A transformação do agroextrativismo do Cerrado : casos do Sul Maranhense e do Vale do rio Urucuia em Minas Gerais
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UnB |
Texto Completo: | https://repositorio.unb.br/handle/10482/39070 |
Resumo: | Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, 2020. |
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A transformação do agroextrativismo do Cerrado : casos do Sul Maranhense e do Vale do rio Urucuia em Minas GeraisCerradoAgroextrativismoConstrução social de mercadosCadeias produtivasFrutos nativosBiodiversidadeSustentabilidadeFrutos do cerradoAgricultura familiarBaruTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável, Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, 2020.A coleta de frutos nativos para o autoconsumo sempre aconteceu no Cerrado como atividade complementar à agricultura e à pecuária. Contudo, essa combinação de atividades, chamada agroextrativismo na literatura, se transformou nas últimas décadas sob a impulsão das Organizações Não Governamentais (ONGs) e do Estado. Várias ONGs e, também, pesquisadores consideram o extrativismo de frutos nativos do Cerrado como uma estratégia de desenvolvimento alternativo para o bioma, no contexto de rápida degradação do meio ambiente que decorre da extensão da produção agropecuária de larga escala. Porém, poucos estudos abordam a questão do ganho de escala da produção extrativista do Cerrado e das suas consequências sobre a sustentabilidade. Nessa perspectiva, a pesquisa teve por objetivo analisar as mudanças nas cadeias produtivas dos frutos do Cerrado, bem como a evolução dos mercados dos produtos nativos, com vistas à contribuição do agroextrativismo para a conservação do bioma e para o desenvolvimento rural sustentável das suas populações. Para analisar essas mudanças, utilizamos duas bases teóricas: a análise de cadeias produtivas e a construção social de mercados. O primeiro quadro permitiu analisar como as principais etapas de transformação de alguns frutos nativos do Cerrado estão organizadas, desde a coleta até o mercado de consumo. O segundo marco teórico foi usado para analisar as transformações induzidas pela criação de novos mercados e a distribuição em massa, em particular, no que tange a dimensão alternativa dos produtos do Cerrado. A pesquisa foi realizada em dois campos: o Vale do rio Urucuia em Minas Gerais e o Sul Maranhense. 40 entrevistas estruturadas foram realizadas com agroextrativistas e demais atores envolvidos na atividade. Participamos de reuniões, e visitamos locais de coleta e processamento de frutos nativos, e pontos de comercialização desses frutos ou de seus produtos. Os resultados obtidos demonstraram que o agroextrativismo realizado no Cerrado tem passado por transformações estruturais em relação ao desenvolvimento das cadeias produtivas. O ganho de escala do extrativismo dos frutos nativos pode ser observado através da construção de agroindústrias processadoras pelas cooperativas e pelos próprios agroextrativistas, o plantio de árvores nativas e o desenvolvimento de novos mercados. O aumento da produção direcionada para o mercado consumidor gerou incremento de renda para a população. A evolução se encontra de uma forma diferenciada em cada área estudada. No Sul Maranhense, as compras institucionais ainda têm um papel importante. Porém, os sistemas produtivos locais foram transformados pelo crescimento da demanda de bacuri em mercados regionais. Houve uma migração da atividade do agricultor familiar que passou a integrar a cadeia do bacuri controlada por atravessadores. No caso do baru no Vale do rio Urucuia, o sistema produtivo se tornou um sistema produtivo especializado para abastecer o mercado internacional. Alguns agricultores familiares deixaram de produzir suas lavouras tradicionais e investiram no monocultivo do baru. O extrativismo ainda é considerado alternativo, porém com o ganho de escala, as formas de produção e comercialização se aproximam dos mercados convencionais. O extrativismo praticado no Cerrado ainda tem poucos impactos ambientais, porque a intensidade de coleta ainda é baixa, mas essa transformação dos sistemas tradicionais traz vários riscos à sustentabilidade.CAPESGathering of native fruits for self-consumption has always been an activity in the Cerrado in addition to agriculture and livestock. However, this combination of activities, called agroextractivism in the literature, has been transformed in recent decades, thanks to Non-Governmental Organizations (NGOs) and public action. Several NGOs and also researchers consider the extractivism of native fruits from the Cerrado as an alternative strategy for the development of the biome, in the context of environmental degradation and rapid loss of natural vegetation that results from the extension of large-scale agricultural production. However, few studies address the question of the scaling-up of extractivist production in the Cerrado and its consequences on sustainability. In this perspective, the research aimed to analyze changes in the supply chains of the fruits of the Cerrado, as well as the evolution of the markets of native fruits, with regards to the contribution of agroextractivism to the conservation of the biome and the development of its rural populations. To analyze these changes, we use two theoretical frameworks: supply-chain analysis and social construction of markets. The first approach allowed us to analyze the main stages of some Cerrado’snative fruits chains, from the gathering to the consumption. The second theoretical framework was used to analyze the transformations induced by the creation of new markets and large distribution channels, in particular as regards the alternative dimension of Cerrado products. The research was carried out in two terrirories: Vale do Rio Urucuia in Minas Gerais and South of the Maranhão. 40 structured interviews were conducted with agroextractistsand other actors involved in the supply chain. We participate in meetings, and visit places were native fruits are collected and processed, and selling points. Our results show that the agroextractivism carried out in the Cerrado suffered structural transformations due to the development of the extractivism activities. The scaling-up of native fruits extractivism has been obseved through the construction of processing units by cooperatives and ever by agroextractivists themselves. In addition, native trees have been planted and new markets have been created. The developpement of the production has generated increased incomes for the population. Yet, the changes have happened in a different way in each studied area. In South of the Maranhão, public procurements still play an important role. However, local production systems have been transformed by the growing demand for bacuri in regional markets. A migration of the family farmer's activity occurred in the direction of bacuri extractivism, whose supply-chain is controlled by middlemen. In the case of baru in the Vale do rio Urucuia, the production system focus more and more on baruextractivism in orrderto supply the international market. Some family farmers do not produce their traditional crops anymore as they have invested in the baru monoculture. Extractivism is still considered an alternative strategy for the Cerrado but the scaling-up has turned production and commercialization activities as closer to conventional ones. The extractivism practiced in the Cerrado still has few environmental impacts, thanks to the the low intensity of fruits gathering, but the changes of traditional systems suggest several risks for the sustainability of the biome.Centro de Desenvolvimento SustentávelPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento SustentávelGuéneau, Stéphane Gérard EmileBispo, Tayline Walverde2020-07-06T17:07:55Z2020-07-06T17:07:55Z2020-07-062020-05-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfBISPO, Tayline Walverde. A transformação do agroextrativismo do Cerrado: casos do Sul Maranhense e do Vale do rio Urucuia em Minas Gerais. 2020. xvii, 212 f, il. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.https://repositorio.unb.br/handle/10482/39070A concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UnBinstname:Universidade de Brasília (UnB)instacron:UNB2023-06-27T18:07:49Zoai:repositorio.unb.br:10482/39070Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.unb.br/oai/requestrepositorio@unb.bropendoar:2023-06-27T18:07:49Repositório Institucional da UnB - Universidade de Brasília (UnB)false |
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