A peleja entre a gramática e o falar nordestino : versando voz e identidade no cordel

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barros, Marina Alvarenga do Rêgo
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Monografias da UnB
Texto Completo: http://bdm.unb.br/handle/10483/7122
Resumo: Monografia (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, 2013.
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spelling Barros, Marina Alvarenga do RêgoRodrigues, Ulisdete Rodrigues de SousaBARROS, Marina Alvarenga do Rêgo. A peleja entre a gramática e o falar nordestino: versando voz e identidade no cordel. 2013. 71 f., il. Monografia (Bacharelado em Letras Português)—Universidade de Brasília, Brasília, 2013.http://bdm.unb.br/handle/10483/7122Monografia (graduação)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Linguística, Português e Línguas Clássicas, 2013.Este estudo aborda a temática do preconceito linguístico direcionado aos falantes do Nordeste. É evidenciado o conhecimento e emprego, pelos nordestinos, da Gramática Tradicional (GT) que toda a demais população brasileira desconsidera. Isso é feito com o intuito de desconstruir as afirmações dos comandos paragramaticais (BAGNO, 2004) – nomenclatura que identifica manifestações de purismo linguístico. O fenômeno linguístico apreciado foi o uso do pronome pessoal oblíquo átono lhe. É sabido que a GT prescreve que o lhe deve ser usado somente em referência à terceira pessoa do discurso e exercendo função sintática de objeto indireto. No cenário geral brasileiro, porém, o pronome, nas raras vezes em que é utilizado, tem como referente a segunda pessoa do discurso, além de ser atribuída a ele a função de objeto direto cada vez mais frequentemente. A hipótese levantada é de que a população nordestina, em contraste com o resto do País, faz uso do pronome de forma alinhada às regras da GT em sua fala rotineira e em contextos de baixo monitoramento. A investida de comprovação da hipótese inicial deu-se pela análise da linguagem empregada em cordéis desta região, com foco especial nos do Ceará, assumindo que estes são representação fidedigna dos hábitos de fala informal dos nordestinos. Tal assunção parte do preceito de que o cordel é escrito com linguagem muito semelhante à linguagem oral, e de que o texto publicado mantém-se arraigado aos hábitos populares de fala por não ser submetido a rigoroso processo editorial. Os resultados atestaram a suposição, desconstruindo o frágil argumento dos comandos paragramaticais, que julgam que o nordestino desconhece as determinações da Gramática Tradicional. É defendido que a população do Nordeste domina as especificações da GT de forma equivalente ao resto do Brasil e que todos os brasileiros fogem a ela em alguns pontos. Dessa forma, é inapropriado julgar que há um modo “correto” e um “errado” na Língua, e que o “errado” é o do nordestino. Finalmente, resta explícito que o preconceito linguístico direcionado a esta comunidade é infundado e manutencionado muito mais por interesses de ordem socioeconômica do que por aspectos da língua, de fato. __________________________________________________________________________ ABSTRACTThis essay approaches the thematic of the linguistic prejudice directed to the Nordeste speaker. It is evidenced the knowledge and usage, by nordestinos (brazilian Northeastern population), of the Traditional Grammar (TG) that all the further Brazilian population disregards. That is made with the intention of to deconstruct the statements of the comandos paragramaticais – nomenclature created by Marcos Bagno (2004) to identify manifestations of linguistic purism. The linguistic phenomenon valued was the use of the toneless oblique personal pronoun lhe. It is known that the TG prescribes the mandatorily use of lhe only in reference to the third person of the discourse and exercising the syntactic function of indirect object. In general brazilian scenario, although, the pronoun, in the rare occasions in which is used, has as referent the second person of the discourse, besides being attributed to him the function of direct object increasingly often. The hypothesis built is that the nordestinos, in contrast with the rest of the country, uses the pronoun in alignment with the rules of the TG in their workaday speech and in low monitoring contexts. The attestation onset of the initial hypothesis was given by the analysis of the language used in cordéis of this region, with special focus on the Ceará ones, assuming they are a reliable representation of the informal speech habits of the nordestinos. Such assumption starts with the precept that cordel is written with a language very similar to the oral one, and that the text published remains rooted to the popular speech habits for not being subjected to rigorous editorial process. The results confirmed the assumption, deconstructing the fragile argument of comandos paragramaticais, that judge the nordestino ignores the determinations of Traditional Grammar. It is defended that the Nordeste population dominates the TG specifications in an equivalent manner to the rest of Brazil and that all brazilians flee it at some points. Therefore, it is inappropriate to conceive the existence of a “correct way” and an “incorrect way” in Language, and that the “incorrect way” it is the nordestino one. Finally, it remains clear that the linguistic prejudice directed to this community is baseless and maintained much more by socioeconomic interests than by language aspects, in fact.Submitted by Elna Araujo (elna@bce.unb.br) on 2014-02-21T00:30:46Z No. of bitstreams: 1 2013_MarinaAlvarengaDoRegoBarros.pdf: 416463 bytes, checksum: 7e906d5717fa1aa95005992f9ff27f14 (MD5)Approved for entry into archive by Luanna Maia(luanna@bce.unb.br) on 2014-02-24T11:57:06Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2013_MarinaAlvarengaDoRegoBarros.pdf: 416463 bytes, checksum: 7e906d5717fa1aa95005992f9ff27f14 (MD5)Made available in DSpace on 2014-02-24T11:57:06Z (GMT). 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