Literatura e crítica cultural: uma experiência com os cânticos do MMRT no curso de letras
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Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Pontos de Interrogação (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/9331 |
Resumo: | Trata-se de uma reflexão sobre a experiência desenvolvida com cânticos produzidos por mulheres do Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais (MMTR), de Inhambupe-BA, no componente curricular Cânones e Contextos da Literatura Brasileira, do curso de Letras da Universidade do Estado da Bahia. Tal reflexão tem como objetivo observar os saldos dessa experiência, principalmente no que diz respeito ao cânone literário, ao ensino de literatura sob a perspectiva da crítica cultural e feminista. Como metodologia para o curso, nos utilizamos de estudos de textos, debates, rodas de conversas, leituras dos cânticos, palestras e performances, com a finalidade de mostrar como os discursos são construídos, inclusive o que fixa o cânone literário, apontando as relações de poder, as interdições que são feitas: das mulheres, do cotidiano, da vida, de produções culturais discursivas como os cânticos das trabalhadoras, que foram debatidos em sala. Assim, fragmentos, cenas desse curso foram retomados nesse texto reflexivo, que, tanto nessas páginas como nas aulas, contou com amparo teórico de autoras e autores como: Roberto Reis, Jonathan Culler, Michel Foucault, Lupinacci Muzart, Rita Terezinha Schmidt, entre outros. Dessa forma, concluímos que a perspectiva da crítica cultural e ainda feminista, no trabalho com a literatura, amplia as perspectivas sobre o literário, favorecendo a produção do conhecimento, inclusive de si e do mundo, tão próximo e tão distante. Com isso, a interdição discursiva, a exclusão da vida foram postas em xeque por uma pedagogia que desnaturaliza verdades, expõe a poética subjetiva, via linguagem, promovendo a criticidade, como fazem os cânticos trabalhados em sala, que convidam o leitor/ouvinte, a participar da cena, a se perceber sujeito de direitos, a reficcionalizar a si e ao mundo. |
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