Uso tradicional, manejo e processamento da piaçava da Bahia (Attalea funifera Mart.)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimentel, Noara Modesto
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/18993
http://dx.doi.org/10.26512/2015.05.T.18993
Resumo: Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, 2015.
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spelling Uso tradicional, manejo e processamento da piaçava da Bahia (Attalea funifera Mart.)Bahia piaçava (Attalea funifera MART.) traditional use, management and processingPalmeiraFibras vegetaisSustentabilidadeMata AtlânticaExtrativismo sustentávelTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Tecnologia, Departamento de Engenharia Florestal, Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais, 2015.A palmeira de piaçava (Attalea funifera Mart.) é endêmica do Bioma Mata Atlântica, ocorre no litoral da Bahia, Brasil, seus PFNMs são utilizados antes da chegada dos portugueses na costa brasileira, por comunidades indígenas. Esse conhecimento tradicional rapidamente foi repassado aos colonizadores e aos negros Africanos. Atualmente a espécie já é cultivada em grandes plantações e o extrativismo mantido pelas populações negras residentes na região, agricultores familiares e comunidades quilombolas que ainda conservam esse recurso em seus fragmentos de florestas e em pequenos plantios, localmente denominados de 'mata de piaçava'. As fibras vegetais são comercializadas na forma bruta, pré-beneficiada, beneficiadas, vassouras e artesanatos com a fibra vegetal beneficiada. Este trabalho abordou técnicas e tecnologias que envolveram o manejo e o processamento da fibra vegetal, através de levantamentos de campo, troca de saberes entre pesquisadores e extrativistas da piaçava, implantação de parcelas em áreas de plantio, experimentos de campo com a fibra vegetal e informações preliminares com vistas ao aproveitamento da polpa do fruto e o óleo vegetal da semente. Encontrou-se 888 palmeiras por hectare na área do produtor, aproximadamente 65% dessas estavam produzindo fibras vegetais. Os plantios quilombolas apresentaram aproximadamente 1.250 palmeiras por hectare, 83% dessas estavam produzindo fibras vegetais comercializáveis. A produtividade média de fibra por planta na fase de ‘bananeira em produção’ foi de 1,2 kg/planta/ano e na fase coqueiro uma média de 3,68 kg/planta/ano. Após mais de 12 meses da primeira extração, a média de fibra por planta na segunda extração foi de 0,71 kg/planta/ano na fase ‘bananeira em produção’ e de 3,14 kg/planta/ano nas plantas coqueiro. A etapa de pré-beneficiamento apresentou 17,3% de resíduos, no beneficiamento apresentou uma média de 26,8% de resíduos e aproximadamente 15,3% de descarte na etapa de confecção das vassouras de piaçava. Portanto, ao longo do processo produtivo foi descartado aproximadamente 41,8% de resíduos, aproveitados 35,6% de fibras vegetais fino/média, 5,3% de fibras grosso-médias e 17% corresponderam ao subproduto ‘fita’ para cobertura de quiosques de praia. Considerando a comercialização das fibras vegetais da piaçava beneficiadas (cortadas), as margens brutas de ganhos financeiros foram: 10,47% para o ‘tirador; 7,62% para catadeira; 28,57% para o cortador; e 52% para o atravessador. Apesar das dificuldades de acessar o mercado de vassouras da piaçava, os extrativistas dominam as técnicas e tecnologias envolvidas no manejo e processamento da fibra vegetal, o que permite que a renda extrativista familiar, com a fibra da piaçava, seja melhorada. A renda extrativista atual variou de R$ 360,00 a R$ 600,00 por mês. Supondo o cenário onde o extrativista domina todo o processo produtivo da confecção das vassouras de piaçava, a renda mensal bruta, de um único extrativista, trabalhando 25 dias por mês, oito horas por dia, passaria para R$ 2.460,00 por mês. O custo de produção para produzir essas 410 vassouras ficaria entorno de R$ 795,38, então o ganho líquido mensal passaria para R$ 1.664,63. Esses valores comprovaram que o maior domínio das etapas de produção, manejo e aproveitamento da fibra vegetal da piaçava, realizada pelos extrativistas, agrega valor ao produto final e eleva a