Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2011 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Cadernos de Estudos Linguísticos |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636541 |
Resumo: | Este artigo tem como objetivo apresentar o esboço de um modelo de organização dos sintomas em Fonoaudiologia, no quadro de uma hipótese de multiestratificação lingüística do inconsciente. Postulamos que os sintomas de linguagem pertencem a uma estrutura complexa de múltiplos estratos e interestratos sucessivos e superpostos que operam por contradição, oposição e diferença. Esta estrutura contém os intervalos espaciais, temporais e lógicos da linguagem, formando uma espécie de grade topológica dividida esquematicamente nos eixos horizontais - escrita, língua e fala – em relação aos eixos verticais – sujeito, Outro, metáfora e metonímia. Nossa hipótese é de há que um meta-procedimento, presente na clínica fonoaudiológica de modo constitutivo e característico, a que chamamos de sanção. Traduzir, transcrever e transliterar são formas diferentes de sancionar um sintoma de linguagem. Observamos que os sintomas de linguagem, embora emergindo predominantemente em um sobre os outros eixos, criam uma desarmonia de todo o sistema. Esta desarmonia é própria do funcionamento ordinário da linguagem. Os sintomas de linguagem são apenas exagerações ou restrições deste processo. Isto posto, isolamos o eixo da escrita como aquele que sustenta primariamente a tipologia proposta, ou seja, seria na relação sujeito falante-escrita que se constituiriam os tipos clínicos. Assim, se o sintoma de fala, por sua estrutura de sanção, responde à estratégia de tradução, teríamos um tipo clínico que levaria ao privilégio de uma estratégia no manejo terapêutico. Isto porque supusemos que a mudança no manejo da sanção impõe outros modos à estrutura de funcionamento da linguagem. O segundo tipo responderia à estratégia da transcrição e, o terceiro, à estratégia da transliteração. Concluímos que esta proposta está sujeita à validação, tanto pela experiência clínica como pela contra argumentação teórica. Mas nos parece um caminho promissor que poderá dotar a práxis fonoaudiológica de um estatuto clínico, tornando-a singular. |
id |
UNICAMP-13_0c1922778e9c32f1e183ec8a23e4a04a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/8636541 |
network_acronym_str |
UNICAMP-13 |
network_name_str |
Cadernos de Estudos Linguísticos |
repository_id_str |
|
spelling |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagemFonoaudiologia. Psicanálise. Linguística.Este artigo tem como objetivo apresentar o esboço de um modelo de organização dos sintomas em Fonoaudiologia, no quadro de uma hipótese de multiestratificação lingüística do inconsciente. Postulamos que os sintomas de linguagem pertencem a uma estrutura complexa de múltiplos estratos e interestratos sucessivos e superpostos que operam por contradição, oposição e diferença. Esta estrutura contém os intervalos espaciais, temporais e lógicos da linguagem, formando uma espécie de grade topológica dividida esquematicamente nos eixos horizontais - escrita, língua e fala – em relação aos eixos verticais – sujeito, Outro, metáfora e metonímia. Nossa hipótese é de há que um meta-procedimento, presente na clínica fonoaudiológica de modo constitutivo e característico, a que chamamos de sanção. Traduzir, transcrever e transliterar são formas diferentes de sancionar um sintoma de linguagem. Observamos que os sintomas de linguagem, embora emergindo predominantemente em um sobre os outros eixos, criam uma desarmonia de todo o sistema. Esta desarmonia é própria do funcionamento ordinário da linguagem. Os sintomas de linguagem são apenas exagerações ou restrições deste processo. Isto posto, isolamos o eixo da escrita como aquele que sustenta primariamente a tipologia proposta, ou seja, seria na relação sujeito falante-escrita que se constituiriam os tipos clínicos. Assim, se o sintoma de fala, por sua estrutura de sanção, responde à estratégia de tradução, teríamos um tipo clínico que levaria ao privilégio de uma estratégia no manejo terapêutico. Isto porque supusemos que a mudança no manejo da sanção impõe outros modos à estrutura de funcionamento da linguagem. O segundo tipo responderia à estratégia da transcrição e, o terceiro, à estratégia da transliteração. Concluímos que esta proposta está sujeita à validação, tanto