Saúde dos estudantes de graduação de Instituições Federais Brasileiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Simplício, Mayla Paula Torres
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: LOCUS Repositório Institucional da UFV
Texto Completo: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28132
Resumo: Embora o conhecimento sobre a relação entre a vida universitária e a saúde dos estudantes seja fundamental para a formulação de intervenções e políticas, os trabalhos sobre o tema ainda são limitados, especialmente no contexto brasileiro. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar o perfil de saúde e fatores associados entre estudantes de graduação de instituições federais brasileiras. Trata-se de um estudo observacional, transversal, com amostragem por conveniência, realizado em 2014/2015, envolvendo dados institucionais e questionário on-line autopreenchido, analisados por meio de medidas de frequência, tendência central/dispersão e regressão logística. Entre os 130.947 estudantes avaliados, 79,6% relataram dificuldade emocional com interferência no ano acadêmico anterior (4% pensamento suicida), 75,4% realizavam um baixo número de refeições (< 5/dia), 70,2% tinham uma baixa pratica de atividade física (< 3 vezes/semana) e 62,9% relataram uso de bebidas alcóolicas, 11,1% de tabaco e 7,4% de drogas ilícitas. Comparando as regiões do país, observou-se um cenário de saúde mental mais positivo na região Norte, assim como uso menos frequente de álcool, tabaco e drogas ilícitas. Já a região Sul, apresentou relatos mais frequentes de uso de bebidas alcoólicas e medicações psiquiátricas, mas menos frequentes de baixa prática de atividade física. Na região Nordeste, observou-se baixa prática de atividade física mais prevalente e, na região Sudeste, a ansiedade. Já entre os fatores associados à saúde dos universitários, identificou-se maior chance da baixa prática de atividade física entre estudantes de cursos noturnos, fora da área da saúde, cotistas, que não residiam com a família/moradia universitária, que não realizavam as principais refeições em casa, com assistência estudantil em alimentação, de movimentos religiosos, com maior tempo de deslocamento para universidade e com relatos de dificuldades (financeiras, adaptação, disciplina/hábito de estudo e carga excessiva estudantil). Ainda, foram associados à maior chance do baixo número de refeições: cursos de turno integral, fora da área da saúde, campus avançado, não residir em família, não realizar as principais refeições em casa, atuar em movimento estudantil, maior tempo de deslocamento para universidade e relatos de dificuldades (financeiras e adaptação). Maiores chances de relato de pensamento suicida foram observadas entre universitários que eram das áreas de linguística/letras/artes, ciências humanas, biológicas e exatas/da terra, se dedicavam mais de 25 horas/semana aos estudos extraclasse, possuíam a intenção em mudar de curso ou tinham dúvidas, residiam sozinhos, já participaram de acompanhamento psicológico, apresentaram baixa prática de atividade física e número de refeições, relataram uso na vida de medicação psiquiátrica e uso de tabaco/drogas ilícitas. Foram também identificadas maiores chances do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre universitários que não residiam com a família, atuaram em movimentos artístico-cultural, ecológico, estudantil e político, participaram de atividades em assistência estudantil em cultura, possuíam dúvidas sobre trocar de curso e relataram dificuldades (relação professor-estudante, financeiras ou falta de disciplina/hábito de estudo). Concluiu-se que diversos fatores relacionados à vida acadêmica nas universidades estão associados à saúde dos seus estudantes e, estes achados, podem ajudar a elaborar políticas públicas direcionadas às instituições de ensino. Palavras-chave: Universidades. Estudantes. Saúde Pública. Exercício Físico. Refeições. Suicídio. Saúde Mental. Consumo de Álcool na Faculdade. Uso de Tabaco. Drogas Ilícitas.
