Adolescência no limite: dispositivo plurifocal como modelo de cuidado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira Júnior, Sebastião Venâncio
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49432
Resumo: Dissertação (mestrado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2023.
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Ocorre assim uma aproximação da adolescência com os estados limites, marcados por uma desorganização e uma incapacidade de simbolização, exigindo que o sujeito recorra ao ato para lidar com essas questões, seja através de comportamentos de automutilação, tentativas de suicídio, uso de drogas ou outros atos dessimbolizantes. Assim, a psicanálise e o enquadre clássica não são adequadas para dar conta da clínica dos limites na adolescência, é preciso assim pensar a técnica a partir do modelo do ato e do dispositivo clínico enquanto dispositivo simbolizante. A noção de terapia bifocal surgiu justamente diante das dificuldades de se atender adolescentes no limite, a partir da articulação de dois terapeutas que irão atuar em conjunto, mas em enquadres distintos e com objetivos distintos. A integração das consultas terapêuticas winnicottianas a essa modalidade de atendimento constitui o que seria um dispositivo plurifocal, possibilitando um trabalho a ser realizado com os pais ou familiares dos adolescentes, permitindo intervenções e mudanças no que tange a esse ambiente frágil e instável em seu amadurecimento. Dessa forma, o presente trabalho utilizou o método da construção de caso para abordar a construção de um dispositivo plurifocal no atendimento de duas adolescentes limítrofes em um serviço-escola de psicologia. Ao longo dos atendimentos, percebeu-se alguns resultados terapêuticos, como a diminuição de comportamentos impulsivos e de automutilação por meio do dispositivo clínico simbolizante e manejo terapêutico e do enquadre como meio maleável, e também a possibilidade de encontrar uma boa distância relacional, através da diluição da transferência em enquadres distintos e com terapeutas distintos, permitindo um melhor manejo da transferência, agora lateralizada. Apesar de algumas dificuldades, inerentes ao trabalho analítico, inclusive pela própria complexidade da clínica e dos casos trabalhados, como resultado foi observado que esse tipo de dispositivo clínico é possível de ser realizado e sustentado, propiciando um ambiente de escuta e cuidado para esses pacientes.The psychoanalytic theory understands adolescence as the interstice between childhood and adulthood. It is a phase marked by both biological changes related to puberty and psychological changes in response to new internal and external demands that challenge adolescent narcissism. The fragility of adolescent borders leads to various issues during this period, such as pubertal concerns, dependency behavior, and an inability to complete the mourning process from childhood. Adolescence becomes closely associated with borderline states, characterized by disorganization and an inability to symbolize, requiring individuals to resort to actions to cope with these issues, such as self-harm, suicide attempts, substance abuse, or other desymbolizing acts. Therefore, psychoanalysis and the classical setting are not suitable for addressing the clinical aspects of boundaries in adolescence. It is necessary to consider the technique based on the model of act and the clinical device as a symbolizing device. The concept of bifocal therapy emerged in response to the challenges of treating adolescents on the border. Two therapists collaborate, each working in distinct settings with different objectives. Integrating winnicottian therapeutic consultations into this approach constitutes a plurifocal device, allowing work with the parents or relatives of adolescents, facilitating interventions and changes in this fragile and unstable environment during their maturation. This study used the case construction method to address the development of a plurifocal device in the treatment of two borderline adolescents in a psychology school service. Throughout the sessions, therapeutic outcomes were observed, such as a reduction in impulsive behaviors and self-harm through the symbolizing clinical device and therapeutic management within a flexible setting. It also provided the opportunity to establish a good relational distance by dispersing transference across different settings and therapists, enabling better management of the now lateralized transference. Despite some inherent analytical challenges, including the complexity of the clinical work and cases, the study demonstrated that this type of clinical device is feasible and sustainable, offering a supportive environment for listening and care for these patients.Instituto de Psicologia (IP)Departamento de Psicologia Clínica (IP PCL)Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e CulturaAmparo, Deise Matos doPereira Júnior, Sebastião Venâncio2024-08-01T17:30:53Z2024-08-01T17:30:53Z2024-08-012023-12-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfPEREIRA JÚNIOR, Sebastião Venâncio. Adolescência no limite: dispositivo plurifocal como modelo de cuidado. 2023. 128 f., il. Dissertação (Mestrado em Psicologia Clínica e Cultura) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49432porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-08-06T20:01:25Zoai:repositorio.unb.br:10482/49432Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-08-06T20:01:25Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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