LINGUAGEM E CORPO, INUMANO E HUMANO EM A PASSAGEM TENSA DOS CORPOS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coeli Machado e Silva, Regina
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Heck, Diana Milena
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: E-scrita
Texto Completo: https://revista.uniabeu.edu.br/index.php/RE/article/view/3174
Resumo: Compreender as relações entre linguagem e corpo em A passagem tensa dos corpos, de Carlos de Brito e Mello (2009) é o objetivo deste artigo. Para isso, analisamos o papel do narrador como uma figura inumana na narrativa, pois composto somente de linguagem a nomear e relatar as mortes que testemunha como forma de voltar a ser humano vivo. Ele necessita “alimentar-se” de restos dos corpos das vítimas cujas mortes são narradas por ele configurando uma série de transplantes metafóricos, tornando-se um colecionador desses restos para (re)compor seu corpo e deixar de ser linguagem e figura inumana. Como ele só pode se apropriar dos restos dos mortos anunciados, daqueles que tiveram a morte declarada e conhecida socialmente, encontra uma situação inesperada e extrema na qual a família de um morto que não o sepulta, impedindo que ele, finalmente, se transforme em corpo. Nosso argumento é que o narrador ocupa uma posição ontológica ao dar lugar à linguagem como evento originário, mas, ao narrar as mortes, ao dizer, transcende-a para um outro espaço que, na narrativa, é o de “ser” no mundo. O narrador é, ao mesmo tempo, linguagem, matéria e corpo.
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