Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Berlatto, Fábia
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Codato, Adriano, Bolognesi, Bruno
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Brasileira de Ciência Política (Online)
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404
Resumo: Resumo Este artigo investiga o perfil social e a preferência partidária dos integrantes das Forças Repressivas do Estado que se lançaram na política institucional nas duas últimas décadas no Brasil. Por meio de estatística descritiva, ressaltamos as especificidades de integrantes das Forças Policiais e Militares que se candidataram a deputado federal. Achados desta pesquisa mostraram mudanças bruscas, de uma eleição a outra, entre os tipos de partidos nos quais essas candidaturas mais se concentraram. Se a passagem da polícia à política era feita, nos anos 1990, via grandes partidos de direita, nos anos 2010 ela se dá por meio de pequenos partidos sem identidade ideológica muito clara (“partidos fisiológicos”). Além do impedimento constitucional de militares filiarem-se a partidos políticos, a ausência de preferência sistemática por um tipo de agremiação partidária pode ser o efeito de um comportamento estratégico, já que obter um lugar na lista desses pequenos partidos não é apenas mais simples, mas há mais abertura a discursos personalistas, tais como os sustentados por esses candidatos-policiais. Esse comportamento também está relacionado à sua visão negativa da política tradicional e dos políticos estabelecidos nos grandes partidos e à crítica a programas com apelos ideológicos muito genéricos. Esses candidatos preferem representar agendas determinadas, como as demandas de suas próprias corporações. Palavras-chave: forças repressivas do Estado, preferência partidária, perfil social, eleições, candidatos.   Abstract The present article explores the social profile and political party preference by members of the State Repressive Forces with a career in institutional politics during the last two decades in Brazil. By means of descriptive statistics, we underline the particularities of Police and Military candidates for a federal deputy office. Findings from this research indicated abrupt changes, from one election to another, among the parties in which these candidates were most highly concentrated. If the transition from police to politics during the 1990s occurred through major right-wing parties, in the 2010 decade it takes place through small parties without clear ideological identities (“physiological parties”). In addition to the constitutional impediment of military personnel affiliation to political parties, the lack of a systematic preference for a party college type may be the effect of a strategic behavior, since not only is it easier to obtain a nomination within these small parties, but there also exists a greater lenience toward personalist discourses, such as those espoused by these policeperson-candidates. This behavior is also related to a negative view of traditional politics and established politicians within major parties as well as a condemnation of political programs with overly generic ideological appeals. Such candidates favor certain specific agendas, such as the demands from their own professional corporations. Keywords: repressive forces of the State, party preference, social profile, elections, candidates.
id UNB-6_1b4b39ac1df93cf771cbb37541824451
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/2404
network_acronym_str UNB-6
network_name_str Revista Brasileira de Ciência Política (Online)
repository_id_str
spelling Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos DeputadosForças repressivas do Estado;Preferência partidária;Perfil social;Eleições;CandidatosResumo Este artigo investiga o perfil social e a preferência partidária dos integrantes das Forças Repressivas do Estado que se lançaram na política institucional nas duas últimas décadas no Brasil. Por meio de estatística descritiva, ressaltamos as especificidades de integrantes das Forças Policiais e Militares que se candidataram a deputado federal. Achados desta pesquisa mostraram mudanças bruscas, de uma eleição a outra, entre os tipos de partidos nos quais essas candidaturas mais se concentraram. Se a passagem da polícia à política era feita, nos anos 1990, via grandes partidos de direita, nos anos 2010 ela se dá por meio de pequenos partidos sem identidade ideológica muito clara (“partidos fisiológicos”). Além do impedimento constitucional de militares filiarem-se a partidos políticos, a ausência de preferência sistemática por um tipo de agremiação partidária pode ser o efeito de um comportamento estratégico, já que obter um lugar na lista desses pequenos partidos não é apenas mais simples, mas há mais abertura a discursos personalistas, tais como os sustentados por esses candidatos-policiais. Esse comportamento também está relacionado à sua visão negativa da política tradicional e dos políticos estabelecidos nos grandes partidos e à crítica a programas com apelos ideológicos muito genéricos. Esses candidatos preferem representar agendas determinadas, como as demandas de suas próprias corporações. Palavras-chave: forças repressivas do Estado, preferência partidária, perfil social, eleições, candidatos.   Abstract The present article explores the social profile and political party preference by members of the State Repressive Forces with a career in institutional politics during the last two decades in Brazil. By means of descriptive statistics, we underline the particularities of Police and Military candidates for a federal deputy office. Findings from this research indicated abrupt changes, from one election to another, among the parties in which these candidates were most highly concentrated. If the transition from police to politics during the 1990s occurred through major right-wing parties, in the 2010 decade it takes place through small parties without clear ideological identities (“physiological parties”). In addition to the constitutional impediment of military personnel affiliation to political parties, the lack of a systematic preference for a party college type may be the effect of a strategic behavior, since not only is it easier to obtain a nomination within these small parties, but there also exists a greater lenience toward personalist discourses, such as those espoused by these policeperson-candidates. This behavior is also related to a negative view of traditional politics and established politicians within major parties as well as a condemnation of political programs with overly generic ideological appeals. Such candidates favor certain specific agendas, such as the demands from their own professional corporations. Keywords: