Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Borges, André
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Vidigal, Robert
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/33493
http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153
Resumo: O debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos presidenciais – PT e PSDB – na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se contribuir para a literatura colocando em questionamento diagnósticos recentes com respeito à polarização do sistema partidário presidencial. De acordo com a hipótese da polarização, a competição eleitoral entre PT e PSDB levou a uma crescente divisão do eleitorado em dois blocos claramente diferenciados e polarizados. Argumentamos que esta hipótese se apoia em bases teóricas e empíricas frágeis. Não obstante a crescente importância dos sentimentos partidários na determinação do comportamento dos eleitores no pleito presidencial, os resultados das análises descritivas e modelos estatísticos multivariados com base nos surveys do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) realizados nos anos de 2002, 2006, 2010 e 2014 demonstram que não há evidências de que tal movimento estaria associado a um aumento da polarização partidária de massa. Pelo contrário, observamos que as diferenças ideológicas e de opinião entre petistas e tucanos são de pequena monta e, além disso, encontramos evidências de uma crescente convergência ideológica entre os vários segmentos do eleitorado ao longo do tempo.
id UNB_b7d56849afccaa66f1a841f99c48788e
oai_identifier_str oai:repositorio.unb.br:10482/33493
network_acronym_str UNB
network_name_str Repositório Institucional da UnB
repository_id_str
spelling Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileirasFrom lulismo to antipetismo?: polarization, partisanship, and electoral behavior in Brazilian presidential elections¿Del lulismo al antipetismo?: polarización, partidismo y comportamiento electoral en las elecciones presidenciales brasileñasDu lulismo à l' antipetismo?: polarisation, esprit de parti et comportement électoral lors des élections présidentielles brésiliennesPolarização (Ciências sociais)Eleitores - comportamentoAntipetismoO debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos presidenciais – PT e PSDB – na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se contribuir para a literatura colocando em questionamento diagnósticos recentes com respeito à polarização do sistema partidário presidencial. De acordo com a hipótese da polarização, a competição eleitoral entre PT e PSDB levou a uma crescente divisão do eleitorado em dois blocos claramente diferenciados e polarizados. Argumentamos que esta hipótese se apoia em bases teóricas e empíricas frágeis. Não obstante a crescente importância dos sentimentos partidários na determinação do comportamento dos eleitores no pleito presidencial, os resultados das análises descritivas e modelos estatísticos multivariados com base nos surveys do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) realizados nos anos de 2002, 2006, 2010 e 2014 demonstram que não há evidências de que tal movimento estaria associado a um aumento da polarização partidária de massa. Pelo contrário, observamos que as diferenças ideológicas e de opinião entre petistas e tucanos são de pequena monta e, além disso, encontramos evidências de uma crescente convergência ideológica entre os vários segmentos do eleitorado ao longo do tempo.Current debates on partisanship and electoral behavior in Brazil have pointed to the growing effect of voters’ party feelings toward the two major presidential parties—PT and PSDB—on presidential vote choice. This article contributes to the literature by casting doubt on recent analyses of party polarization in presidential elections. According to the polarization hypothesis, electoral competition between the PT and the PSDB has led to a growing differentiation among the electorate into two clearly separated and polarized blocs. Nevertheless, we claim that this hypothesis lies on fragile theoretical and empirical foundations. Despite the growing importance of partisan feelings in the explanation of voting behavior in presidential elections, our descriptive and multivariate analyses utilizing the 2002, 2006, 2010, and 2014 ESEB surveys demonstrate that these trends are clearly not associated with an increase in mass polarization. We observe, instead, that ideological differences between tucanos and petistas are rather minimal. Finally, we also find that ideological convergence between the various subgroups of the electorate has grown over time.Los debates actuales sobre el partidismo y el comportamiento electoral en Brasil han señalado el creciente efecto de los sentimientos del partido de los votantes en los dos principales partidos presidenciales, el PT y el PSDB, en las elecciones presidenciales. Este artículo contribuye a la literatura poniendo en duda los análisis recientes de la polarización partidista en las elecciones presidenciales. De acuerdo con la hipótesis de la polarización, la competición electoral entre el PT y el PSDB ha llevado a una creciente diferenciación del electorado en dos bloques claramente separados y polarizados. Sin embargo, afirmamos que esta hipótesis se basa en fundamentos teóricos y empíricos frágiles. A pesar de la creciente importancia de los sentimientos partidistas en la explicación del comportamiento electoral en las elecciones presidenciales, nuestros análisis descriptivos y multivariados que utilizan las encuestas ESEB de 2002, 2006, 2010 y 2014 demuestran que estas tendencias claramente no están asociadas con un aumento de la polarización masiva. Observamos, en cambio, que las diferencias ideológicas entre tucanos y petistas son en realidad pequeñas. Finalmente, también encontramos que la convergencia ideológica entre los diversos subgrupos del electorado ha crecido con el tiempo.Les débats actuels sur l´esprit de parti et le comportement électoral au Brésil ont montré l'effet croissant du sentiment de parti des électeurs pour les deux principaux partis présidentiels - PT et PSDB - sur le choix du vote présidentiel. Cet article vient en appui à la littérature en questionnant les analyses