Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham)
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289 |
Resumo: | Com o intuito de apresentar a obra de Abraham intitulada A casca e o núcleo, tecem-se considerações em torno da tradução. Afinal, é o que Abraham faz, não apenas quando traduz termos de uma língua para outra, mas quando se serve da palavra no interior da mesma língua. Trata-se da tradução anassêmica que consiste em passar de uma palavra a outra, sem mudar de palavra, fazendo-as transbordarem de sentido. Assim, uma mesma palavra da língua usual, uma vez aspeada, designa o sentido intencional evidenciado pela redução fenomenológica; se grafada com letra maiúscula, remete a um processo de antes do sentido e antes da presença, passando da fenomenologia ao discurso psicanalítico, campo que se situa no solo do impensado da fenomenologia, desta guardando o que não lhe é possível perder. Assim, as palavras prazer, "prazer", Prazer não têm sentidos diferentes, menos ainda sentidos idênticos ou mesmo análogos; se não são homônimas, são menos ainda sinônimas. Prisioneira de sua própria contradição, a tradução teria como tarefa (im)possível traduzir em discurso o que lhe escapa por essência, ou seja, o não-discurso, o intraduzível e o inapresentável. |
id |
UNESP-4_26878e1eda4c0a9e2346322575946f9f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4289 |
network_acronym_str |
UNESP-4 |
network_name_str |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham)Tradução anassêmicaNicolas AbrahampsicanálisefenomenologiaCom o intuito de apresentar a obra de Abraham intitulada A casca e o núcleo, tecem-se considerações em torno da tradução. Afinal, é o que Abraham faz, não apenas quando traduz termos de uma língua para outra, mas quando se serve da palavra no interior da mesma língua. Trata-se da tradução anassêmica que consiste em passar de uma palavra a outra, sem mudar de palavra, fazendo-as transbordarem de sentido. Assim, uma mesma palavra da língua usual, uma vez aspeada, designa o sentido intencional evidenciado pela redução fenomenológica; se grafada com letra maiúscula, remete a um processo de antes do sentido e antes da presença, passando da fenomenologia ao discurso psicanalítico, campo que se situa no solo do impensado da fenomenologia, desta guardando o que não lhe é possível perder. Assim, as palavras prazer, "prazer", Prazer não têm sentidos diferentes, menos ainda sentidos idênticos ou mesmo análogos; se não são homônimas, são menos ainda sinônimas. Prisioneira de sua própria contradição, a tradução teria como tarefa (im)possível traduzir em discurso o que lhe escapa por essência, ou seja, o não-discurso, o intraduzível e o inapresentável.UNESP2001-02-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289ALFA: Revista de Linguística; v. 44 - Especial (2000): Tradução, desconstrução e pós-modernidade1981-5794reponame:Alfa (São José do Rio Preto. Online)instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttps://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289/3878Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguísticainfo:eu-repo/semantics/openAccessDerrida, JacquesCoracini, Maria José R. Faria2013-09-09T19:32:19Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4289Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1981-5794&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpalfa@unesp.br1981-57940002-5216opendoar:2013-09-09T19:32:19Alfa (São José do Rio Preto. Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
title |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
spellingShingle |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) Derrida, Jacques Tradução anassêmica Nicolas Abraham psicanálise fenomenologia |
title_short |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
title_full |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
title_fullStr |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
title_full_unstemmed |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
title_sort |
Eu - a psicanálise: introdução à tradução A casca e o núcleo (de Nicolas Abraham) |
author |
Derrida, Jacques |
author_facet |
Derrida, Jacques Coracini, Maria José R. Faria |
author_role |
author |
author2 |
Coracini, Maria José R. Faria |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Derrida, Jacques Coracini, Maria José R. Faria |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Tradução anassêmica Nicolas Abraham psicanálise fenomenologia |
topic |
Tradução anassêmica Nicolas Abraham psicanálise fenomenologia |
description |
Com o intuito de apresentar a obra de Abraham intitulada A casca e o núcleo, tecem-se considerações em torno da tradução. Afinal, é o que Abraham faz, não apenas quando traduz termos de uma língua para outra, mas quando se serve da palavra no interior da mesma língua. Trata-se da tradução anassêmica que consiste em passar de uma palavra a outra, sem mudar de palavra, fazendo-as transbordarem de sentido. Assim, uma mesma palavra da língua usual, uma vez aspeada, designa o sentido intencional evidenciado pela redução fenomenológica; se grafada com letra maiúscula, remete a um processo de antes do sentido e antes da presença, passando da fenomenologia ao discurso psicanalítico, campo que se situa no solo do impensado da fenomenologia, desta guardando o que não lhe é possível perder. Assim, as palavras prazer, "prazer", Prazer não têm sentidos diferentes, menos ainda sentidos idênticos ou mesmo análogos; se não são homônimas, são menos ainda sinônimas. Prisioneira de sua própria contradição, a tradução teria como tarefa (im)possível traduzir em discurso o que lhe escapa por essência, ou seja, o não-discurso, o intraduzível e o inapresentável. |
publishDate |
2001 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2001-02-14 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289 |
url |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4289/3878 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguística info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguística |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNESP |
publisher.none.fl_str_mv |
UNESP |
dc.source.none.fl_str_mv |
ALFA: Revista de Linguística; v. 44 - Especial (2000): Tradução, desconstrução e pós-modernidade 1981-5794 reponame:Alfa (São José do Rio Preto. Online) instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
collection |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
alfa@unesp.br |
_version_ |
1800214376479719424 |