INTERSECÇÕES ENTRE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS E RACIOLINGUÍSTICAS NA MANUTENÇÃO DE HIERARQUIAS RACIAIS
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Trabalhos em Lingüística Aplicada (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132021000100082 |
Resumo: | RESUMO Este artigo discute teoricamente intersecções entre noções de raça e língua em sociedades racializadas devido ao violento processo de colonização europeia nas Américas, como o Brasil. Essa racialização subalterniza corpos em detrimento de outros considerados universais e não racializados: homem, branco, europeu, heterossexual. Contudo, considero aqui que todos os corpos são racializados, pois este é um marcador de diferença que gera desigualdades sociais. Partindo da perspectiva decolonial (MIGNOLO, 2003; LUGONES, 2014), que destaca a importância de considerar a diferença colonial como espaço físico e imaginário onde emerge e atua a colonialidade do poder, a exposição será sobre os conceitos de ideologias linguísticas (BAUMAN; BRIGGS, 2000; BLOMMAERT; VERSCHUEREN, 1998; KROSKRITY, 2004; IRVINE, 1989), e como tais ideologias são mobilizadas para justificar hierarquias raciais impostas na sociedade (PINTO, 2014; 2018; ROSA; FLORES, 2017; ROSA, 2019; NASCIMENTO, 2019), atendendo a um projeto de nação colonial hegemônico, advindo da modernidade, centrado na tríade: uma nação, um povo, uma língua. Tal projeto moderno colonial nega a existência de outras cosmologias e ontologias, como um mecanismo de controle dos corpos. Finalmente, apresento estudos que partem do pensamento liminar, no sentido atribuído por Mignolo (2003), indicando saídas contra-hegemônicas e processos de contra colonização, conforme hooks (2008); Bispo dos Santos (2015) e outras/os que partem desse lugar historicamente subalternizado para desestabilizar a tradição colonial acadêmica. Assim, farei uma reflexão sobre a importância da produção do conhecimento gerado por acadêmicas/os indígenas e quilombolas visando à retomada de suas histórias, lutando contra desigualdades que têm sido justificadas pela história única (ADICHIE, 2019). |
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INTERSECÇÕES ENTRE IDEOLOGIAS LINGUÍSTICAS E RACIOLINGUÍSTICAS NA MANUTENÇÃO DE HIERARQUIAS RACIAISideologias linguísticasraciolinguísticahierarquias raciaiscolonialidade do podercontra colonizaçãoRESUMO Este artigo discute teoricamente intersecções entre noções de raça e língua em sociedades racializadas devido ao violento processo de colonização europeia nas Américas, como o Brasil. Essa racialização subalterniza corpos em detrimento de outros considerados universais e não racializados: homem, branco, europeu, heterossexual. Contudo, considero aqui que todos os corpos são racializados, pois este é um marcador de diferença que gera desigualdades sociais. Partindo da perspectiva decolonial (MIGNOLO, 2003; LUGONES, 2014), que destaca a importância de considerar a diferença colonial como espaço físico e imaginário onde emerge e atua a colonialidade do poder, a exposição será sobre os conceitos de ideologias linguísticas (BAUMAN; BRIGGS, 2000; BLOMMAERT; VERSCHUEREN, 1998; KROSKRITY, 2004; IRVINE, 1989), e como tais ideologias são mobilizadas para justificar hierarquias raciais impostas na sociedade (PINTO, 2014; 2018; ROSA; FLORES, 2017; ROSA, 2019; NASCIMENTO, 2019), atendendo a um projeto de nação colonial hegemônico, advindo da modernidade, centrado na tríade: uma nação, um povo, uma língua. Tal projeto moderno colonial nega a existência de outras cosmologias e ontologias, como um mecanismo de controle dos corpos. Finalmente, apresento estudos que partem do pensamento liminar, no sentido atribuído por Mignolo (2003), indicando saídas contra-hegemônicas e processos de contra colonização, conforme hooks (2008); Bispo dos Santos (2015) e outras/os que partem desse lugar historicamente subalternizado para desestabilizar a tradição colonial acadêmica. Assim, farei uma reflexão sobre a importância da produção do conhecimento gerado por acadêmicas/os indígenas e quilombolas visando à retomada de suas histórias, lutando contra desigualdades que têm sido justificadas pela história única (ADICHIE, 2019).UNICAMP. Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL)2021-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-18132021000100082Trabalhos em Linguística Aplicada v.60 n.1 2021reponame:Trabalhos em Lingüística Aplicada (Online)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMP10.1590/010318139566221520210311info:eu-repo/semantics/openAccessBatista,Thaís Elizabeth Pereirapor2021-05-11T00:00:00Zoai:scielo:S0103-18132021000100082Revistahttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tlaPUBhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/oaispublic@iel.unicamp.br2175-764X0103-1813opendoar:2022-11-08T14:23:53.566281Trabalhos em Lingüística Aplicada (Online) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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