Narrativas autobiográficas de escritoras de Alagoinhas: processo de (auto)formação e ressignificação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Gislene Alves da
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB
Texto Completo: https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5394
Resumo: O trabalho que por ora apresento é uma pesquisa de natureza qualitativa, que pauta-se em estudos de gênero e da crítica feminista e cultural e que tem como objetivo verificar como as narrativas autobiográficas das escritoras de Alagoinhas, após processo de interlocução destas e enquanto construto da (auto)formação dos sujeitos femininos, criam condições para a (re)significação das suas histórias de vida. Deste modo, trabalhamos, nesta pesquisa, na perspectiva da pesquisa-ação e com o método autobiográfico. Para tanto, nos inspiramos no projeto desenvolvido pela pesquisadora Christine Delory-Momberger (2006) com o ateliê autobiográfico, nos quais trabalhamos com os poemas Eu-Mulher, e Vozes-Mulheres e o conto Olhos d’água de Conceição Evaristo e com a leitura de trecho do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada de Carolina Maria de Jesus, buscando verificar como as escritoras de Alagoinhas, em contato com estas outras, repensavam suas vidas. Assim, se fez necessário um arcabouço teórico para pensarmos as questões da escrita de si, escrita feminina, a vivência do gênero feminino etc. A escrita memorialística foi pensada a partir de Lacerda (2003) que nos ajudou a pensar como esta escrita foi por muito tempo considerada, um escrito sem valor, por se tratar de uma literatura que centra a sua construção com base nas experiências vividas pelas escritoras. Teóricos como, Klinger (2012), Santiago (2008) e Arfuch (2012) formam fundamentais para percebemos como a primeira pessoa atravessa a ficção contemporânea, tornando complexos os limites entre o texto real e ficcional. Assim, esta narrativa contemporânea como se apresenta é entendida pelos estudiosos como uma autoficção. É neste espaço autobiográfico que hoje as mulheres se (auto)representam e falam a partir do seu lugar. E a escrita dessa mulher parte das suas vivências, das experiências que se acumulam durante o seu percurso. Uma escrita feminina, que Nelly Richard (2002), nos diz que, não interessa saber a particularidade dessa escrita produzida por mulheres, mas como as marcas do feminino são textualizadas, pois estas marcas aparecem no “corpo vivo” escrito pelo sujeito feminino. Sendo assim, o trabalho desenvolvido no ateliê autobiográfico deu embasamento para a construção das escritas de si das escritoras Luzia Senna e Margarida Souza. Por fim, percebemos que as narrativas autobiográficas promovem a possibilidade de ser e de viver, mas a cima de tudo de tornar-se, de projetarmo-nos para novos horizontes em busca de outros projetos de vida, outras tessituras, novas narrativas. A pesquisa revelou, portanto, neste encontro entre escritoras, e através das narrativas de si, um processo de leituras e releituras, que resultou em autocrítica, autorreflexão, empoderamentos, devires, apontando também para a significância da atividade.