repressive forces of the State, party preference, social profile, elections, candidates.A Revista Brasileira de Ciência Política é uma publicação quadrimestral do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Iniciada em 2009, com periodicidade semestral, a Revista Brasileira de Ciência Política tornou-se quadrimestral em 2012.2017-02-13info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404Revista Brasileira de Ciência Política; n. 21 (2016); 77-1202178-48840103-3352reponame:Revista Brasileira de Ciência Política (Online)instname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404/2146Copyright (c) 2017 Fábia Berlatto; Adriano Codato; Bruno Bolognesiinfo:eu-repo/semantics/openAccessBerlatto, FábiaCodato, AdrianoBolognesi, Bruno2018-07-27T00:21:31Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/2404Revistahttps://periodicos.unb.br/index.php/rbcpPUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/oai||rbcp@unb.br2178-48840103-3352opendoar:2018-07-27T00:21:31Revista Brasileira de Ciência Política (Online) - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
title Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
spellingShingle Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
Berlatto, Fábia
Forças repressivas do Estado;
Preferência partidária;
Perfil social;
Eleições;
Candidatos
title_short Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
title_full Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
title_fullStr Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
title_full_unstemmed Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
title_sort Da polícia à política: explicando o perfil dos candidatos das forças repressivas de Estado à Câmara dos Deputados
author Berlatto, Fábia
author_facet Berlatto, Fábia
Codato, Adriano
Bolognesi, Bruno
author_role author
author2 Codato, Adriano
Bolognesi, Bruno
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Berlatto, Fábia
Codato, Adriano
Bolognesi, Bruno
dc.subject.por.fl_str_mv Forças repressivas do Estado;
Preferência partidária;
Perfil social;
Eleições;
Candidatos
topic Forças repressivas do Estado;
Preferência partidária;
Perfil social;
Eleições;
Candidatos
description Resumo Este artigo investiga o perfil social e a preferência partidária dos integrantes das Forças Repressivas do Estado que se lançaram na política institucional nas duas últimas décadas no Brasil. Por meio de estatística descritiva, ressaltamos as especificidades de integrantes das Forças Policiais e Militares que se candidataram a deputado federal. Achados desta pesquisa mostraram mudanças bruscas, de uma eleição a outra, entre os tipos de partidos nos quais essas candidaturas mais se concentraram. Se a passagem da polícia à política era feita, nos anos 1990, via grandes partidos de direita, nos anos 2010 ela se dá por meio de pequenos partidos sem identidade ideológica muito clara (“partidos fisiológicos”). Além do impedimento constitucional de militares filiarem-se a partidos políticos, a ausência de preferência sistemática por um tipo de agremiação partidária pode ser o efeito de um comportamento estratégico, já que obter um lugar na lista desses pequenos partidos não é apenas mais simples, mas há mais abertura a discursos personalistas, tais como os sustentados por esses candidatos-policiais. Esse comportamento também está relacionado à sua visão negativa da política tradicional e dos políticos estabelecidos nos grandes partidos e à crítica a programas com apelos ideológicos muito genéricos. Esses candidatos preferem representar agendas determinadas, como as demandas de suas próprias corporações. Palavras-chave: forças repressivas do Estado, preferência partidária, perfil social, eleições, candidatos.   Abstract The present article explores the social profile and political party preference by members of the State Repressive Forces with a career in institutional politics during the last two decades in Brazil. By means of descriptive statistics, we underline the particularities of Police and Military candidates for a federal deputy office. Findings from this research indicated abrupt changes, from one election to another, among the parties in which these candidates were most highly concentrated. If the transition from police to politics during the 1990s occurred through major right-wing parties, in the 2010 decade it takes place through small parties without clear ideological identities (“physiological parties”). In addition to the constitutional impediment of military personnel affiliation to political parties, the lack of a systematic preference for a party college type may be the effect of a strategic behavior, since not only is it easier to obtain a nomination within these small parties, but there also exists a greater lenience toward personalist discourses, such as those espoused by these policeperson-candidates. This behavior is also related to a negative view of traditional politics and established politicians within major parties as well as a condemnation of political programs with overly generic ideological appeals. Such candidates favor certain specific agendas, such as the demands from their own professional corporations. Keywords: repressive forces of the State, party preference, social profile, elections, candidates.
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-02-13
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404
url https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2404/2146
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Fábia Berlatto; Adriano Codato; Bruno Bolognesi
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Fábia Berlatto; Adriano Codato; Bruno Bolognesi
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv A Revista Brasileira de Ciência Política é uma publicação quadrimestral do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Iniciada em 2009, com periodicidade semestral, a Revista Brasileira de Ciência Política tornou-se quadrimestral em 2012.
publisher.none.fl_str_mv A Revista Brasileira de Ciência Política é uma publicação quadrimestral do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Iniciada em 2009, com periodicidade semestral, a Revista Brasileira de Ciência Política tornou-se quadrimestral em 2012.
dc.source.none.fl_str_mv Revista Brasileira de Ciência Política; n. 21 (2016); 77-120
2178-4884
0103-3352
reponame:Revista Brasileira de Ciência Política (Online)
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Revista Brasileira de Ciência Política (Online)
collection Revista Brasileira de Ciência Política (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Brasileira de Ciência Política (Online) - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv ||rbcp@unb.br
_version_ 1800213242239254528