A senzala brasileira enquanto campo biopolítico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nascimento, Daniel Arruda
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Nogueira, Patrick Farias
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Profanações
Texto Completo: http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057
Resumo: Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica.
id UNC-0_6bcfe12cf4e1ed8728f008d27c38095c
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1057
network_acronym_str UNC-0
network_name_str Profanações
repository_id_str
spelling A senzala brasileira enquanto campo biopolíticoFilosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica.Universidade do Contestado (UnC)2015-12-11info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/105710.24302/prof.v2i2.1057Profanações; v. 2 n. 2 (2015); 84-962358-612510.24302/prof.v2i2reponame:Profanaçõesinstname:Universidade do Contestado (UNC)instacron:UNCporhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057/581Nascimento, Daniel ArrudaNogueira, Patrick Fariasinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-01-29T11:41:55Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1057Revistahttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/PRIhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/oai||sandro@unc.br2358-61252358-6125opendoar:2016-01-29T11:41:55Profanações - Universidade do Contestado (UNC)false
dc.title.none.fl_str_mv A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
title A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
spellingShingle A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
Nascimento, Daniel Arruda
Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.
title_short A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
title_full A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
title_fullStr A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
title_full_unstemmed A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
title_sort A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
author Nascimento, Daniel Arruda
author_facet Nascimento, Daniel Arruda
Nogueira, Patrick Farias
author_role author
author2 Nogueira, Patrick Farias
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Nascimento, Daniel Arruda
Nogueira, Patrick Farias
dc.subject.por.fl_str_mv Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.
topic Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.
description Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-12-11
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
Artigo avaliado pelos Pares
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057
10.24302/prof.v2i2.1057
url http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057
identifier_str_mv 10.24302/prof.v2i2.1057
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057/581
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Contestado (UnC)
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Contestado (UnC)
dc.source.none.fl_str_mv Profanações; v. 2 n. 2 (2015); 84-96
2358-6125
10.24302/prof.v2i2
reponame:Profanações
instname:Universidade do Contestado (UNC)
instacron:UNC
instname_str Universidade do Contestado (UNC)
instacron_str UNC
institution UNC
reponame_str Profanações
collection Profanações
repository.name.fl_str_mv Profanações - Universidade do Contestado (UNC)
repository.mail.fl_str_mv ||sandro@unc.br
_version_ 1797688249234227200