Estabelecimento e desenvolvimento de Dalbergia miscolobium Benth. em duas fitofisionomias típicas dos cerrados do Brasil Central

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Braz, Vívian da Silva
Data de Publicação: 2000
Outros Autores: Kanegae, Mieko Ferreira, Franco, Augusto César
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/25621
https://dx.doi.org/10.1590/S0102-33062000000100004
Resumo: As formações savânicas do Brasil Central caracterizam-se por uma camada rasteira contínua, em que predominam gramíneas, entrecortada por uma camada de arbustos e árvores de densidade variável. Dalbergia miscolobium Benth. é uma leguminosa arbórea típica dos cerrados do Planalto Central. Este estudo examinou os efeitos da seca, disponibilidade de luz, herbivoria e fogo no estabelecimento e crescimento dessa espécie no campo sujo (estrato herbáceo contínuo com árvores e arbustos esparsos) e no cerrado sensu stricto, onde a vegetação arbustivoarbórea é mais densa. Mudas foram transplantadas nas duas fitofisionomias, sendo acompanhadas mensalmente as variações na altura, produção de folhas e percentagem da área foliar removida por herbivoria, ao longo de cinco anos (1993-1998). A mortalidade ocorreu principalmente durante a época chuvosa. A seca sazonal não foi um importante fator de mortalidade. Número maior de mudas sobreviveu no campo sujo. Estas mudas não foram mortas por uma queimada ao final da seca de 1994, enquanto várias morreram no cerrado. O crescimento da parte aérea foi lento, em torno de 2,2cm/ano no campo sujo e 3,1cm/ano no cerrado, ocorrido principalmente na estação chuvosa. A maioria das mudas apresentou lesões necróticas de cor preta nas folhas, causada pelo ataque do fungo Phoma sp. A queda das folhas ocorreu durante a estação seca e o número máximo de folhas foi alcançado do meio para o final da época chuvosa, sempre seguido por um pico na herbivoria. Dados de disponibilidade de luz sugerem que plantas com folhas horizontais a 5cm do solo, atingiriam em média apenas 32% da capacidade máxima de assimilação de CO2, devido ao sombreamento. Entretanto, aumento da altura da planta de 5 para 50cm, onde não há mais sombreamento do estrato herbáceo, dobraria os valores estimados de assimilação de CO2 Assim sendo, o desenvolvimento desta espécie seria limitado pela disponibilidade de água e herbivoria na seca e pelo sombreamento e ataque de patógenos na estação chuvosa.
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Mudas foram transplantadas nas duas fitofisionomias, sendo acompanhadas mensalmente as variações na altura, produção de folhas e percentagem da área foliar removida por herbivoria, ao longo de cinco anos (1993-1998). A mortalidade ocorreu principalmente durante a época chuvosa. A seca sazonal não foi um importante fator de mortalidade. Número maior de mudas sobreviveu no campo sujo. Estas mudas não foram mortas por uma queimada ao final da seca de 1994, enquanto várias morreram no cerrado. O crescimento da parte aérea foi lento, em torno de 2,2cm/ano no campo sujo e 3,1cm/ano no cerrado, ocorrido principalmente na estação chuvosa. A maioria das mudas apresentou lesões necróticas de cor preta nas folhas, causada pelo ataque do fungo Phoma sp. A queda das folhas ocorreu durante a estação seca e o número máximo de folhas foi alcançado do meio para o final da época chuvosa, sempre seguido por um pico na herbivoria. Dados de disponibilidade de luz sugerem que plantas com folhas horizontais a 5cm do solo, atingiriam em média apenas 32% da capacidade máxima de assimilação de CO2, devido ao sombreamento. Entretanto, aumento da altura da planta de 5 para 50cm, onde não há mais sombreamento do estrato herbáceo, dobraria os valores estimados de assimilação de CO2 Assim sendo, o desenvolvimento desta espécie seria limitado pela disponibilidade de água e herbivoria na seca e pelo sombreamento e ataque de patógenos na estação chuvosa.The savannas of Central Brazil are characterized by a continuous, predominantly grassy, ground layer and an open layer of trees and shrubs of a variable density. In this study we examined the effects of drought, habitat type, the canopy light condition, herbivory and fire in the establishment and growth of Dalbergia miscolobium Benth., a legume tree typical of the savannas of Central Brazil. Saplings were transplanted into the grass matrix of a grassland with scattered trees and shrubs ("campo sujo"), and into the semi-closed canopy of shrubs and trees that characterized the "cerrado" physiognomy. Sapling survival, shoot growth, leaf production and leaf herbivory were followed monthly over a five-year period (1993-1998). Mortality occurred predominantly during wet periods, and seasonal drought was not an important mortality factor. Sapling survival was greater in the "campo sujo" and they even survived a fire at the end of the dry season of 1994, while several saplings at the cerrado site were killed. Shoot growth was low, about 2.2cm/year in the "campo sujo", and 3.1cm/year in the "cerrado", mostly in the wet season. Leaves were shed during the dry season, and the peak in number of leaves in mid to late wet season was followed by a peak in leaf area loss by herbivory. Necrotic black spots, caused by the fungus Phoma sp. were observed in the leaves of most plants. Canopy shading could limit CO2 assimilation (Aco2) in the initial phases of plant development. Light measurements suggested that 5cm tall saplings with horizontal leaves would receive enough light to reach, on an average only 32% of maximum A CO2 during the daylight period. Since the height of the grass layer was mostly less than 50cm, an increase in plant height from 5 to 50cm would result in a twofold increase of Aco2 averaged over the daylight period. Thus, the development of D. miscolobium was restricted by water stress and herbivory during the dry season, and by shading and pathogen attack during the wet season.Sociedade Botânica do Brasil2017-12-07T04:32:55Z2017-12-07T04:32:55Z2000-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfBRAZ, Vívian S.; KANEGAE, Mieko F.; FRANCO, Augusto C. Estabelecimento e desenvolvimento de Dalbergia miscolobium Benth. em duas fitofisionomias típicas dos cerrados do Brasil Central. Acta Botanica Brasilica, Feira de Santana, v. 14, n. 1, p. 27-35, jan./abr. 2000. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33062000000100004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062000000100004&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 25 jan. 2021.http://repositorio.unb.br/handle/10482/25621https://dx.doi.org/10.1590/S0102-33062000000100004Acta Botanica Brasilica - Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (CC BY NC 4.0). Fonte: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062000000100004&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 25 jan. 2021.info:eu-repo/semantics/openAccessBraz, Vívian da SilvaKanegae, Mieko FerreiraFranco, Augusto Césarporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-05-24T23:27:56Zoai:repositorio.unb.br:10482/25621Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-05-24T23:27:56Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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