récentes de la polarisation des partis lors des élections présidentielles. Selon l'hypothèse de polarisation, la concurrence électorale entre le PT et le PSDB a conduit à une différenciation croissante de l'électorat en deux blocs nettement séparés et polarisés. Néanmoins, nous prétendons que cette hypothèse repose sur des fondements théoriques et empiriques fragiles. Malgré l'importance croissante des sentiments partisans dans l'explication du comportement électoral lors des élections présidentielles, nos analyses descriptives et multivariées utilisant les enquêtes ESEB 2002, 2006, 2010 et 2014 démontrent que ces tendances ne sont pas associées à une augmentation de la polarisation de masse. Nous observons plutôt que les différences idéologiques entre les tucanos et les petistas sont assez minimes. Enfin, nous constatons également que la convergence idéologique entre les différents sous-groupes de l'électorat a augmenté au fil du temps.Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas2019-01-02T13:52:37Z2019-01-02T13:52:37Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfBORGES, André; VIDIGAL, Robert. Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras. Opinião Pública, Campinas, v. 24, n. 1, p. 53-89, abr. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762018000100053&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 jan. 2019.http://repositorio.unb.br/handle/10482/33493http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153Opinião Pública adota a licença Creative Commons CC-BY.info:eu-repo/semantics/openAccessBorges, AndréVidigal, Robertporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-06-04T22:15:34Zoai:repositorio.unb.br:10482/33493Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-06-04T22:15:34Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
dc.title.none.fl_str_mv Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
From lulismo to antipetismo?: polarization, partisanship, and electoral behavior in Brazilian presidential elections
¿Del lulismo al antipetismo?: polarización, partidismo y comportamiento electoral en las elecciones presidenciales brasileñas
Du lulismo à l' antipetismo?: polarisation, esprit de parti et comportement électoral lors des élections présidentielles brésiliennes
title Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
spellingShingle Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
Borges, André
Polarização (Ciências sociais)
Eleitores - comportamento
Antipetismo
title_short Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
title_full Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
title_fullStr Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
title_full_unstemmed Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
title_sort Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras
author Borges, André
author_facet Borges, André
Vidigal, Robert
author_role author
author2 Vidigal, Robert
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Borges, André
Vidigal, Robert
dc.subject.por.fl_str_mv Polarização (Ciências sociais)
Eleitores - comportamento
Antipetismo
topic Polarização (Ciências sociais)
Eleitores - comportamento
Antipetismo
description O debate recente sobre identificação partidária e comportamento eleitoral no Brasil vem apontando para a crescente importância do posicionamento dos eleitores com respeito aos principais partidos presidenciais – PT e PSDB – na escolha dos candidatos à presidência. Neste artigo, procura-se contribuir para a literatura colocando em questionamento diagnósticos recentes com respeito à polarização do sistema partidário presidencial. De acordo com a hipótese da polarização, a competição eleitoral entre PT e PSDB levou a uma crescente divisão do eleitorado em dois blocos claramente diferenciados e polarizados. Argumentamos que esta hipótese se apoia em bases teóricas e empíricas frágeis. Não obstante a crescente importância dos sentimentos partidários na determinação do comportamento dos eleitores no pleito presidencial, os resultados das análises descritivas e modelos estatísticos multivariados com base nos surveys do Estudo Eleitoral Brasileiro (Eseb) realizados nos anos de 2002, 2006, 2010 e 2014 demonstram que não há evidências de que tal movimento estaria associado a um aumento da polarização partidária de massa. Pelo contrário, observamos que as diferenças ideológicas e de opinião entre petistas e tucanos são de pequena monta e, além disso, encontramos evidências de uma crescente convergência ideológica entre os vários segmentos do eleitorado ao longo do tempo.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018
2019-01-02T13:52:37Z
2019-01-02T13:52:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv BORGES, André; VIDIGAL, Robert. Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras. Opinião Pública, Campinas, v. 24, n. 1, p. 53-89, abr. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762018000100053&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 jan. 2019.
http://repositorio.unb.br/handle/10482/33493
http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153
identifier_str_mv BORGES, André; VIDIGAL, Robert. Do lulismo ao antipetismo?: polarização, partidarismo e voto nas eleições presidenciais brasileiras. Opinião Pública, Campinas, v. 24, n. 1, p. 53-89, abr. 2018. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762018000100053&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 30 jan. 2019.
url http://repositorio.unb.br/handle/10482/33493
http://dx.doi.org/10.1590/1807-0191201824153
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv Opinião Pública adota a licença Creative Commons CC-BY.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Opinião Pública adota a licença Creative Commons CC-BY.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos de Opinião Pública da Universidade Estadual de Campinas
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UnB
instname:Universidade de Brasília (UnB)
instacron:UNB
instname_str Universidade de Brasília (UnB)
instacron_str UNB
institution UNB
reponame_str Repositório Institucional da UnB
collection Repositório Institucional da UnB
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@unb.br
_version_ 1814508271743008768