Comensalidade digital : a relação humana com a comida mediada pelas tecnologias de comunicação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, Maína Ribeiro Pereira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49864
Resumo: Tese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2023.
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spelling Comensalidade digital : a relação humana com a comida mediada pelas tecnologias de comunicaçãoComensalidade digitalTecnologias da informação e comunicaçãoComportamento alimentarTese (doutorado) — Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, 2023.O ato de compartilhar a refeição é conhecido na literatura como comensalidade. Há inúmeras formas de comer junto que podem ser caracterizadas pelo mundo: desde situações cotidianas e festivas, no contexto familiar e noutras relações sociais, à mesa e em outros espaços. Na sociedade virtual, outros modos de partilhar as refeições são percebidos, influenciados pelas tecnologias antes, durante e após as refeições. Com o objetivo de compreender como as relações humanas com a comida ao serem mediadas por tecnologias de comunicação configuram a comensalidade nesta sociedade, esta tese se propõe a investigar este fenômeno por meio de dois estudos. O primeiro, foi uma revisão de escopo que caracterizou os principais achados científicos relacionados às formas digitais de comensalidade no século XXI e identificou possíveis relações entre as práticas de comensalidade e a saúde coletiva. Foram selecionadas 104 publicações que relacionavam comensalidade e tecnologia em todos os contextos. A maioria dos estudos utilizou metodologia qualitativa; era da área de Design e Tecnologia; usava mídias sociais e plataformas de vídeo ou protótipos/aparelhos de realidade aumentada; e se referia às formas digitais de comensalidade com o uso de diferentes termos, o que permitiu uma análise temporal da proposição de definições do fenômeno estudado. No que se refere às questões de saúde coletiva, os estudos relacionados apontaram o seguinte: engajamento familiar/comunitário, desenvolvimento de habilidades culinárias, saúde mental e hábitos alimentares. Já o segundo estudo foi uma netnografia realizada com uma comunidade virtual no Facebook composta por mulheres que compartilham sobre a mesa posta em que se buscou descrever e analisar as formas de comensalidade praticadas por elas presencial ou virtualmente e sua relação com a saúde. Por meio de observação participante, entrevistas e notas de campo, identificou-se que a comunidade se relaciona pelo compartilhamento de fotos das mesas postas e decoradas para as refeições em casa, principalmente para a família. Apesar de gostarem de registrar suas mesas, fotografá-las ocorre antes das refeições, já que o uso de dispositivos móveis durante a partilha da refeição é considerado por elas como violação das boas maneiras à mesa. A prática da mesa posta foi reconhecida como uma hospitalidade e incentivo à comensalidade tradicional, fortalecendo as relações humanas por meio da comida partilhada. Destaca-se que no contexto de pandemia da covid-19, além do compartilhamento das fotos das mesas postas, as mulheres relataram praticar outras formas digitais de comensalidade e reconheceram a importância da comunidade para sua saúde mental durante o período de isolamento. A frequência de mesas temáticas relacionadas aos meses de conscientização para prevenção de determinadas doenças, como o setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul, demonstrou ser uma estratégia potente para comunicação em saúde nos lares, tornando essas mulheres multiplicadoras das campanhas. Concluindo, revela a variedade de formas em que a comensalidade tem sido praticada e investigada no que tange à mediação tecnológica, apontando a importância deste fenômeno para a configuração das relações humanas ao comer. Levanta ainda o debate sobre se relacionar tais práticas à saúde coletiva.The act of sharing a meal is known in the literature as commensality. There are countless ways of eating together that can be characterized by the world: from everyday and festive situations, in the family context and in other social relationships, at the table and in other spaces. In the virtual society, other ways of sharing meals are perceived, influenced by technologies before, during and after meals. With the aim of understanding how human relationships with food, when mediated by communication technologies, configure commensality in this society, this thesis proposes to investigate this phenomenon through two studies. The first was a scoping review that characterized the main scientific findings related to digital forms of commensality in the 21st century and identified possible relationships between commensality practices and public health. 104 publications were selected that related commensality and technology in all contexts. Most studies used qualitative methodology; were from the area of Design and Technology; used social media and video platforms or augmented reality prototypes/devices; and referred to digital forms of commensality with the use of different terms, which allowed a temporal analysis of the proposed definitions of the studied phenomenon. With regard to public health issues, the related studies indicated the following: family/community engagement, development of culinary skills, mental health and eating habits. The second study was a netnography carried out with a virtual community on Facebook composed of women who share a table set in which we sought to describe and analyze the forms of commensality practiced by them in person or virtually and their relationship with health. Through participant observation, interviews and field notes, it was identified that the community relates by sharing photos of the tables set and decorated for meals at home, mainly for the family. Although they like to register their tables, photographing them takes place before meals, since the use of mobile devices while sharing a meal is considered by them as a violation of good table manners. The practice of setting the table was recognized as a form of hospitality and an incentive to traditional eating, strengthening human relationships through shared food. It is noteworthy that in the context of the covid-19 pandemic, in addition to sharing photos of the tables set, women reported practicing other digital forms of commensality and recognized the importance of the community for their mental health during the period of isolation. The frequency of thematic tables related to awareness months for the prevention of certain diseases, such as Yellow September, Pink October, Blue November, proved to be a powerful strategy for communication in health at home, making these women multipliers of campaigns. In conclusion, it reveals the variety of ways in which commensality has been practiced and investigated with regard to technological mediation, pointing out the importance of this phenomenon for the configuration of human relationships when eating. It also raises the debate about relating such practices to public health.Faculdade de Ciências da Saúde (FS)Programa de Pós-Graduação em Saúde ColetivaMendonça, Ana Valéria MachadoDíaz Bermúdez, Ximena Pamela Claudiamainapereira@gmail.comCastro, Maína Ribeiro Pereira2024-08-14T17:47:18Z2024-08-14T17:47:18Z2024-08-142023-08-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfCASTRO, Maína Ribeiro Pereira. Comensalidade digital: a relação humana com a comida mediada pelas tecnologias de comunicação. 2023. 223 f., il. Tese (Doutorado Profissionalizante em Saúde Coletiva) — Universidade de Brasília, Brasília, 2023.http://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49864porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-08-14T17:47:20Zoai:repositorio.unb.br:10482/49864Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-08-14T17:47:20Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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