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Trata-se de um estudo observacional, transversal, com amostragem por conveniência, realizado em 2014/2015, envolvendo dados institucionais e questionário on-line autopreenchido, analisados por meio de medidas de frequência, tendência central/dispersão e regressão logística. Entre os 130.947 estudantes avaliados, 79,6% relataram dificuldade emocional com interferência no ano acadêmico anterior (4% pensamento suicida), 75,4% realizavam um baixo número de refeições (< 5/dia), 70,2% tinham uma baixa pratica de atividade física (< 3 vezes/semana) e 62,9% relataram uso de bebidas alcóolicas, 11,1% de tabaco e 7,4% de drogas ilícitas. Comparando as regiões do país, observou-se um cenário de saúde mental mais positivo na região Norte, assim como uso menos frequente de álcool, tabaco e drogas ilícitas. Já a região Sul, apresentou relatos mais frequentes de uso de bebidas alcoólicas e medicações psiquiátricas, mas menos frequentes de baixa prática de atividade física. Na região Nordeste, observou-se baixa prática de atividade física mais prevalente e, na região Sudeste, a ansiedade. Já entre os fatores associados à saúde dos universitários, identificou-se maior chance da baixa prática de atividade física entre estudantes de cursos noturnos, fora da área da saúde, cotistas, que não residiam com a família/moradia universitária, que não realizavam as principais refeições em casa, com assistência estudantil em alimentação, de movimentos religiosos, com maior tempo de deslocamento para universidade e com relatos de dificuldades (financeiras, adaptação, disciplina/hábito de estudo e carga excessiva estudantil). Ainda, foram associados à maior chance do baixo número de refeições: cursos de turno integral, fora da área da saúde, campus avançado, não residir em família, não realizar as principais refeições em casa, atuar em movimento estudantil, maior tempo de deslocamento para universidade e relatos de dificuldades (financeiras e adaptação). Maiores chances de relato de pensamento suicida foram observadas entre universitários que eram das áreas de linguística/letras/artes, ciências humanas, biológicas e exatas/da terra, se dedicavam mais de 25 horas/semana aos estudos extraclasse, possuíam a intenção em mudar de curso ou tinham dúvidas, residiam sozinhos, já participaram de acompanhamento psicológico, apresentaram baixa prática de atividade física e número de refeições, relataram uso na vida de medicação psiquiátrica e uso de tabaco/drogas ilícitas. Foram também identificadas maiores chances do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas entre universitários que não residiam com a família, atuaram em movimentos artístico-cultural, ecológico, estudantil e político, participaram de atividades em assistência estudantil em cultura, possuíam dúvidas sobre trocar de curso e relataram dificuldades (relação professor-estudante, financeiras ou falta de disciplina/hábito de estudo). Concluiu-se que diversos fatores relacionados à vida acadêmica nas universidades estão associados à saúde dos seus estudantes e, estes achados, podem ajudar a elaborar políticas públicas direcionadas às instituições de ensino. Palavras-chave: Universidades. Estudantes. Saúde Pública. Exercício Físico. Refeições. Suicídio. Saúde Mental. Consumo de Álcool na Faculdade. Uso de Tabaco. Drogas Ilícitas.Although knowledge about the relationship between university life and student health is essential for the formulation of interventions and policies, studies on the subject are still limited. Thus, this research aimed to analyze the health profile and the factors associated in Brazilian Federal Institutions. This is a observational, cross-sectional study, with convenience sampling, conducted in 2014/2015, involving institutional data and a self-completed online questionnaire, analyzed using measures of frequency, central tendency/dispersion and logistic regression. Among 130,947 students, 79.6% reported some emotional difficulty with interference in the previous academic year (4% suicidal thought), 75.4% consumed low number of meals (< 5/day), 70.2% presented low physical activity practice (<3 times/week), and 62.9% reported use of alcoholic beverages, 11.1% of tobacco and 7.4% of illicit drugs. Comparing the regions of the country, we observed a more positive mental scenario in the North region, walking along with the less frequent use of alcohol, tobacco, and illicit drugs. On the other hand, the South region reported more frequent use of alcoholic beverages and psychiatric medications, but less frequent of low physical activity practice. In the Northeast region, we observed the most prevalent low physical activity practice and in the Southeast region the anxiety. Among the factors associated with the health of university students, a higher odds of low physical activity practice was identified among students of night courses, outside the health area, quota, who did not live with their family/university housing, who did not have their main meals at home, with student assistance with food, religious movements, with a longer travel time to university and with reports of difficulties (financial, adaptation, study discipline/habit and excessive student load). Additionally, were associated with a greater odds of low number of meals: full courses, outside the health area, advanced campus, not residing with the family, not having their main meals at home, student movement, longer travel time to the university and reports of difficulties (financial and adaptation). The college students who were from linguistics/language/arts, human, biological and exact/earth sciences, devoted more than 25 hours/week to extra-class studies, had doubts or intention to change course, lived alone, had participated in psychological counseling, presented low physical activity practice and number of meals, reported lifetime use of psychiatric medication and used tobacco/illicit drugs, presented a higher odds of reporting suicidal thought. Higher odds of using alcohol, tobacco and illicit drug were identified among college students who did not reside with family, were active in artistic-cultural, ecological, student and political, participated in activities in student assistance in culture, had doubts about changing courses, and reported difficulties (teacher-student relationship, financial or lack of discipline/study habit). It was concluded that several factors related to universities are associated with the health of their students and, these findings, can help to elaborate public policies directed to educational institutions. Keywords: Universities. Students. Public Health. Exercise. Meals. Suicide. Mental Health. Alcohol Drinking in College. Tobacco Use. Illicit Drugs.porUniversidade Federal de ViçosaUniversidades e faculdades públicasEstudantesSaúde públicaExercícios físicosRefeiçõesCiência da NutriçãoSaúde dos estudantes de graduação de Instituições Federais BrasileirasHealth of college students of Brazilian Federal Institutionsinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal de ViçosaDepartamento de Nutrição e SaúdeDoutor em Ciência da NutriçãoViçosa - MG2021-05-13Doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:LOCUS Repositório Institucional da UFVinstname:Universidade Federal de Viçosa (UFV)instacron:UFVORIGINALtexto completo.pdftexto completo.pdftexto completoapplication/pdf3224358https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28132/1/texto%20completo.pdf4d14d05a1748742f9dc269aef85e0832MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81748https://locus.ufv.br//bitstream/123456789/28132/2/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD52123456789/281322021-08-27 11:35:21.891oai:locus.ufv.br:123456789/28132Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.locus.ufv.br/oai/requestfabiojreis@ufv.bropendoar:21452021-08-27T14:35:21LOCUS Repositório Institucional da UFV - Universidade Federal de Viçosa (UFV)false
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