Avaliação da exposição solar na intoxicação experimental por Brachiaria decumbens em ovinos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Porto, Mirna Ribeiro
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Saturnino, Klaus Casaro, Lima, Eduardo Maurício Mendes de, Lee, Stephen T., Lemos, Ricardo A. A., Pereira, Clairton Marcolongo, Correa, Franklin Riet, Castro, Márcio Botelho de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UnB
Texto Completo: http://repositorio.unb.br/handle/10482/16249
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2013000800011
Resumo: Foram utilizados 26 ovinos, entre 3 e 4 meses de idade, divididos em 3 grupos, provenientes de rebanhos que nunca tiveram contato com pastos de Brachiaria spp.. Dois grupos receberam Brachiaria decumbens no cocho diariamente ad libitum, sendo que um deles permaneceu em área com exposição solar (GS) e o outro foi mantido em baias cobertas protegidos do sol (GSB). O grupo controle (GC) foi também mantido em local com exposição solar e alimentado com feno de Cynodon dactylon e capim Pennisetum purpureum triturado. Todos os grupos receberam alimentação em cochos e foram suplementados com 200g/ dia/animal de ração comercial para ovinos. Foi realizada a avaliação clínica diária dos ovinos e colhidas amostras duas vezes por semana para dosagem sérica de AST e GGT. Os animais que morreram foram submetidos a necropsia e em todos os ovinos sobreviventes foi realizada biópsia hepática no final do experimento. Três animais do grupo GS adoeceram e dois morreram. Um ovino do grupo GSB adoeceu e morreu. Não houve alterações clínicas nos ovinos controles. Os principais sinais clínicos observados nos animais que adoeceram foram apatia, emagrecimento, fotofobia, hiperemia e secreção ocular e icterícia. Nenhum animal apresentou lesões cutâneas de fotossensibilização. O grupo que permaneceu no sol apresentou atividades séricas médias de AST e GGT significativamente maiores que a dos demais grupos (p≤0,05) e os animais que permaneceram na sombra apresentaram níveis maiores de GGT (p≤0,05) em comparação ao grupo controle. A histopatologia das amostras de fígados dos ovinos com sinais clínicos demonstrou tumefação e vacuolização de hepatócitos, necrose individual de hepatócitos, macrófagos espumosos com cristais birrefringentes intracitoplasmáticos e dentro de ductos biliares e infiltrado mononuclear periportal. Amostras do capim fornecidas aos cordeiros evidenciaram níveis médios de 0,94±0,80% da saponina protodioscina. As observações do presente experimento sugerem que a não exposição ao sol não evita a presença de sinais clínicos da intoxicação, mas que a exposição solar exacerba os sinais clínicos.
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Foi realizada a avaliação clínica diária dos ovinos e colhidas amostras duas vezes por semana para dosagem sérica de AST e GGT. Os animais que morreram foram submetidos a necropsia e em todos os ovinos sobreviventes foi realizada biópsia hepática no final do experimento. Três animais do grupo GS adoeceram e dois morreram. Um ovino do grupo GSB adoeceu e morreu. Não houve alterações clínicas nos ovinos controles. Os principais sinais clínicos observados nos animais que adoeceram foram apatia, emagrecimento, fotofobia, hiperemia e secreção ocular e icterícia. Nenhum animal apresentou lesões cutâneas de fotossensibilização. O grupo que permaneceu no sol apresentou atividades séricas médias de AST e GGT significativamente maiores que a dos demais grupos (p≤0,05) e os animais que permaneceram na sombra apresentaram níveis maiores de GGT (p≤0,05) em comparação ao grupo controle. A histopatologia das amostras de fígados dos ovinos com sinais clínicos demonstrou tumefação e vacuolização de hepatócitos, necrose individual de hepatócitos, macrófagos espumosos com cristais birrefringentes intracitoplasmáticos e dentro de ductos biliares e infiltrado mononuclear periportal. Amostras do capim fornecidas aos cordeiros evidenciaram níveis médios de 0,94±0,80% da saponina protodioscina. As observações do presente experimento sugerem que a não exposição ao sol não evita a presença de sinais clínicos da intoxicação, mas que a exposição solar exacerba os sinais clínicos.Twenty-six five-month-old lambs originated from flocks with no previous contact with Brachiaria spp. pastures were divided into three groups. Two groups (GS and GSB) were fed daily with fresh harvested Brachiaria decumbens ad libitum. GS was kept in an area with solar exposure and GSB was kept in stalls sheltered from solar exposure. Control group (GC) was also kept under solar exposure, but fed with Cynodon dactylon grass hay and Pennisetum pur¬pureum fresh grass. All sheep from the three groups were supplemented with 200g daily of a commercial concentrated food. Evaluation of clinical signs was carried out daily and blood samples were collected twice a week to determine AST and GGT serum activities. Three out of nine lambs of GS presented clinical signs of Brachiaria spp. poisoning, and two died. One animal showed clinical signs and died in GSB. The main clinical signs observed were apathy, weight loss, photophobia, conjunctivitis, ocular mucous discharge and jaundice. Dermatitis due to photosensitization was not observed. Mean serum AST and GGT activities were significantly higher (p≤0,05) in the group exposed to sun, than in the other two groups, and the GGT activities were significantly higher in the group sheltered than in the control group (p≤0,05). All animals at the end of the experiment were submitted to liver biopsy and died lambs were necropsied. Histopathological evaluation of liver samples from sheep with clinical signs evidenced swelling and vacuolization of hepatocytes, individual hepatocytes necrosis, presence of foamy macrophages, crystal negative images within bile ducts and foamy macrophages, biliary duct hyperplasia and periportal mononuclear infiltration. These results suggest that sun exposure does not define intoxication, but exacerbates the toxicity of the grass.Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária (FAV)Colégio Brasileiro de Patologia Animal - CBPA2014-09-11T11:54:52Z2014-09-11T11:54:52Z2013-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfPORTO, Mirna R. et al. Avaliação da exposição solar na intoxicação experimental por Brachiaria decumbens em ovinos. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 33, n. 8, p. 1009-1015, ago. 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-736X2013000800011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 22 ago. 2014.http://repositorio.unb.br/handle/10482/16249http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2013000800011Pesquisa Veterinária Brasileira - Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons (Attribution-NonCommercial 3.0 Unported (CC BY-NC 3.0)). Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0100-736X2013000800011&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 22 ago. 2014.info:eu-repo/semantics/openAccessPorto, Mirna RibeiroSaturnino, Klaus CasaroLima, Eduardo Maurício Mendes deLee, Stephen T.Lemos, Ricardo A. A.Pereira, Clairton MarcolongoCorrea, Franklin RietCastro, Márcio Botelho deporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-06-23T20:50:41Zoai:repositorio.unb.br:10482/16249Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-06-23T20:50:41Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false
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