ÉTICA E MORAL REIFICADA: UMA ANÁLISE DA TEORIA DA JUSTIÇA RALWSIANA

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: SILVA, Marcelo Lira
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Org & Demo (Online)
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/orgdemo/article/view/2664
Resumo: Em meio a Revolução Passiva aberta com o Welfare, e a prática disseminada de transformismo presente neste período, foi que John Rawls buscou desenvolver aquela que seria considerada sua obra mais elevada – A Theory of Justice –, que obviamente caracterizou-se por representar um dos fortes veículos daquela prática. Sua incumbência foi a de através da restituição de uma teoria dos deveres, arquitetar uma crítica ao processo de Revolução Passiva aberto com o Welfare e ao mesmo tempo constituir formas de justificação e legitimação moral daquele arranjo institucional contra-reformista, pautado no livre-mercado e conseqüentemente na concepção de liberdade liberal. Àquele arranjo institucional, Rawls denominara sistema de cooperação. Com o intuito de construir um quadro-teórico referencial que lhe permitisse municiar-se de chaves de leitura capazes de o levar à construção de uma crítica consistente ao Welfare, Rawls pôs-se como imperativo desenvolver critérios que pudessem mensurar a normatividade de toda a institucionalidade vigente, pondo-se como intuito valorar o grau de justiça das instituições e das leis. Em tal quadro teórico, o momento de mensuração das leis serviria de fundamento para o legislador emendar ou suprimir as leis que fossem consideradas injustas. A propositura de Rawls visara a recompor os princípios de justiça do liberalismo originário presentes em Hobbes, Locke e Rousseau, mas principalmente em Kant, com a incumbência de criar uma fórmula legitimadora de justificação da moral deontológica liberal-burguesa. Ora, apesar do floreio hermético, como se pode observar, o centro principal de interesse do filósofo estadunidense ora discutido era o Welfare State e todas as determinações éticas, políticas, econômicas e sócio-culturais nascidas naquele período. Nestes termos, pode-se localizar Rawls na mesma linhagem restauracionista de Hayek, ou seja, em um mesmo processo de reação liberal-burguês de talhe essencialmente antidemocrático e antipopular.
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