A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Henkes, Silviana Lucia
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Cavagnoli, Carine
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Direitos Fundamentais e Democracia
Texto Completo: https://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530
Resumo: ODireito Civil Brasileiro não concebe o nascituro como pessoa, embora protejaseus direitos desde a concepção. A diferenciação entre a tutela outorgada ao nascituroe ao nascido, este considerado pessoa, resulta da clássica concepção civilistaque compreende ser a personalidade e, por consequência, a capacidade (dedireito) transmitida com o nascimento. Deste modo, antes do nascimento - paraeste diploma com reflexos para outros diplomas legais - o nascituro não éconsiderado pessoa. A doutrina e, de modo incipiente, a jurisprudência vêmadotando posicionamento que vai de encontro, por não concordarem com amanutenção deste regramento, eis que o mesmo não se coaduna com o contextosocial, político e jurídico da sociedade contemporânea, com o EstadoDemocrático de Direito que elegeu a dignidade da pessoa humana como um de seusfundamentos (artigo 1º. III da CF/88) e com o texto constitucional queestabelece a igualdade perante a lei (artigo 5o.) e a família como a base da sociedade (artigos 226 e 227 daCF/88). A partir de uma análise interdisciplinar entre as disciplinas jurídicase destas com as biociências e da interpretação sistêmica e sistemática dasfontes normativas tendo como fio condutor a Constituição Federal de 1988, otrabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da necessáriaequiparação da tutela do nascituro à da pessoa nascida, no que concerne aosdireitos da personalidade (não patrimoniais), no intuito de garantir a eficáciados direitos fundamentais e a dignidade humana. A pesquisa foi desenvolvidaatravés do método dedutivo, foram utilizadas fontes primárias e secundárias.Concluiu-se que a partir do texto constitucional, a tutela jurídica donascituro deve ser equiparada a da pessoa nascida, eis que a Carta Magnadetermina que: a) todos são iguais perante a lei (igualdade formal); b) afamília é a base da sociedade, c) a dignidade da pessoa é um dos fundamentos doEstado Democrático de Direito, d) o processo de desenvolvimento da pessoa é um continuum, assim, desde a concepção(singamia) o ordenamento jurídico deve tutelar e o Estado, a família e asociedade prover meios para garantir a esta nova vida proteção integral eplenas condições de desenvolvimento e d) desde a singamia a tutela jurídica donascituro, no que tange aos direitos da personalidade – não patrimoniais, deveser equiparada a das pessoas (nascidas) visando a eficácia dos direitosfundamentais e dos direitos da personalidade, pois se trata de pessoa, aindaque se lhe considere pessoa em desenvolvimento ou pessoa humana embrionária.
id UNIBRASIL-1_dc1c6e7dd03c996b89c2cd8b02e33bac
oai_identifier_str oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/530
network_acronym_str UNIBRASIL-1
network_name_str Revista Direitos Fundamentais e Democracia
repository_id_str
spelling A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentaisnascituro. pessoa. dignidade humana. direitos fundamentaisODireito Civil Brasileiro não concebe o nascituro como pessoa, embora protejaseus direitos desde a concepção. A diferenciação entre a tutela outorgada ao nascituroe ao nascido, este considerado pessoa, resulta da clássica concepção civilistaque compreende ser a personalidade e, por consequência, a capacidade (dedireito) transmitida com o nascimento. Deste modo, antes do nascimento - paraeste diploma com reflexos para outros diplomas legais - o nascituro não éconsiderado pessoa. A doutrina e, de modo incipiente, a jurisprudência vêmadotando posicionamento que vai de encontro, por não concordarem com amanutenção deste regramento, eis que o mesmo não se coaduna com o contextosocial, político e jurídico da sociedade contemporânea, com o EstadoDemocrático de Direito que elegeu a dignidade da pessoa humana como um de seusfundamentos (artigo 1º. III da CF/88) e com o texto constitucional queestabelece a igualdade perante a lei (artigo 5o.) e a família como a base da sociedade (artigos 226 e 227 daCF/88). A partir de uma análise interdisciplinar entre as disciplinas jurídicase destas com as biociências e da interpretação sistêmica e sistemática dasfontes normativas tendo como fio condutor a Constituição Federal de 1988, otrabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da necessáriaequiparação da tutela do nascituro à da pessoa nascida, no que concerne aosdireitos da personalidade (não patrimoniais), no intuito de garantir a eficáciados direitos fundamentais e a dignidade humana. A pesquisa foi desenvolvidaatravés do método dedutivo, foram utilizadas fontes primárias e secundárias.Concluiu-se que a partir do texto constitucional, a tutela jurídica donascituro deve ser equiparada a da pessoa nascida, eis que a Carta Magnadetermina que: a) todos são iguais perante a lei (igualdade formal); b) afamília é a base da sociedade, c) a dignidade da pessoa é um dos fundamentos doEstado Democrático de Direito, d) o processo de desenvolvimento da pessoa é um continuum, assim, desde a concepção(singamia) o ordenamento jurídico deve tutelar e o Estado, a família e asociedade prover meios para garantir a esta nova vida proteção integral eplenas condições de desenvolvimento e d) desde a singamia a tutela jurídica donascituro, no que tange aos direitos da personalidade – não patrimoniais, deveser equiparada a das pessoas (nascidas) visando a eficácia dos direitosfundamentais e dos direitos da personalidade, pois se trata de pessoa, aindaque se lhe considere pessoa em desenvolvimento ou pessoa humana embrionária.Centro Universitário Autônomo do