Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anuário Antropológico (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352 |
Resumo: | Cada sociedade humana ou época tem, manifestamente, um núcleo de preocupações ou temas em torno dos quais são construídas partes significativas de seus sistemas simbólicos. O trabalho do antropólogo, como intérprete, consiste em detectá-los, expor analíticamente a maneira como que eles são tratados na cultura em questão e iluminar a forma como orientam a interação social. Como tentarei demonstrar, nos cultos xangô da tradição Nagô, um dos motivos recorrentes nas representações e na organização social dos seus membros é o esforço sistemático de liberar asi categorias de parentesco, de personalidade, de gênero e sexualidade das determinações biológicas e biogenéticas a que se encontram ligados na ideologia dominante da sociedade brasileira, assim como remover a instituição do matrimônio da posição pivô que ela ocupa na estrutura social, de acordo com essa ideologia. Estas duas características da visão do mundo do xangô, parece-me, podem ser relacionadas à experiência histórica da sociedade escravocrata no Brasil, já que dela emergiu o gruipo humano que originou o culto. |
id |
UNB-23_92edbb38afb147b96abda422950b246f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6352 |
network_acronym_str |
UNB-23 |
network_name_str |
Anuário Antropológico (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do RecifeAntropologiaCada sociedade humana ou época tem, manifestamente, um núcleo de preocupações ou temas em torno dos quais são construídas partes significativas de seus sistemas simbólicos. O trabalho do antropólogo, como intérprete, consiste em detectá-los, expor analíticamente a maneira como que eles são tratados na cultura em questão e iluminar a forma como orientam a interação social. Como tentarei demonstrar, nos cultos xangô da tradição Nagô, um dos motivos recorrentes nas representações e na organização social dos seus membros é o esforço sistemático de liberar asi categorias de parentesco, de personalidade, de gênero e sexualidade das determinações biológicas e biogenéticas a que se encontram ligados na ideologia dominante da sociedade brasileira, assim como remover a instituição do matrimônio da posição pivô que ela ocupa na estrutura social, de acordo com essa ideologia. Estas duas características da visão do mundo do xangô, parece-me, podem ser relacionadas à experiência histórica da sociedade escravocrata no Brasil, já que dela emergiu o gruipo humano que originou o culto.Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia2018-01-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54Anuário Antropológico; Vol. 10 Núm. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54Anuário Antropológico; v. 10 n. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-542357-738X0102-4302reponame:Anuário Antropológico (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352/7677Copyright (c) 1986 Anuário Antropológicohttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSegato, Rita Laura2023-06-14T17:49:25Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/6352Revistahttps://journals.openedition.org/aa/PUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/oairevista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com2357-738X0102-4302opendoar:2023-06-14T17:49:25Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
title |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
spellingShingle |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife Segato, Rita Laura Antropologia |
title_short |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
title_full |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
title_fullStr |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
title_full_unstemmed |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
title_sort |
Inventando a natureza: família, sexo e gênero no Xangô do Recife |
author |
Segato, Rita Laura |
author_facet |
Segato, Rita Laura |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Segato, Rita Laura |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Antropologia |
topic |
Antropologia |
description |
Cada sociedade humana ou época tem, manifestamente, um núcleo de preocupações ou temas em torno dos quais são construídas partes significativas de seus sistemas simbólicos. O trabalho do antropólogo, como intérprete, consiste em detectá-los, expor analíticamente a maneira como que eles são tratados na cultura em questão e iluminar a forma como orientam a interação social. Como tentarei demonstrar, nos cultos xangô da tradição Nagô, um dos motivos recorrentes nas representações e na organização social dos seus membros é o esforço sistemático de liberar asi categorias de parentesco, de personalidade, de gênero e sexualidade das determinações biológicas e biogenéticas a que se encontram ligados na ideologia dominante da sociedade brasileira, assim como remover a instituição do matrimônio da posição pivô que ela ocupa na estrutura social, de acordo com essa ideologia. Estas duas características da visão do mundo do xangô, parece-me, podem ser relacionadas à experiência histórica da sociedade escravocrata no Brasil, já que dela emergiu o gruipo humano que originou o culto. |
publishDate |
2018 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2018-01-25 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352 |
url |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6352/7677 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 1986 Anuário Antropológico https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 1986 Anuário Antropológico https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia |
publisher.none.fl_str_mv |
Brasília DF: Universidade de Brasília Instituto de Ciências Sociais Departamento de Antropologia |
dc.source.none.fl_str_mv |
Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54 Anuário Antropológico; Vol. 10 Núm. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54 Anuário Antropológico; Vol. 10 No. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54 Anuário Antropológico; v. 10 n. 1 (1986): Anuário Antropológico; 11-54 2357-738X 0102-4302 reponame:Anuário Antropológico (Online) instname:Universidade de Brasília (UnB) instacron:UNB |
instname_str |
Universidade de Brasília (UnB) |
instacron_str |
UNB |
institution |
UNB |
reponame_str |
Anuário Antropológico (Online) |
collection |
Anuário Antropológico (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Anuário Antropológico (Online) - Universidade de Brasília (UnB) |
repository.mail.fl_str_mv |
revista.anuario.antropologico@gmail.com || Revista.anuario.antropologico@gmail.com |
_version_ |
1797225471991087104 |