renda dos quilombolas e pequenos agroextrativistas.Piassava palm tree (Attalea funifera Mart.) is endemic of Atlantic Forest biome and it occurs in Bahia coast, Brazil. It has been used by indigenous communities even before the Portuguese arrived on Brazilian coast. This traditional knowledge was rapidly passed on to colonizers and black communities. The species is currently cultivated in large plantations and extractive activities are maintained by black population living in the region, family farmers and quilombola communities that still retain this resource in their forest fragments and in small plantations, locally named ‘piaçava forest’. Vegetable fibers are commercialized in raw form, pre-benefited, benefited, brooms and handicraft using benefited vegetable fibers. This dissertation covers techniques and technologies involving vegetable fiber management and processing, through field surveys, knowledge exchange between researchers and piaçava extractors, implementation of parcels in planting areas, vegetable fiber yield tests and preliminary information in order to take advantage of fruit pulp and seed vegetable oil. It was found 888 palm trees per hectare in producer area, approximately 65% of them are producing vegetable fibers. Quilombola plantations presented approximately 1.250 palm trees per hectare, 83% of them are producing marketable vegetable fibers. Average fiber productivity per plant during “banana tree in production” phase was 1.2kg/plant/year and during coconut tree phase was about average of 3.68kg/plant/year. After more than 12 months of first extraction the average fiber per plant in second extraction was 0.71kg/plant/year in “banana tree in production” phase and 3.14kg/plant/year in coconut trees. Pre-beneficiation phase presented 17.3% of waste, beneficiation presented an average of 26.8% of waste and approximately 15,3% of disposal of fine/media fiber during piassava brooms confection phase. Therefore throughout productive process approximately 41.8% of waste is discarded, 35.6% of fine/media vegetable fibers are used in broom confection and 17% corresponds to by-product “stripe” to cover beach kiosks and 5,3% of thick/media fiber. Considering the commercialization of piaçava benefited vegetable fibers (cut) gross margins were: 10.47% to the extractor; 7,62% to the harvester; 28.57% to the “quilombolas”; and 52% to the intermediary. Despite the difficulties of accessing the piaçava broom market, the extractors dominate the techniques and technologies involved in the management and processing of vegetable fiber, which allows that the extractive family incoming be improved with palm fiber. Current extractive income varies from R$ 360.00 to R$ 600.00 per month, supposing the scenario where the extractor dominate the whole productive process of piaçava broom confection, gross monthly income of a single extractor, working 25 days a month, eight hours a day, would be R$ 2,460.00 per month. Production costs to produce 410 brooms would be approximately R$ 795.38, then net monthly gain would be R$ 1.664.63. Those amounts prove that dominating piassava vegetable fiber production, management and exploitation by extractors adds value to final product and raises quilombolas and small extractors’ income.Faculdade de Tecnologia (FT)Departamento de Engenharia Florestal (FT EFL)Programa de Pós-Graduação em Ciências FlorestaisDel Menezzi, Cláudio Henrique SoaresRezende, Alba ValériaPimentel, Noara Modesto2015-12-20T16:24:52Z2015-12-20T16:24:52Z2015-12-202015-05-15info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfPIMENTEL, Noara Modesto. Uso tradicional, manejo e processamento da piaçava da Bahia (Attalea funifera Mart.). 2015. vii, 210 f., il. Tese (Doutorado em Ciências Florestais)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.http://repositorio.unb.br/handle/10482/18993http://dx.doi.org/10.26512/2015.05.T.18993A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2024-02-05T18:18:59Zoai:repositorio.unb.br:10482/18993Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2024-02-05T18:18:59Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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