Os efeitos das políticas de incentivos fiscais nas finanças públicas dos municípios brasileiros
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | LOCUS Repositório Institucional da UFV |
Texto Completo: | https://locus.ufv.br//handle/123456789/30412 https://doi.org/10.47328/ufvbbt.2022.780 |
Resumo: | O pacto federativo proposto pela Constituição Federal de 1988 elevou o município a condição de ente federado e ampliou suas funções em diferentes áreas sociais como, por exemplo, saúde, educação e habitação. Entretanto, não foi ampliado sua autonomia fiscal, o que deixou a maioria dos municípios brasileiros, em especial os de pequeno porte, dependendo quase que exclusivamente da partilha tributária originaria de outras esferas de governo. Com isso, a questão tributária na ótica do federalismo fiscal se torna de grande relevância considerando que seu sistema de partilha tem reflexo indubitável na dinâmica federativa. Desta forma, a política fiscal implementada pelo governo central pode interferir nos repasses de recursos para os municípios, influenciar no orçamento municipal, interferindo assim na sua condição de alocar bens e serviços para a população. Neste cenário, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos das políticas de incentivos fiscais, aplicadas conjuntamente sobre o IPI, ICMS exportação, PIS e COFINS, sobre o repasse de recursos e equilibro orçamentário dos municípios brasileiros. Para alcançar os objetivos, o estudo baseou-se pela teoria econômica da descentralização fiscal e pela teoria econômica da regulação. Para o procedimento metodológico foram utilizados técnicas de estatística descritiva e modelos de regressão de dados em painel para todos os municípios brasileiros entre os anos de 1999 e 2017. Os principais resultados indicaram que os efeitos dos incentivos fiscais foram negativos para o equilíbrio das finanças municipais em todos os estratos populacionais analisados, entre eles o dos municípios com menos de 50.000 habitantes. Além disso, os efeitos também foram negativos para o equilibro das finanças dos municípios localizados nas regiões Sul e Centro- oeste e positivo nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste do país. Os achados além de apontar que as políticas de isenções fiscais em geral não contribuíram para o equilibro das finanças dos municípios brasileiros, indicam que em um cenário de descentralização fiscal, implantação simultânea de múltiplas políticas de isenções fiscais dependentes uma das outras pode afetar a condição desses entes em alocar bens e serviços para sua população. Palavras-Chave: Incentivos fiscais. Finanças Públicas. Política Tributária. |
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Os efeitos das políticas de incentivos fiscais nas finanças públicas dos municípios brasileirosThe effects of tax incentive policies on the public finances of brazilian municipalitiesPolítica tributáriaFinanças públicas - Brasil - MunicípiosAutonomia municipalAdministração PúblicaO pacto federativo proposto pela Constituição Federal de 1988 elevou o município a condição de ente federado e ampliou suas funções em diferentes áreas sociais como, por exemplo, saúde, educação e habitação. Entretanto, não foi ampliado sua autonomia fiscal, o que deixou a maioria dos municípios brasileiros, em especial os de pequeno porte, dependendo quase que exclusivamente da partilha tributária originaria de outras esferas de governo. Com isso, a questão tributária na ótica do federalismo fiscal se torna de grande relevância considerando que seu sistema de partilha tem reflexo indubitável na dinâmica federativa. Desta forma, a política fiscal implementada pelo governo central pode interferir nos repasses de recursos para os municípios, influenciar no orçamento municipal, interferindo assim na sua condição de alocar bens e serviços para a população. Neste cenário, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos das políticas de incentivos fiscais, aplicadas conjuntamente sobre o IPI, ICMS exportação, PIS e COFINS, sobre o repasse de recursos e equilibro orçamentário dos municípios brasileiros. Para alcançar os objetivos, o estudo baseou-se pela teoria econômica da descentralização fiscal e pela teoria econômica da regulação. Para o procedimento metodológico foram utilizados técnicas de estatística descritiva e modelos de regressão de dados em painel para todos os municípios brasileiros entre os anos de 1999 e 2017. Os principais resultados indicaram que os efeitos dos incentivos fiscais foram negativos para o equilíbrio das finanças municipais em todos os estratos populacionais analisados, entre eles o dos municípios com menos de 50.000 habitantes. Além disso, os efeitos também foram negativos para o equilibro das finanças dos municípios localizados nas regiões Sul e Centro- oeste e positivo nas regiões Sudeste, Norte e Nordeste do país. Os achados além de apontar que as políticas de isenções fiscais em geral não contribuíram para o equilibro das finanças dos municípios brasileiros, indicam que em um cenário de descentralização fiscal, implantação simultânea de múltiplas políticas de isenções fiscais dependentes uma das outras pode afetar a condição desses entes em alocar bens e serviços para sua população. Palavras-Chave: Incentivos fiscais. Finanças Públicas. Política Tributária.The federal pact proposed by the Federal Constitution of 1988 raised the municipality to the condition of a federated entity and expanded its functions in different social areas, such as health, education and housing. However, its fiscal autonomy was not expanded, which left the majority of Brazilian municipalities, especially the small ones, depending almost exclusively on the tax sharing originating from other spheres of government. With this, the tax issue from the perspective of fiscal federalism becomes of great relevance considering that its sharing system has an undoubted reflection on the federative dynamics. In this way, the fiscal policy implemented by the central government can interfere with the transfer of resources to the municipalities, influence the municipal budget, thus interfering with its condition of allocating goods and services to the population. In this scenario, this study aimed to evaluate the effects of tax incentive policies, applied jointly on the IPI, export ICMS, PIS and COFINS, on the transfer of resources and budgetary balance of Brazilian municipalities. To achieve the objectives, the study was based on the economic theory of fiscal decentralization and the economic theory of regulation. For the methodological procedure, descriptive statistics techniques and panel data regression models were used for all Brazilian municipalities between the years 1999 and 2017. The main results indicated that the effects of tax incentives were negative for the balance of municipal finances in all population strata analyzed, including municipalities with less than 50,000 inhabitants. In addition, the effects were also negative for the financial balance of municipalities located in the South and Midwest regions and positive in the Southeast, North and Northeast regions of the country. The findings, in addition to pointing out that tax exemption policies in general did not contribute to the balance of finances in Brazilian municipalities, indicate that in a scenario of fiscal decentralization, the simultaneous implementation of multiple tax exemption policies dependent on one another can affect the condition of these entities in allocating goods and services to its population Keywords: Tax breaks. Public finances. Tax PolicyUniversidade Federal de ViçosaAdministraçãoAbrantes, Luiz Antôniohttp://lattes.cnpq.br/2270502181985004Júnior, Antônio Carlos BrunoziMiranda, Marconi Silva2023-02-10T19:11:14Z2023-02-10T19:11:14Z2022-12-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfMIRANDA, Marconi Silva. Os efeitos das políticas de incentivos fiscais nas finanças públicas dos municípios brasileiros. 2022.130 f. 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