A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Franciscon, Moisés Wagner
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Ponce Martins, Gelise Cristine
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Faces da História
Texto Completo: https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287
Resumo: O Glavlit era o órgão encarregado da censura na União Soviética. Sua presença na diretoria de produtoras, em fiscalizações e no controle da edição não era a única fonte de repressão na produção fílmica. Estúdios e diretores dependiam dos contratos com o governo, pois trabalhavam em um sistema estatizado. Era conveniente receber as encomendas de filmes – cuja produção era numericamente prevista pela planificação. Embora houvesse apenas uma fonte de financiamento, existiam vários estúdios repartindo tais recursos. O sistema incentivava a autocensura. Os diretores eram cobrados para que o filme fosse economicamente viável e agradasse ao público. Entretanto, havia espaço para a crítica no cinema soviético, dentro de certos limites. Sua transposição equivalia a condenar a película à tesoura da censura. Esse espaço de manobra variou durante as etapas políticas do regime: aberto nos tempos de Lenin (durante a NEP), estreito sob Stalin, amplo com Kruschev (1953-64) e um pouco menos extenso com Brejnev (1964-82), como indica Lewin. A sócio-história cinematográfica de Ferro, caracterizada pela percepção de mensagens latentes ao filme decorrentes de sua produção num ambiente social conflituoso e o trabalho de Bakhtin sobre a ambivalência do humor popular, permitem-nos analisar três comédias que obtiveram resultados distintos diante da censura: Interventsiia (1969), Slujebnyi roman (1977) e Sportloto-82 (1982).
id UNESP-6_35afe66c53febdd79073497b4a09f2da
oai_identifier_str oai:seer.assis.unesp.br:article/1287
network_acronym_str UNESP-6
network_name_str Faces da História
repository_id_str
spelling A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censuraSócio-histórica cinematográficaUnião SoviéticaCrítica socialO Glavlit era o órgão encarregado da censura na União Soviética. Sua presença na diretoria de produtoras, em fiscalizações e no controle da edição não era a única fonte de repressão na produção fílmica. Estúdios e diretores dependiam dos contratos com o governo, pois trabalhavam em um sistema estatizado. Era conveniente receber as encomendas de filmes – cuja produção era numericamente prevista pela planificação. Embora houvesse apenas uma fonte de financiamento, existiam vários estúdios repartindo tais recursos. O sistema incentivava a autocensura. Os diretores eram cobrados para que o filme fosse economicamente viável e agradasse ao público. Entretanto, havia espaço para a crítica no cinema soviético, dentro de certos limites. Sua transposição equivalia a condenar a película à tesoura da censura. Esse espaço de manobra variou durante as etapas políticas do regime: aberto nos tempos de Lenin (durante a NEP), estreito sob Stalin, amplo com Kruschev (1953-64) e um pouco menos extenso com Brejnev (1964-82), como indica Lewin. A sócio-história cinematográfica de Ferro, caracterizada pela percepção de mensagens latentes ao filme decorrentes de sua produção num ambiente social conflituoso e o trabalho de Bakhtin sobre a ambivalência do humor popular, permitem-nos analisar três comédias que obtiveram resultados distintos diante da censura: Interventsiia (1969), Slujebnyi roman (1977) e Sportloto-82 (1982).UNESP2019-06-21info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/htmlhttps://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287Faces da História; Vol. 6 Núm. 1 (2019): História oral e memória na construção das narrativas sobre as representações político-culturais do Brasil atual; 447-471Faces da História; v. 6 n. 1 (2019): História oral e memória na construção das narrativas sobre as representações político-culturais do Brasil atual; 447-4712358-3878reponame:Faces da Históriainstname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)instacron:UNESPporhttps://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287/1191https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287/1208Copyright (c) 2019 Faces da Históriainfo:eu-repo/semantics/openAccessFranciscon, Moisés WagnerPonce Martins, Gelise Cristine2019-08-23T16:19:23Zoai:seer.assis.unesp.br:article/1287Revistahttps://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoriaPUBhttps://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/oai||facesdahistoria@assis.unesp.br|| facesdahistoria@gmail.com2358-38782358-3878opendoar:2019-08-23T16:19:23Faces da História - Universidade Estadual Paulista (UNESP)false
dc.title.none.fl_str_mv A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
title A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
spellingShingle A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
Franciscon, Moisés Wagner
Sócio-histórica cinematográfica
União Soviética
Crítica social
title_short A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
title_full A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
title_fullStr A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
title_full_unstemmed A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
title_sort A sátira social no cinema soviético da Era Brejnev: os limites da censura
author Franciscon, Moisés Wagner
author_facet Franciscon, Moisés Wagner
Ponce Martins, Gelise Cristine
author_role author
author2 Ponce Martins, Gelise Cristine
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Franciscon, Moisés Wagner
Ponce Martins, Gelise Cristine
dc.subject.por.fl_str_mv Sócio-histórica cinematográfica
União Soviética
Crítica social
topic Sócio-histórica cinematográfica
União Soviética
Crítica social
description O Glavlit era o órgão encarregado da censura na União Soviética. Sua presença na diretoria de produtoras, em fiscalizações e no controle da edição não era a única fonte de repressão na produção fílmica. Estúdios e diretores dependiam dos contratos com o governo, pois trabalhavam em um sistema estatizado. Era conveniente receber as encomendas de filmes – cuja produção era numericamente prevista pela planificação. Embora houvesse apenas uma fonte de financiamento, existiam vários estúdios repartindo tais recursos. O sistema incentivava a autocensura. Os diretores eram cobrados para que o filme fosse economicamente viável e agradasse ao público. Entretanto, havia espaço para a crítica no cinema soviético, dentro de certos limites. Sua transposição equivalia a condenar a película à tesoura da censura. Esse espaço de manobra variou durante as etapas políticas do regime: aberto nos tempos de Lenin (durante a NEP), estreito sob Stalin, amplo com Kruschev (1953-64) e um pouco menos extenso com Brejnev (1964-82), como indica Lewin. A sócio-história cinematográfica de Ferro, caracterizada pela percepção de mensagens latentes ao filme decorrentes de sua produção num ambiente social conflituoso e o trabalho de Bakhtin sobre a ambivalência do humor popular, permitem-nos analisar três comédias que obtiveram resultados distintos diante da censura: Interventsiia (1969), Slujebnyi roman (1977) e Sportloto-82 (1982).
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-06-21
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287
url https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287/1191
https://seer.assis.unesp.br/index.php/facesdahistoria/article/view/1287/1208
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2019 Faces da História
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2019 Faces da História
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv UNESP
publisher.none.fl_str_mv UNESP
dc.source.none.fl_str_mv Faces da História; Vol. 6 Núm. 1 (2019): História oral e memória na construção das narrativas sobre as representações político-culturais do Brasil atual; 447-471
Faces da História; v. 6 n. 1 (2019): História oral e memória na construção das narrativas sobre as representações político-culturais do Brasil atual; 447-471
2358-3878
reponame:Faces da História
instname:Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron:UNESP
instname_str Universidade Estadual Paulista (UNESP)
instacron_str UNESP
institution UNESP
reponame_str Faces da História
collection Faces da História
repository.name.fl_str_mv Faces da História - Universidade Estadual Paulista (UNESP)
repository.mail.fl_str_mv ||facesdahistoria@assis.unesp.br|| facesdahistoria@gmail.com
_version_ 1800215831656792064