<0.01) and female sex (OR=2.785; 95% CI 1.174 – 6.607; p=0.02), and these variables increase the chances of endocrine changes. Several factors were found that can lead to negative consequences for the health of family farmers regarding the use of pesticides, such as the long period of use of these products and the non- use of PPE. The predominance of the use of these products, overweight and urinary iodine, was evidenced, in addition to the current and previous use of pesticides being associated with excess urinary iodine, which draws attention to the emergence of thyroid endocrine changes in the future. Finally, the need to encourage the cultivation of agroecologically based food systems that do not endanger human health and the environment is evident. Keywords: Pesticides. Farmers. Endocrine changes.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorFundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas GeraisporUniversidade Federal de ViçosaAgroecologiaProdutos químicos agrícolas - Efeito fisiológicoToxicologia endócrinaTrabalhadores rurais - Zona da Mata (MG: Mesorregião)Estado nutricionalAnálise Nutricional de PopulaçãoAlterações endócrinas, concentração urinária de iodo, estado nutricional e uso de agrotóxicos por agricultores familiares da Zona da Mata de Minas GeraisEndocrine changes, urinary concentration of iodine, nutritional status and use of pesticides by family farmers in the immediate geographic region of Viçosa – MGinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Nutrição e SaúdeMestre em AgroecologiaViçosa - MG2022-08-09Mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf740594https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/30392/1/texto%20completo.pdf1df84468f0c81fce556728663a4540feMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/30392/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/303922023-02-15 14:50:00.707oai:locus.ufv.br:123456789/30392Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452023-02-15T17:50LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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Análise Nutricional de População
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description De acordo com a lei 7.802, de 11 de julho de 1989 os agrotóxicos são substâncias químicas destinadas a repelir seres vivos considerados indesejáveis e causadores de danos à agricultura. É notável o aumento no uso dessas substâncias, no entanto a sua utilização causa controvérsias, pelo fato de estar relacionada com danos à saúde e ao meio ambiente. Diante disso, o objetivo deste estudo é verificar a associação das alterações endócrinas, concentração urinária de iodo e estado nutricional com uso de agrotóxicos por agricultores familiares de uma região da Zona da Mata de Minas Gerais. Calculou-se a amostra e como resultado, chegou-se a 306 indivíduos (20 a 59 anos), distribuídos proporcionalmente por sexo e residentes rurais dos municípios da Região Geográfica Imediata de Viçosa, que compõem a Zona da Mata de Minas Gerais. Foi realizada a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que em função da pandemia da COVID-19 foi feito por telefone e mediante o aceite dos voluntários, obteve-se também via telefônica utilizando-se questionário semiestruturado informações sobre condições sociodemográficas, uso de agrotóxicos, doenças endócrinas e medidas antropométricas (peso e altura) estas auto relatadas. A coleta de sangue e urina ocorreram no domicílio ou em um local apropriado previamente combinado, seguido as normas de prevenção da COVID-19. O sangue foi coletado para quantificar a tiroxina livre (T4L), hormônio tireoestimulante (TSH), triodotironina (T3), colinesterases totais (ChEs) e acetilcolinesterase (AChE), e a urina para avaliar a concentração urinária de iodo. O sangue coletado por um profissional do laboratório contratado, já a urina foi fornecido um recipiente para o participante realizar a coleta. A análise dos dados foi feita no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0. Foi feito o teste Kolmogorov Smirnoff, para verificar o padrão de normalidade das variáveis, o teste de qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para as variáveis categóricas e a magnitude da associação foi avaliada pela Odds Ratio (OR). A análise de correlação foi feita pelo teste de Spearman. Foi realizada a análise multivariada utilizando-se regressão logística múltipla, além disso, realizou-se teste de postos Mann-Whitney e o teste de médias t de Student. Para todas estas análises foi adotado um α de 5%. Participaram do estudo 306 agricultores familiares, 52% (n=159) do sexo masculino, com média de idade de 43,5 (DP=9,1) anos. Em relação aos agrotóxicos 43,8% (n=135) o utilizam, 74,1% (n=100) usam a mais de dez anos, 88,1% (n=119) não fazem uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) completo, 57,0% (n=77) não seguem a bula, 68,9% (n=93) não respeitam o período de reentrada nas lavouras, 76,3% (n=103) aplicam os agrotóxicos por tempo ≥ 4 horas por dia, 50,3% (n=68) usam mais de três tipos diferentes de agrotóxicos, sendo a classe mais utilizada a dos herbicidas. O tempo de uso de agrotóxicos se correlacionou positivamente com os valores de renda per capita (r=0,125 p=0,029) as ChEs negativamente com escolaridade (r=-0,148 p=0,009) e a AChE positivamente com a idade (r=0,220 p=0,000). Verificou-se que o sexo está associado ao uso de agrotóxicos (p<0,0001), sendo que ser do sexo masculino tem de 39,45 vezes mais chances de usar esses produtos. Foi encontrado elevado percentual de agricultores familiares apresentando excesso de peso e de iodo urinário. Observou-se que a exposição atual e pregressa aos agrotóxicos está associada ao excesso de iodo (OR=1,730; IC 95% 1,100 – 2,721; p=0,017). O modelo múltiplo final mostrou que as alterações endócrinas estão relacionadas com a idade (OR=1,064; IC 95% 1,014 -1,115; p=0,01), uso de agrotóxicos por tempo ≥ 10 anos (OR=3,553; IC 95% 1,536 – 8,220; p<0,01) e sexo feminino (OR=2,785; IC 95% 1,174 – 6,607; p=0,02), sendo que estas variáveis aumentam as chances de alterações endócrinas. Constatou-se diversos fatores que podem levar a consequências negativas para a saúde dos agricultores familiares referente ao uso dos agrotóxicos, a exemplo o longo período de utilização desses produtos e o não uso de EPI. Evidenciou-se a predominância do uso desses produtos, de excesso de peso e iodo urinário, além do uso atual e pregresso de agrotóxicos estar associado ao excesso de iodo urinário, o que chama a atenção para o surgimento de alterações endócrinas tireoidianas no futuro. Por fim, fica evidente a necessidade de incentivar o cultivo de sistemas alimentares de base agroecológica, que não coloquem em risco a saúde humana e o meio ambiente. Palavras-Chave: Agrotóxicos. Agricultores. Alterações endócrinas.
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dc.identifier.citation.fl_str_mv BITTENCOURT, Jersica Martins. Alterações endócrinas, concentração urinária de iodo, estado nutricional e uso de agrotóxicos por agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais. 2022. 92 f. Dissertação (Mestrado em Agroecologia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2022.
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