Verdade em tradução: um testemunho da dor das palavras

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Veras,Viviane
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Trabalhos em Lingüística Aplicada (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132011000200014
Resumo: O objetivo da Comissão de Verdade e Reconciliação (CVR), instituída na África do Sul em julho de 1995 e estendendo-se até agosto de 1997, é possibilitar uma reconciliação nacional, evitando o banho de sangue e instaurando a paz civil. Dizer a verdade, a full disclosure, é o que se exige de cada um que pede a anistia. Não se trata, portanto, de uma anistia geral, concedida de forma automática. Uma vez que a comissão sustenta que é possível "fazer coisas com as palavras", busca-se nas narrativas e nos testemunhos de todos os envolvidos uma verdade suficiente para produzir um consenso, o reconhecimento do passado e a assunção dos crimes, em oposição a uma cultura de impunidade. Nesse contexto, minha proposta é pensar a relação entre tradução e testemunho, pensar o intérprete tradutor como testemunha, sublinhando o fato de que a língua da Comissão, o inglês, é uma língua de tradução, não é a língua das vítimas nem dos torturadores.
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