Gênero e trauma

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Soares, Gláucio Ary Dillon
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Miranda, Dayse
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Sociedade e Estado
Texto Completo: https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142
Resumo: As conseqüências sociais e psicológicas da violência urbana sobre os parentes e amigos de pessoas vitimadas por mortes violentas (homicídio, suicídio ou acidentes) são analisadas à luz das diferenças de gênero. A literatura especializada nesta área propõe que mulheres e homens vivenciam experiências traumáticas de forma peculiar. Porém, os traumas típicos são diferentes em cada gênero, deixando em aberto a questão sobre quanto das diferenças entre as respostas se devem a gênero e quanto se devem ao tipo de trauma. Testamos a hipótese de que as mulheres são mais suscetíveis à desordem de estresse pós-trauma (DEPT) numa situação traumática comum, usando dados qualitativos e quantitativos. Comparamos os sintomas do trauma e as percepções sobre o significado da perda de seus entes queridos. A amostra, de 425 mulheres (62%) e 265 homens (38%), foi retirada de uma lista de parentes de pessoas que sofreram morte violenta na cidade do Rio de Janeiro. Incluímos trinta relatos de parentes e amigos próximos das vítimas diretas. Os resultados revelaram que 54% das mulheres e 41% dos homens tiveram o cotidiano alterado depois da morte de um parente/amigo. Há diferenças estatisticamente significativas nos problemas de saúde e na diversão. Essa área foi a mais afetada, atingindo metade dos entrevistados. Uma variável intimamente correlacionada com os sintomas da DEPT é o contato com o corpo: controlando a extensão do contato (fez o reconhecimento do corpo; viu, mas não reconheceu e nem viu nem reconheceu). Em cada uma dessas categorias, as mulheres foram mais afetadas do que os homens. O artigo conclui que as mulheres sentem mais as perdas do que os homens, mas que parte das diferenças não são internas aos gêneros, mas externas a eles, dependendo das interações e dos contatos pessoais.
id UNB-9_17c80339f4ff3d8b7a84701d93fa46dc
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5142
network_acronym_str UNB-9
network_name_str Sociedade e Estado
repository_id_str
spelling Gênero e traumaViolência urbanaVítima ocultaEstresse pós-traumaDEPTGêneroAs conseqüências sociais e psicológicas da violência urbana sobre os parentes e amigos de pessoas vitimadas por mortes violentas (homicídio, suicídio ou acidentes) são analisadas à luz das diferenças de gênero. A literatura especializada nesta área propõe que mulheres e homens vivenciam experiências traumáticas de forma peculiar. Porém, os traumas típicos são diferentes em cada gênero, deixando em aberto a questão sobre quanto das diferenças entre as respostas se devem a gênero e quanto se devem ao tipo de trauma. Testamos a hipótese de que as mulheres são mais suscetíveis à desordem de estresse pós-trauma (DEPT) numa situação traumática comum, usando dados qualitativos e quantitativos. Comparamos os sintomas do trauma e as percepções sobre o significado da perda de seus entes queridos. A amostra, de 425 mulheres (62%) e 265 homens (38%), foi retirada de uma lista de parentes de pessoas que sofreram morte violenta na cidade do Rio de Janeiro. Incluímos trinta relatos de parentes e amigos próximos das vítimas diretas. Os resultados revelaram que 54% das mulheres e 41% dos homens tiveram o cotidiano alterado depois da morte de um parente/amigo. Há diferenças estatisticamente significativas nos problemas de saúde e na diversão. Essa área foi a mais afetada, atingindo metade dos entrevistados. Uma variável intimamente correlacionada com os sintomas da DEPT é o contato com o corpo: controlando a extensão do contato (fez o reconhecimento do corpo; viu, mas não reconheceu e nem viu nem reconheceu). Em cada uma dessas categorias, as mulheres foram mais afetadas do que os homens. O artigo conclui que as mulheres sentem mais as perdas do que os homens, mas que parte das diferenças não são internas aos gêneros, mas externas a eles, dependendo das interações e dos contatos pessoais.Departamento de Sociologia - UnB/SOL2011-10-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142Sociedade e Estado; Vol. 20 No. 1 (2005); 135-162Sociedade e Estado; Vol. 20 Núm. 1 (2005); 135-162Sociedade e Estado; v. 20 n. 1 (2005); 135-1621980-54620102-6992reponame:Sociedade e Estadoinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNBporhttps://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142/4667Copyright (c) 2016 Sociedade e Estadoinfo:eu-repo/semantics/openAccessSoares, Gláucio Ary DillonMiranda, Dayse2018-08-28T16:07:57Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/5142Revistahttps://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/indexPUBhttps://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/oaiportaldeperiodicos@bce.unb.br||revistasol@unb.br1980-54620102-6992opendoar:2018-08-28T16:07:57Sociedade e Estado - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Gênero e trauma
title Gênero e trauma
spellingShingle Gênero e trauma
Soares, Gláucio Ary Dillon
Violência urbana
Vítima oculta
Estresse pós-trauma
DEPT
Gênero
title_short Gênero e trauma
title_full Gênero e trauma
title_fullStr Gênero e trauma
title_full_unstemmed Gênero e trauma
title_sort Gênero e trauma
author Soares, Gláucio Ary Dillon
author_facet Soares, Gláucio Ary Dillon
Miranda, Dayse
author_role author
author2 Miranda, Dayse
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Soares, Gláucio Ary Dillon
Miranda, Dayse
dc.subject.por.fl_str_mv Violência urbana
Vítima oculta
Estresse pós-trauma
DEPT
Gênero
topic Violência urbana
Vítima oculta
Estresse pós-trauma
DEPT
Gênero
description As conseqüências sociais e psicológicas da violência urbana sobre os parentes e amigos de pessoas vitimadas por mortes violentas (homicídio, suicídio ou acidentes) são analisadas à luz das diferenças de gênero. A literatura especializada nesta área propõe que mulheres e homens vivenciam experiências traumáticas de forma peculiar. Porém, os traumas típicos são diferentes em cada gênero, deixando em aberto a questão sobre quanto das diferenças entre as respostas se devem a gênero e quanto se devem ao tipo de trauma. Testamos a hipótese de que as mulheres são mais suscetíveis à desordem de estresse pós-trauma (DEPT) numa situação traumática comum, usando dados qualitativos e quantitativos. Comparamos os sintomas do trauma e as percepções sobre o significado da perda de seus entes queridos. A amostra, de 425 mulheres (62%) e 265 homens (38%), foi retirada de uma lista de parentes de pessoas que sofreram morte violenta na cidade do Rio de Janeiro. Incluímos trinta relatos de parentes e amigos próximos das vítimas diretas. Os resultados revelaram que 54% das mulheres e 41% dos homens tiveram o cotidiano alterado depois da morte de um parente/amigo. Há diferenças estatisticamente significativas nos problemas de saúde e na diversão. Essa área foi a mais afetada, atingindo metade dos entrevistados. Uma variável intimamente correlacionada com os sintomas da DEPT é o contato com o corpo: controlando a extensão do contato (fez o reconhecimento do corpo; viu, mas não reconheceu e nem viu nem reconheceu). Em cada uma dessas categorias, as mulheres foram mais afetadas do que os homens. O artigo conclui que as mulheres sentem mais as perdas do que os homens, mas que parte das diferenças não são internas aos gêneros, mas externas a eles, dependendo das interações e dos contatos pessoais.
publishDate 2011
dc.date.none.fl_str_mv 2011-10-14
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142
url https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://periodicos.unb.br/index.php/sociedade/article/view/5142/4667
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2016 Sociedade e Estado
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2016 Sociedade e Estado
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Departamento de Sociologia - UnB/SOL
publisher.none.fl_str_mv Departamento de Sociologia - UnB/SOL
dc.source.none.fl_str_mv Sociedade e Estado; Vol. 20 No. 1 (2005); 135-162
Sociedade e Estado; Vol. 20 Núm. 1 (2005); 135-162
Sociedade e Estado; v. 20 n. 1 (2005); 135-162
1980-5462
0102-6992
reponame:Sociedade e Estado
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Sociedade e Estado
collection Sociedade e Estado
repository.name.fl_str_mv Sociedade e Estado - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv portaldeperiodicos@bce.unb.br||revistasol@unb.br
_version_ 1800211060899184640