A representação da “mulher brasileira” construída pela Embratur entre 1966 e 1985

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Cléa Aguiar
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/23237
http://dx.doi.org/10.26512/2017.03.D.23237
Resumo: Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Excelência em Turismo, 2017.
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spelling A representação da “mulher brasileira” construída pela Embratur entre 1966 e 1985TurismoEmbraturMulheres - BrasilRepresentaçõesDissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Centro de Excelência em Turismo, 2017.A Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) foi criada por meio do Decreto-Lei nº 55, de 1966, no período do regime ditatorial-militar. Nesse contexto, o governo brasileiro, por intermédio da Embratur, incentivou o desenvolvimento de uma infraestrutura turística, sistematizou a participação do Brasil em eventos internacionais, organizou eventos internacionais no país e divulgou o destino turístico brasileiro no exterior, com o objetivo de construir uma “indústria turística brasileira”. Essa formação política-institucional brasileira estruturou-se a partir de uma apreensão reducionista do fenômeno social turístico. Assim, na dimensão de uma pesquisa qualitativa, esta investigação procurou desvelar se a Embratur vendeu a “mulher brasileira” como um “produto turístico”. O nosso objetivo situou-se na análise da representação da “mulher brasileira” nos materiais de divulgação do destino turístico brasileiro produzidos, publicados e/ou veiculados pela Embratur, entre 1966 e 1985, e na contextualização deste período. Dessa forma, quanto aos procedimentos técnicos, realizamos pesquisa bibliográfica e documental. Por meio de abordagem descritiva-interpretativa, analisamos os documentos oficiais da Embratur, a legislação correlata e os materiais de divulgação do nosso país. O produto turístico brasileiro divulgado no exterior ofertava paisagens naturais, patrimônio histórico-artístico, festas e rituais religiosos. Porém, os destaques situaram-se no carnaval e na “mulher brasileira”. As representações das mulheres brancas foram associadas a concursos de beleza e eventos de moda. As representações das mulheres não brancas as situaram: como “mulatas”, permitidas e endeusadas no carnaval, ou no anúncio de temporadas do verão, emolduradas em praias ou paisagens naturais, seminuas ou de biquíni; e como mulheres negras exóticas relacionadas aos rituais religiosos ou gastronomia. Por fim, entendemos que a “mulher brasileira” foi apreendida na perspectiva de sujeito moderno pela Embratur, com identidades localizadas em brasileira/”brasilidade”, feminino/mulher, racializada, o que, consequentemente, (re) produziu os estereótipos de sexualizada, sensual, exótica, submissa, disponível sexualmente e de domesticidade. A Embratur transformou a subjetividade da “mulher brasileira” em um objeto, um produto turístico, por meio de representações com identidades localizadas, ofertando-a – corpo e beleza - ao turista estrangeiro/colonizador/dominador, em um processo de fixidez de estereótipo do Outro - (re) produzido pela Embratur.The Brazilian Tourism Company (Embratur) was created by the decree-Law no. 55 of 1966, during the period of dictatorial military regime. In this context, the Brazilian government, through Embratur, encouraged the development of a tourism infrastructure, systematized the participation of Brazil in international events, organized international events in the country and promoted the dissemination of Brazil as a tourist destination abroad, in order to build a "Brazilian tourism industry". This institutional-policy formation was structured from a reductionist apprehension of the social phenomenon that is tourism. Thus, in a qualitative research dimension, this investigation has sought to reveal if Embratur sold the "Brazilian woman" as a "product of tourism". Our objective was to analyze the representation of the "Brazilian woman" contained in the materials used to publicize Brazil as a touristic destination abroad, that was produced, published and / or transmitted by Embratur between 1966 and 1985, and in the context of this period. As such, regarding the technichal procedures, we performed some bibliographical and documentary research. Through a descriptive-interpretative approach, we have analyzed the Embratur official documents, the related legislation and the publicity materials of our country. Brazil as a tourist destination abroad product was advertised offering natural landscapes, historical-artistic heritage, religious festivals, and rituals. However, the highlights stood in the Carnaval and the "Brazilian woman". The social representations of white women were associated to beauty contests and fashion events. The social representations of the non-white women placed them as "mulatas", which were allowed and deified during the Carnaval, or in the summer season advertising, portrayed half naked or wearing bikinis in beaches or natural landscapes, and as exotic black women related to religious rituals or gastronomy. Finally, we understand that the "Brazilian woman" was apprehended as a modern subject by Embratur, with her identities located in Brazilian / "Brazilianness", female/woman, racialized, which consequently (re) produced the sexualized, sensual, Exotic, submissive, sexually available, and domestic stereotypes. Embratur has turned the "Brazilian woman" subjectivity into an object, a tourism product, through representations of localized identities, and has offered it - body and beauty - to the foreign tourist / colonizer / oppressor, in a fixity process of an Other stereotype - (re) produced by Embratur.Centro de Excelência em TurismoPrograma de Pós-Graduação em Turismo, Mestrado ProfissionalAraújo, Neuza de FariasLeite, Cléa Aguiar2017-04-11T12:04:51Z2017-04-11T12:04:51Z2017-04-112017-03-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfLEITE, Cléa Aguiar. A representação da “mulher brasileira” construída pela Embratur entre 1966 e 1985. 2017. 173 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Turismo)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.http://repositorio.unb.br/handle/10482/23237http://dx.doi.org/10.26512/2017.03.D.23237A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-07-12T18:19:33Zoai:repositorio.unb.br:10482/23237Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-07-12T18:19:33Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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