Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Abreu, Laís Oliveira
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
Texto Completo: http://hdl.handle.net/20.500.11896/1866
Resumo: A presente pesquisa surge das inquietações corporificadas acerca da síndrome do silêncio diante do fenômeno da violência sexual infantil e dos altos índices desta prática criminosa no contexto brasileiro. Esta grave problemática perpassa os diversos âmbitos da sociedade e se reproduz no território escolar seja pela omissão ou por discursos e práticas que a naturaliza, mas este espaço tem papel preventivo e repressivo na rede de proteção prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. Ao tomar este tema como objeto de pesquisa e a escola pública da educação básica como locus, nosso objetivo central buscou compreender as principais contribuições da pedagogia feminista para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar na perspectiva da pesquisa-intervenção. Os objetivos específicos consistiram em: caracterizar o fenômeno da violência sexual infantil e suas principais implicações nas infâncias das crianças; mapear ações pedagógicas, ancoradas na pedagogia feminista, que contribuam para a prevenção da violência sexual infantil no território escolar e construir colaborativamente uma cartografia de afetos, visando contribuir para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar. A pesquisa de abordagem qualitativa adotou o método cartográfico a partir de Deleuze e Guattari (1995) e Barros e Kastrup (2015), o qual se ancora no paradigma pós-crítico. Os dispositivos de pesquisa utilizados para a construção dos dados foram: observação, diário de campo/pesquisa e Ateliês de Pesquisa. Os sujeitos participantes, num total de nove, foram os/as docentes do turno matutino da escola pesquisada, coordenação pedagógica e direção, cuja participação se deu por livre adesão. Construímos na processualidade da cartografia um total de seis Ateliês de Pesquisa entre julho de 2019 e agosto de 2020, sendo o primeiro deles de caráter exploratório e os dois últimos realizados em ambiente virtual. Os resultados indicam pistas cartográficas dos agenciamentos tecidos pelo coletivo participante na tentativa de enfrentar as linhas duras que rizomatizam o contexto das temáticas que se conectam ao enfrentamento da violência sexual infantil: gênero, sexualidade, educação sexual. As linhas de fuga e suas dobras apontam a educação menor como um devir possível para promover desterritorializações no terreno liso da escola face às políticas públicas locais que não convocam a intersetorialidade para a ação em rede. A pedagogia feminista, mesmo que timidamente reconhecida, emerge nas narrativas que promoveram ação-reflexão-ação acerca das vivências, subjetividades e práticas pedagógicas nas paisagens do território escolar. Os resultados apontam ainda a ausência do viés interseccional nas práticas pedagógicas quanto às categorias de gênero, raça, classe, sexualidade etc, demandando reinvenções. Assim, o coletivo vê na Cartografia de Afetos uma possibilidade de ação concreta no território escolar. Contudo, percebe a necessidade de estudar mais as pedagogias feministas, inserir a discussão do ECA no Projeto Político Pedagógico-PPP da escola para que as práticas refletidas/construídas, a exemplo das palestras, entrevistas, rodas de conversa, caminhada/pedalada possam transbordar numa ação que de fato promova o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar.
id UNEB-8_1590bf152f2158aa9aa28e0639f76c8d
oai_identifier_str oai:saberaberto.uneb.br:20.500.11896/1866
network_acronym_str UNEB-8
network_name_str Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
repository_id_str
spelling Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantilFeminist pedagogy in the school territory: cartographic becomings in confronting child sexual violence.Violência Sexual InfantilPedagogia FeministaTerritório EscolarCartografia de AfetosA presente pesquisa surge das inquietações corporificadas acerca da síndrome do silêncio diante do fenômeno da violência sexual infantil e dos altos índices desta prática criminosa no contexto brasileiro. Esta grave problemática perpassa os diversos âmbitos da sociedade e se reproduz no território escolar seja pela omissão ou por discursos e práticas que a naturaliza, mas este espaço tem papel preventivo e repressivo na rede de proteção prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. Ao tomar este tema como objeto de pesquisa e a escola pública da educação básica como locus, nosso objetivo central buscou compreender as principais contribuições da pedagogia feminista para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar na perspectiva da pesquisa-intervenção. Os objetivos específicos consistiram em: caracterizar o fenômeno da violência sexual infantil e suas principais implicações nas infâncias das crianças; mapear ações pedagógicas, ancoradas na pedagogia feminista, que contribuam para a prevenção da violência sexual infantil no território escolar e construir colaborativamente uma cartografia de afetos, visando contribuir para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar. A pesquisa de abordagem qualitativa adotou o método cartográfico a partir de Deleuze e Guattari (1995) e Barros e Kastrup (2015), o qual se ancora no paradigma pós-crítico. Os dispositivos de pesquisa utilizados para a construção dos dados foram: observação, diário de campo/pesquisa e Ateliês de Pesquisa. Os sujeitos participantes, num total de nove, foram os/as docentes do turno matutino da escola pesquisada, coordenação pedagógica e direção, cuja participação se deu por livre adesão. Construímos na processualidade da cartografia um total de seis Ateliês de Pesquisa entre julho de 2019 e agosto de 2020, sendo o primeiro deles de caráter exploratório e os dois últimos