Editorial
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista da FAEEBA (Online) |
DOI: | 10.21879/faeeba2358-0194.2013.v22.n39.p |
Texto Completo: | https://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/319 |
Resumo: | Pensar a Educação no plano filosófico e a Filosofia no plano educacional é um desafioa ser enfrentado nos tempos atuais marcados pela fragmentação e pelo pragmatismoutilitarista. A Filosofia, se considerada como um pensar radical sobre o ser da Educação,instiga a indagação sobre a natureza do ato educativo, as possibilidades da educação comoprojeto de hominização, e as condições históricas do educar nas diversas temporalidades.A Educação, compreendida em perspectiva mais alargada do que a educação formal einstitucionalizada, trata de processos de construção de subjetividades comprometidascom determinados projetos de mundo. O nascimento biológico por si não é suficientepara inserir o sujeito no mundo da cultura, no qual a educação tem função instituidora.A natureza das problematizações sobre Educação enquanto formação humana remeteao pensamento de Martin Heidegger, quando ele evidencia a ocorrência de uma mutilaçãodo pensamento na modernidade por conta do gigantismo utilitarista e pragmático doconhecimento moderno. A razão instrumental funcionou como uma barreira de contençãopara o pensamento autêntico. Esta posição encontra-se também amplamente defendidapor Boaventura Santos, que qualifica o conhecimento gerado pela razão instrumental coma designação impactante de “conhecimento-lixo”. O conhecimento-lixo é aquele incessantementeproduzido, movido por uma lógica do fluxo rápido e utilitarista da produçãocapitalista. Tal lixo cognitivo descarta as questões fundamentais da experiência humanaao tempo em que se autorreproduz, produzindo uma epistemologia da superficialidade,ou, dito de outro modo, uma epistemologia negativa. Daí a pertinência da Filosofia nocombate a essa epistemologia da superficialidade.Em contraponto, o filósofo Edgar Morin traz uma grande contribuição para as ciênciassociais, particularmente para a educação, ao se opor ao paradigma clássico dasimplificação. Apresenta a epistemologia da complexidade como um grande desafio aoconhecimento reducionista, propõe uma reforma do sistema de pensamento, a transformaçãodo conhecimento da complexidade em pensamento da complexidade, questionandoas grandes narrativas e as certezas consideradas absolutas e imutáveis, descortinando aaventura do conhecimento e da construção de novo paradigma científico que incorporea probabilidade, o acaso, a ordem, a desordem, as incertezas. |
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