A senzala brasileira enquanto campo biopolítico
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Profanações |
Texto Completo: | http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057 |
Resumo: | Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica. |
id |
UNC-0_6bcfe12cf4e1ed8728f008d27c38095c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1057 |
network_acronym_str |
UNC-0 |
network_name_str |
Profanações |
repository_id_str |
|
spelling |
A senzala brasileira enquanto campo biopolíticoFilosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala.Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica.Universidade do Contestado (UnC)2015-12-11info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionArtigo avaliado pelos Paresapplication/pdfhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/105710.24302/prof.v2i2.1057Profanações; v. 2 n. 2 (2015); 84-962358-612510.24302/prof.v2i2reponame:Profanaçõesinstname:Universidade do Contestado (UNC)instacron:UNCporhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057/581Nascimento, Daniel ArrudaNogueira, Patrick Fariasinfo:eu-repo/semantics/openAccess2016-01-29T11:41:55Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/1057Revistahttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/PRIhttp://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/oai||sandro@unc.br2358-61252358-6125opendoar:2016-01-29T11:41:55Profanações - Universidade do Contestado (UNC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
title |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
spellingShingle |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico Nascimento, Daniel Arruda Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala. |
title_short |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
title_full |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
title_fullStr |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
title_full_unstemmed |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
title_sort |
A senzala brasileira enquanto campo biopolítico |
author |
Nascimento, Daniel Arruda |
author_facet |
Nascimento, Daniel Arruda Nogueira, Patrick Farias |
author_role |
author |
author2 |
Nogueira, Patrick Farias |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nascimento, Daniel Arruda Nogueira, Patrick Farias |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala. |
topic |
Filosofia Política. Giorgio Agamben. Biopolítica. Campo. Senzala. |
description |
Seria o campo aberto da senzala um espaço de concreção do que conhecemos hoje com o nome de biopolítica? Seria a senzala um ancestral do campo biopolítico vindo à luz com os eventos totalitários do século vinte? A hipótese do presente trabalho visa compreender a senzala em correlação com o conceito de campo, como definido pelo filósofo italiano Giorgio Agamben. Comparação essa que se estabelece, no registro das considerações sobre um mundo onde não há improfanáveis, tendo como mote o fato da exposição sem medida à violência e à morte. Se o escravo está na histórica senzala brasileira absolutamente abandonado à violência e ao cálculo sobre a vida, o que nos impediria de identificá-la como outra realização do projeto biopolítico ocidental? O senhor de escravos era também um senhor de soberania e na senzala vigorava a exceção soberana. Trata-se aqui de salientar, para além dos balizamentos filosóficos propostos pelo filósofo da profanação, como a escravidão e a senzala realizaram, antes do nascimento dos campos do século vinte, a conversão do homem em recurso biológico, em vida nua, na ondulação da fina linha de mão dupla que se estende, e sempre retorna, da biopolítica à tanatopolítica. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-12-11 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Artigo avaliado pelos Pares |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057 10.24302/prof.v2i2.1057 |
url |
http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057 |
identifier_str_mv |
10.24302/prof.v2i2.1057 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://www.periodicos.unc.br/index.php/prof/article/view/1057/581 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Contestado (UnC) |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade do Contestado (UnC) |
dc.source.none.fl_str_mv |
Profanações; v. 2 n. 2 (2015); 84-96 2358-6125 10.24302/prof.v2i2 reponame:Profanações instname:Universidade do Contestado (UNC) instacron:UNC |
instname_str |
Universidade do Contestado (UNC) |
instacron_str |
UNC |
institution |
UNC |
reponame_str |
Profanações |
collection |
Profanações |
repository.name.fl_str_mv |
Profanações - Universidade do Contestado (UNC) |
repository.mail.fl_str_mv |
||sandro@unc.br |
_version_ |
1797688249234227200 |