A ecologia do contato de línguas e a relexificação no crioulo afroportuguês de Casamança, Senegal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mane, Djiby
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Ecolinguística
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/49000
Resumo: Originado do contato entre portugueses e africanos na costa ocidental africana, o crioulo casamancês é falado em Ziguinchor, região sul do Senegal. Sincronicamente, se dá contato por razões fronteiriças e/ou migratórias com a Guiné-Bissau, sem contar o contato interno com o francês e o wolof. Devido a esses contatos diacrônico e sincrônico, o crioulo casamancês sofre a relexificação – processo pelo qual uma língua muda seu léxico sem alterar drasticamente a gramática da língua. Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo analisar a relexificação no crioulo afro-português de Casamança, Senegal, a fim de averiguar a influência das línguas com as quais convive diariamente. Como viés metodológico, fez-se uso da via qualitativa de caráter exploratório, com base nos estudos de Nunez (2015) e Rougé (2004). Quanto à base teórica, recorri aos estudos de Biagui (2012), Calvet (1999), Couto (1996, 2007, 2015, 2017), Kihm (1980) e Lefebvre (1997), Mufwene (2008) e Thomason (2001). A análise de 60 palavras colhidas em Nunez (2015) e Rougé (2004) apontou relexificação com 46,66% de palavras do mandinga, 31,66% do wolof, 10% do balanta, 6,66% do francês e 5% do manjaco. Nota-se que o mandinga (46,66%) é a principal fonte de relexificação do casamancês, seguido do wolof, língua nacional mais falada no Senegal, com 31,66.
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