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Para tanto, nos inspiramos no projeto desenvolvido pela pesquisadora Christine Delory-Momberger (2006) com o ateliê autobiográfico, nos quais trabalhamos com os poemas Eu-Mulher, e Vozes-Mulheres e o conto Olhos d’água de Conceição Evaristo e com a leitura de trecho do livro Quarto de despejo: diário de uma favelada de Carolina Maria de Jesus, buscando verificar como as escritoras de Alagoinhas, em contato com estas outras, repensavam suas vidas. Assim, se fez necessário um arcabouço teórico para pensarmos as questões da escrita de si, escrita feminina, a vivência do gênero feminino etc. A escrita memorialística foi pensada a partir de Lacerda (2003) que nos ajudou a pensar como esta escrita foi por muito tempo considerada, um escrito sem valor, por se tratar de uma literatura que centra a sua construção com base nas experiências vividas pelas escritoras. Teóricos como, Klinger (2012), Santiago (2008) e Arfuch (2012) formam fundamentais para percebemos como a primeira pessoa atravessa a ficção contemporânea, tornando complexos os limites entre o texto real e ficcional. Assim, esta narrativa contemporânea como se apresenta é entendida pelos estudiosos como uma autoficção. É neste espaço autobiográfico que hoje as mulheres se (auto)representam e falam a partir do seu lugar. E a escrita dessa mulher parte das suas vivências, das experiências que se acumulam durante o seu percurso. Uma escrita feminina, que Nelly Richard (2002), nos diz que, não interessa saber a particularidade dessa escrita produzida por mulheres, mas como as marcas do feminino são textualizadas, pois estas marcas aparecem no “corpo vivo” escrito pelo sujeito feminino. Sendo assim, o trabalho desenvolvido no ateliê autobiográfico deu embasamento para a construção das escritas de si das escritoras Luzia Senna e Margarida Souza. Por fim, percebemos que as narrativas autobiográficas promovem a possibilidade de ser e de viver, mas a cima de tudo de tornar-se, de projetarmo-nos para novos horizontes em busca de outros projetos de vida, outras tessituras, novas narrativas. A pesquisa revelou, portanto, neste encontro entre escritoras, e através das narrativas de si, um processo de leituras e releituras, que resultou em autocrítica, autorreflexão, empoderamentos, devires, apontando também para a significância da atividade.The work for the time being present is a qualitative research, which is guided in gender studies and feminist and cultural criticism and aims to determine how the autobiographical narratives of the writers of Alagoinhas, after dialogue process these and while construct of (self) education of female subjects, create conditions for the (re) signification of their life stories. Thus, we work in this research from the perspective of action research and the autobiographical method. For this, we were inspired by the project developed by the researcher Christine Delory-Momberger (2006) with the autobiographical studio, we work with the poems I-Woman, and Voices-Women and the tale Eyes water Conceição Evaristo and reading of the book Storage room excerpt: diary of a slum of Carolina Maria de Jesus, trying to see how the writers of Alagoinhas in contact with these other, rethought their lives. Thus, it was necessary a theoretical framework to think the writing issues themselves, feminine writing, the experience female etc. The memoirs written was designed from Lacerda (2003) which helped us to think like this writing was long considered a written worthless, because it is a literature that focuses its construction based on the experiences of the writers. Theorists like, Klinger (2012), Santiago (2008) and Arfuch (2012) form essential to realize as the first person through the contemporary fiction, making complex the boundaries between the real and fictional text. Thus, this contemporary narrative as it stands is seen by scholars as a autofiction. In this autobiographical space that women today (auto) represent and speak from your place. And writing this woman part of their experiences, experiences that accumulate during your route. A women's writing, which Nelly Richard (2002), tells us that, no matter know the peculiarity of this writing produced by women but as the feminine marks are textualized because these marks appear in the "living body" written by the female subject. Thus, the work on the autobiographical workshop gave foundation to build the writings of other writers Luzia Senna and Margarida Souza. Finally, we realized that the autobiographical narratives for the possibility of being and living, but above all to become of projetarmo us to new horizons in search of other life projects, tessitura other, new narratives. The survey revealed, so in this meeting between writers, and through the narrative itself, a process of reading and rereading, which resulted in self-criticism, self-reflection, empowerments, becomings, also pointing to the significance of the activity.Universidade do Estado da BahiaPós Graduação em Critica CulturalMoreira, Jailma dos Santos PedreiraPereira, Aurea da SilvaGomes, Carlos Magno SantosSilva, Gislene Alves da2024-05-10T14:54:42Z2024-05-10T14:54:42Z2015-09-30info:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfSILVA, Gislene Alves da. Narrativas autobiográficas de escritoras de Alagoinhas: processo de (auto) formação e ressignificação. 2015. 129f. Dissertação (Mestrado em Crítica Cultural) - Departamento de Educação, Universidade do Estado da Bahia, Alagoinhas, 2015.https://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5394porinfo:eu-repo/semantics/openAccesshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/reponame:Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEBinstname:Universidade do Estado da Bahia (UNEB)instacron:UNEB2024-05-11T03:00:15Zoai:saberaberto.uneb.br:20.500.11896/5394Repositório InstitucionalPUBhttps://saberaberto.uneb.br/server/oai/requestrepositorio@uneb.br || sisb@uneb.bropendoar:2024-05-11T03:00:15Saber Aberto – Repositório Institucional da UNEB - Universidade do Estado da Bahia (UNEB)false
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