Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2001 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285 |
Resumo: | A discussão teórica contemporânea contempla diversas variantes da noção de "subversão" na prática tradutória. Subverter é muitas vezes equacionado a "não servir", ou seja, a abandonar estratégias de "fidelidade", de "transparência" ou de submissão a determinados cânones. Entendemos que, embora toda subversão signifique um rompimento com a tradição, subverter implica também servir a alguma "causa", não-hegemônica por definição. Procuramos verificar essa hipótese por meio da análise de alguns discursos tradutórios em evidência, como o das feministas e o de autores como Haroldo de Campos e Lawrence Venuti. Os exemplos arrolados indicam que, apesar da pretensão à ruptura, tais discursos partilham com a tradição uma concepção essencialista de linguagem e a compreensão do tradutor como alguém que tem domínio pleno e consciente de sua própria produção. Por outro lado, se levarmos às últimas conseqüências a reflexão pós-moderna, poderemos concluir que toda tradução é, inevitavelmente, ao mesmo tempo subversiva e servil, pois interfere no original e serve a alguma "causa", em nome da qual ocorre a referida subversão. É isso o que aparentemente ocorre na prática tradutória propugnada pelos autores citados, como evidenciam os exemplos aqui discutidos. |
id |
UNESP-4_c89c05960a2e1ef9530e6653b15e7cd4 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4285 |
network_acronym_str |
UNESP-4 |
network_name_str |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê?Tradução e subversãogêneropós-modernidadehaicaiA discussão teórica contemporânea contempla diversas variantes da noção de "subversão" na prática tradutória. Subverter é muitas vezes equacionado a "não servir", ou seja, a abandonar estratégias de "fidelidade", de "transparência" ou de submissão a determinados cânones. Entendemos que, embora toda subversão signifique um rompimento com a tradição, subverter implica também servir a alguma "causa", não-hegemônica por definição. Procuramos verificar essa hipótese por meio da análise de alguns discursos tradutórios em evidência, como o das feministas e o de autores como Haroldo de Campos e Lawrence Venuti. Os exemplos arrolados indicam que, apesar da pretensão à ruptura, tais discursos partilham com a tradição uma concepção essencialista de linguagem e a compreensão do tradutor como alguém que tem domínio pleno e consciente de sua própria produção. Por outro lado, se levarmos às últimas conseqüências a reflexão pós-moderna, poderemos concluir que toda tradução é, inevitavelmente, ao mesmo tempo subversiva e servil, pois interfere no original e serve a alguma "causa", em nome da qual ocorre a referida subversão. É isso o que aparentemente ocorre na prática tradutória propugnada pelos autores citados, como evidenciam os exemplos aqui discutidos.UNESP2001-02-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285ALFA: Revista de Linguística; v. 44 - Especial (2000): Tradução, desconstrução e pós-modernidade1981-5794reponame:Alfa (São José do Rio Preto. Online)instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttps://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285/3874Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguísticainfo:eu-repo/semantics/openAccessMoreno, SileneOliveira, Paulo2013-09-09T19:32:19Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/4285Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1981-5794&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phpalfa@unesp.br1981-57940002-5216opendoar:2013-09-09T19:32:19Alfa (São José do Rio Preto. Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
title |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
spellingShingle |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? Moreno, Silene Tradução e subversão gênero pós-modernidade haicai |
title_short |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
title_full |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
title_fullStr |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
title_full_unstemmed |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
title_sort |
Da servilidade da tradução subversiva: servir a quem, por quê? |
author |
Moreno, Silene |
author_facet |
Moreno, Silene Oliveira, Paulo |
author_role |
author |
author2 |
Oliveira, Paulo |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Moreno, Silene Oliveira, Paulo |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Tradução e subversão gênero pós-modernidade haicai |
topic |
Tradução e subversão gênero pós-modernidade haicai |
description |
A discussão teórica contemporânea contempla diversas variantes da noção de "subversão" na prática tradutória. Subverter é muitas vezes equacionado a "não servir", ou seja, a abandonar estratégias de "fidelidade", de "transparência" ou de submissão a determinados cânones. Entendemos que, embora toda subversão signifique um rompimento com a tradição, subverter implica também servir a alguma "causa", não-hegemônica por definição. Procuramos verificar essa hipótese por meio da análise de alguns discursos tradutórios em evidência, como o das feministas e o de autores como Haroldo de Campos e Lawrence Venuti. Os exemplos arrolados indicam que, apesar da pretensão à ruptura, tais discursos partilham com a tradição uma concepção essencialista de linguagem e a compreensão do tradutor como alguém que tem domínio pleno e consciente de sua própria produção. Por outro lado, se levarmos às últimas conseqüências a reflexão pós-moderna, poderemos concluir que toda tradução é, inevitavelmente, ao mesmo tempo subversiva e servil, pois interfere no original e serve a alguma "causa", em nome da qual ocorre a referida subversão. É isso o que aparentemente ocorre na prática tradutória propugnada pelos autores citados, como evidenciam os exemplos aqui discutidos. |
publishDate |
2001 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2001-02-14 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285 |
url |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.fclar.unesp.br/alfa/article/view/4285/3874 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguística info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2001 ALFA: Revista de Linguística |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
UNESP |
publisher.none.fl_str_mv |
UNESP |
dc.source.none.fl_str_mv |
ALFA: Revista de Linguística; v. 44 - Especial (2000): Tradução, desconstrução e pós-modernidade 1981-5794 reponame:Alfa (São José do Rio Preto. Online) instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP) instacron:UNESP |
instname_str |
Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
instacron_str |
UNESP |
institution |
UNESP |
reponame_str |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
collection |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Alfa (São José do Rio Preto. Online) - Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
repository.mail.fl_str_mv |
alfa@unesp.br |
_version_ |
1800214376473427968 |