realizados em ambiente virtual. Os resultados indicam pistas cartográficas dos agenciamentos tecidos pelo coletivo participante na tentativa de enfrentar as linhas duras que rizomatizam o contexto das temáticas que se conectam ao enfrentamento da violência sexual infantil: gênero, sexualidade, educação sexual. As linhas de fuga e suas dobras apontam a educação menor como um devir possível para promover desterritorializações no terreno liso da escola face às políticas públicas locais que não convocam a intersetorialidade para a ação em rede. A pedagogia feminista, mesmo que timidamente reconhecida, emerge nas narrativas que promoveram ação-reflexão-ação acerca das vivências, subjetividades e práticas pedagógicas nas paisagens do território escolar. Os resultados apontam ainda a ausência do viés interseccional nas práticas pedagógicas quanto às categorias de gênero, raça, classe, sexualidade etc, demandando reinvenções. Assim, o coletivo vê na Cartografia de Afetos uma possibilidade de ação concreta no território escolar. Contudo, percebe a necessidade de estudar mais as pedagogias feministas, inserir a discussão do ECA no Projeto Político Pedagógico-PPP da escola para que as práticas refletidas/construídas, a exemplo das palestras, entrevistas, rodas de conversa, caminhada/pedalada possam transbordar numa ação que de fato promova o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar.The present research arises from the embodied concerns about the silence syndrome in the face of the phenomenon of child sexual violence and from the high rates of this criminal practice in the Brazilian context. This serious problem permeates the various spheres of society and is reproduced in the school territory either by omission or by discourses and practices that naturalize it, but this space has a preventive and repressive role in the protection network provided for by the Statute of Children and Adolescents-ECA. By taking this theme as an object of research and the public school of basic education as a locus, our central objective sought to understand the main contributions of feminist pedagogy to face child sexual violence in the school from the perspective of research-intervention. The specific objectives were: to characterize the phenomenon of sexual violence against children and its main implications for children's childhood; map pedagogical actions, anchored in feminist pedagogy, that contribute to the prevention of child sexual violence in the school territory and collaboratively build a cartography of affections aiming to contribute to the fight against child sexual violence in the school territory. The qualitative research approach adopted the cartographic method from Deleuze and Guattari (1995) and Barros and Kastrup (2015), which is anchored in the post-critical paradigm. The research devices used to construct the data were: observation, field / research diary and Research Ateliers. The participating subjects, in a total of nine, were the teachers of the morning shift of the researched school, pedagogical coordination and direction, whose participation was given by free adhesion. We built a total of six Research Ateliers between July 2019 and August 2020 in the process of cartography, the first being exploratory and the last two carried out in a virtual environment. The results indicate cartographic clues of the assemblages woven by the participating collective in an attempt to face the hard lines that rhizomatize the context of the themes that are connected to the confrontation of child sexual violence: gender, sexuality, sexual education. The flight lines and their folds point to minor education as a possible development to promote deterritorialization in the school's flat terrain in the face of local public policies that do not call for intersectoral action for network action. Feminist pedagogy, even if timidly recognized, emerges in the narratives that promoted action-reflection-action about the experiences, subjectivities and pedagogical practices in the landscapes of the school territory. The results also point to the absence of intersectional bias in pedagogical practices regarding the categories of gender, race, class, sexuality, etc., demanding reinventions. Thus, the collective sees in the Cartography of Affections a possibility of concrete action in the school territory, however, realizes the need to study feminist pedagogies further, inserting the discussion of ECA in the school's Pedagogical Political Project-PPP so that the practices reflected / constructed, like lectures, interviews, conversation circles, walking / cycling can spill over into an action that actually promotes the fight against child sexual violence in the school territory.Silva, Ana Lúcia Gomes daSilva, Zuleide Paiva daAuad, DanielaFagundes, Tereza Cristina Pereira CarvalhoAbreu, Laís Oliveira2021-08-17T16:12:12Z2021-08-17T16:12:12Z2020info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfABREU, Laís Oliveira. Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil. Orientadora: Ana Lúcia Gomes da Silva. 2020. 270f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia, MPED. Departamento de Ciências Humanas – Campus IV. Universidade do Estado da Bahia, 2020.http://hdl.handle.net/20.500.11896/1866porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEBinstname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)instacron:UNEB2024-05-11T03:00:15Zoai:saberaberto.uneb.br:20.500.11896/1866Repositório InstitucionalPUBhttps://saberaberto.uneb.br/server/oai/requestrepositorio@uneb.br || sisb@uneb.bropendoar:2024-05-11T03:00:15Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)false
dc.title.none.fl_str_mv Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
Feminist pedagogy in the school territory: cartographic becomings in confronting child sexual violence
title Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
spellingShingle Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
Abreu, Laís Oliveira
.Violência Sexual Infantil
Pedagogia Feminista
Território Escolar
Cartografia de Afetos
title_short Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
title_full Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
title_fullStr Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
title_full_unstemmed Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
title_sort Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil
author Abreu, Laís Oliveira
author_facet Abreu, Laís Oliveira
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Silva, Ana Lúcia Gomes da
Silva, Zuleide Paiva da
Auad, Daniela
Fagundes, Tereza Cristina Pereira Carvalho
dc.contributor.author.fl_str_mv Abreu, Laís Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv .Violência Sexual Infantil
Pedagogia Feminista
Território Escolar
Cartografia de Afetos
topic .Violência Sexual Infantil
Pedagogia Feminista
Território Escolar
Cartografia de Afetos
description A presente pesquisa surge das inquietações corporificadas acerca da síndrome do silêncio diante do fenômeno da violência sexual infantil e dos altos índices desta prática criminosa no contexto brasileiro. Esta grave problemática perpassa os diversos âmbitos da sociedade e se reproduz no território escolar seja pela omissão ou por discursos e práticas que a naturaliza, mas este espaço tem papel preventivo e repressivo na rede de proteção prevista pelo Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. Ao tomar este tema como objeto de pesquisa e a escola pública da educação básica como locus, nosso objetivo central buscou compreender as principais contribuições da pedagogia feminista para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar na perspectiva da pesquisa-intervenção. Os objetivos específicos consistiram em: caracterizar o fenômeno da violência sexual infantil e suas principais implicações nas infâncias das crianças; mapear ações pedagógicas, ancoradas na pedagogia feminista, que contribuam para a prevenção da violência sexual infantil no território escolar e construir colaborativamente uma cartografia de afetos, visando contribuir para o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar. A pesquisa de abordagem qualitativa adotou o método cartográfico a partir de Deleuze e Guattari (1995) e Barros e Kastrup (2015), o qual se ancora no paradigma pós-crítico. Os dispositivos de pesquisa utilizados para a construção dos dados foram: observação, diário de campo/pesquisa e Ateliês de Pesquisa. Os sujeitos participantes, num total de nove, foram os/as docentes do turno matutino da escola pesquisada, coordenação pedagógica e direção, cuja participação se deu por livre adesão. Construímos na processualidade da cartografia um total de seis Ateliês de Pesquisa entre julho de 2019 e agosto de 2020, sendo o primeiro deles de caráter exploratório e os dois últimos realizados em ambiente virtual. Os resultados indicam pistas cartográficas dos agenciamentos tecidos pelo coletivo participante na tentativa de enfrentar as linhas duras que rizomatizam o contexto das temáticas que se conectam ao enfrentamento da violência sexual infantil: gênero, sexualidade, educação sexual. As linhas de fuga e suas dobras apontam a educação menor como um devir possível para promover desterritorializações no terreno liso da escola face às políticas públicas locais que não convocam a intersetorialidade para a ação em rede. A pedagogia feminista, mesmo que timidamente reconhecida, emerge nas narrativas que promoveram ação-reflexão-ação acerca das vivências, subjetividades e práticas pedagógicas nas paisagens do território escolar. Os resultados apontam ainda a ausência do viés interseccional nas práticas pedagógicas quanto às categorias de gênero, raça, classe, sexualidade etc, demandando reinvenções. Assim, o coletivo vê na Cartografia de Afetos uma possibilidade de ação concreta no território escolar. Contudo, percebe a necessidade de estudar mais as pedagogias feministas, inserir a discussão do ECA no Projeto Político Pedagógico-PPP da escola para que as práticas refletidas/construídas, a exemplo das palestras, entrevistas, rodas de conversa, caminhada/pedalada possam transbordar numa ação que de fato promova o enfrentamento da violência sexual infantil no território escolar.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020
2021-08-17T16:12:12Z
2021-08-17T16:12:12Z
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv ABREU, Laís Oliveira. Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil. Orientadora: Ana Lúcia Gomes da Silva. 2020. 270f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia, MPED. Departamento de Ciências Humanas – Campus IV. Universidade do Estado da Bahia, 2020.
http://hdl.handle.net/20.500.11896/1866
identifier_str_mv ABREU, Laís Oliveira. Pedagogia feminista no território escolar: devires cartográficos no enfrentamento da violência sexual infantil. Orientadora: Ana Lúcia Gomes da Silva. 2020. 270f. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Educação e Diversidade da Universidade do Estado da Bahia, MPED. Departamento de Ciências Humanas – Campus IV. Universidade do Estado da Bahia, 2020.
url http://hdl.handle.net/20.500.11896/1866
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
instname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
instacron:UNEB
instname_str Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
instacron_str UNEB
institution UNEB
reponame_str Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
collection Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
repository.name.fl_str_mv Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
repository.mail.fl_str_mv repositorio@uneb.br || sisb@uneb.br
_version_ 1802131148229312512