Brasil2015-06-10info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530Revista Direitos Fundamentais & Democracia; v. 17 n. 17 (2015): Revista de Direitos Fundamentais & Democracia; 126-144Revista Direitos Fundamentais & Democracia; Vol. 17 No. 17 (2015): Revista de Direitos Fundamentais & Democracia; 126-1441982-0496reponame:Revista Direitos Fundamentais e Democraciainstname:Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil)instacron:UNIBRASILporhttps://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530/418Henkes, Silviana LuciaCavagnoli, Carineinfo:eu-repo/semantics/openAccess2015-06-12T13:43:06Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/530Revistahttp://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfdONGhttps://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/oairevistadfd@unibrasil.com.br||ebgomes@me.com1982-04961982-0496opendoar:2022-11-08T14:23:16.654559Revista Direitos Fundamentais e Democracia - Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil)false
dc.title.none.fl_str_mv A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
title A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
spellingShingle A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
Henkes, Silviana Lucia
nascituro. pessoa. dignidade humana. direitos fundamentais
title_short A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
title_full A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
title_fullStr A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
title_full_unstemmed A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
title_sort A TUTELA JURÍDICA DO NASCITURO:reflexões para a eficácia dos direitos fundamentais
author Henkes, Silviana Lucia
author_facet Henkes, Silviana Lucia
Cavagnoli, Carine
author_role author
author2 Cavagnoli, Carine
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Henkes, Silviana Lucia
Cavagnoli, Carine
dc.subject.por.fl_str_mv nascituro. pessoa. dignidade humana. direitos fundamentais
topic nascituro. pessoa. dignidade humana. direitos fundamentais
description ODireito Civil Brasileiro não concebe o nascituro como pessoa, embora protejaseus direitos desde a concepção. A diferenciação entre a tutela outorgada ao nascituroe ao nascido, este considerado pessoa, resulta da clássica concepção civilistaque compreende ser a personalidade e, por consequência, a capacidade (dedireito) transmitida com o nascimento. Deste modo, antes do nascimento - paraeste diploma com reflexos para outros diplomas legais - o nascituro não éconsiderado pessoa. A doutrina e, de modo incipiente, a jurisprudência vêmadotando posicionamento que vai de encontro, por não concordarem com amanutenção deste regramento, eis que o mesmo não se coaduna com o contextosocial, político e jurídico da sociedade contemporânea, com o EstadoDemocrático de Direito que elegeu a dignidade da pessoa humana como um de seusfundamentos (artigo 1º. III da CF/88) e com o texto constitucional queestabelece a igualdade perante a lei (artigo 5o.) e a família como a base da sociedade (artigos 226 e 227 daCF/88). A partir de uma análise interdisciplinar entre as disciplinas jurídicase destas com as biociências e da interpretação sistêmica e sistemática dasfontes normativas tendo como fio condutor a Constituição Federal de 1988, otrabalho tem por objetivo apresentar algumas reflexões acerca da necessáriaequiparação da tutela do nascituro à da pessoa nascida, no que concerne aosdireitos da personalidade (não patrimoniais), no intuito de garantir a eficáciados direitos fundamentais e a dignidade humana. A pesquisa foi desenvolvidaatravés do método dedutivo, foram utilizadas fontes primárias e secundárias.Concluiu-se que a partir do texto constitucional, a tutela jurídica donascituro deve ser equiparada a da pessoa nascida, eis que a Carta Magnadetermina que: a) todos são iguais perante a lei (igualdade formal); b) afamília é a base da sociedade, c) a dignidade da pessoa é um dos fundamentos doEstado Democrático de Direito, d) o processo de desenvolvimento da pessoa é um continuum, assim, desde a concepção(singamia) o ordenamento jurídico deve tutelar e o Estado, a família e asociedade prover meios para garantir a esta nova vida proteção integral eplenas condições de desenvolvimento e d) desde a singamia a tutela jurídica donascituro, no que tange aos direitos da personalidade – não patrimoniais, deveser equiparada a das pessoas (nascidas) visando a eficácia dos direitosfundamentais e dos direitos da personalidade, pois se trata de pessoa, aindaque se lhe considere pessoa em desenvolvimento ou pessoa humana embrionária.
publishDate 2015
dc.date.none.fl_str_mv 2015-06-10
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530
url https://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/530/418
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro Universitário Autônomo do Brasil
publisher.none.fl_str_mv Centro Universitário Autônomo do Brasil
dc.source.none.fl_str_mv Revista Direitos Fundamentais & Democracia; v. 17 n. 17 (2015): Revista de Direitos Fundamentais & Democracia; 126-144
Revista Direitos Fundamentais & Democracia; Vol. 17 No. 17 (2015): Revista de Direitos Fundamentais & Democracia; 126-144
1982-0496
reponame:Revista Direitos Fundamentais e Democracia
instname:Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil)
instacron:UNIBRASIL
instname_str Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil)
instacron_str UNIBRASIL
institution UNIBRASIL
reponame_str Revista Direitos Fundamentais e Democracia
collection Revista Direitos Fundamentais e Democracia
repository.name.fl_str_mv Revista Direitos Fundamentais e Democracia - Centro Universitário Autônomo do Brasil (UniBrasil)
repository.mail.fl_str_mv revistadfd@unibrasil.com.br||ebgomes@me.com
_version_ 1800216472530714624