pela experiência clínica como pela contra argumentação teórica. Mas nos parece um caminho promissor que poderá dotar a práxis fonoaudiológica de um estatuto clínico, tornando-a singular.Universidade Estadual de Campinas2011-06-07info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionPesquisa teóricaapplication/pdfhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/863654110.20396/cel.v53i1.8636541Cadernos de Estudos Linguísticos; v. 53 n. 1 (2011); 7-26Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 53 No. 1 (2011); 7-26Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 53 Núm. 1 (2011); 7-262447-0686reponame:Cadernos de Estudos Linguísticosinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPporhttps://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636541/4250Copyright (c) 2015 Cadernos de Estudos Lingüísticosinfo:eu-repo/semantics/openAccessGouvêa, GiseleFreire, Regina Maria Ayres de CamargoDunker, Christian Ingo Lenz2018-08-03T09:20:44Zoai:ojs.periodicos.sbu.unicamp.br:article/8636541Revistahttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/PUBhttp://revistas.iel.unicamp.br/index.php/cel/oaispublic@iel.unicamp.br||revistacel@iel.unicamp.br2447-06860102-5767opendoar:2022-11-08T14:23:09.318966Cadernos de Estudos Linguísticos - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
title |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
spellingShingle |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem Gouvêa, Gisele Fonoaudiologia. Psicanálise. Linguística. |
title_short |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
title_full |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
title_fullStr |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
title_full_unstemmed |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
title_sort |
Sanção em Fonoaudiologia: um modelo de organização dos sintomas de linguagem |
author |
Gouvêa, Gisele |
author_facet |
Gouvêa, Gisele Freire, Regina Maria Ayres de Camargo Dunker, Christian Ingo Lenz |
author_role |
author |
author2 |
Freire, Regina Maria Ayres de Camargo Dunker, Christian Ingo Lenz |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Gouvêa, Gisele Freire, Regina Maria Ayres de Camargo Dunker, Christian Ingo Lenz |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Fonoaudiologia. Psicanálise. Linguística. |
topic |
Fonoaudiologia. Psicanálise. Linguística. |
description |
Este artigo tem como objetivo apresentar o esboço de um modelo de organização dos sintomas em Fonoaudiologia, no quadro de uma hipótese de multiestratificação lingüística do inconsciente. Postulamos que os sintomas de linguagem pertencem a uma estrutura complexa de múltiplos estratos e interestratos sucessivos e superpostos que operam por contradição, oposição e diferença. Esta estrutura contém os intervalos espaciais, temporais e lógicos da linguagem, formando uma espécie de grade topológica dividida esquematicamente nos eixos horizontais - escrita, língua e fala – em relação aos eixos verticais – sujeito, Outro, metáfora e metonímia. Nossa hipótese é de há que um meta-procedimento, presente na clínica fonoaudiológica de modo constitutivo e característico, a que chamamos de sanção. Traduzir, transcrever e transliterar são formas diferentes de sancionar um sintoma de linguagem. Observamos que os sintomas de linguagem, embora emergindo predominantemente em um sobre os outros eixos, criam uma desarmonia de todo o sistema. Esta desarmonia é própria do funcionamento ordinário da linguagem. Os sintomas de linguagem são apenas exagerações ou restrições deste processo. Isto posto, isolamos o eixo da escrita como aquele que sustenta primariamente a tipologia proposta, ou seja, seria na relação sujeito falante-escrita que se constituiriam os tipos clínicos. Assim, se o sintoma de fala, por sua estrutura de sanção, responde à estratégia de tradução, teríamos um tipo clínico que levaria ao privilégio de uma estratégia no manejo terapêutico. Isto porque supusemos que a mudança no manejo da sanção impõe outros modos à estrutura de funcionamento da linguagem. O segundo tipo responderia à estratégia da transcrição e, o terceiro, à estratégia da transliteração. Concluímos que esta proposta está sujeita à validação, tanto pela experiência clínica como pela contra argumentação teórica. Mas nos parece um caminho promissor que poderá dotar a práxis fonoaudiológica de um estatuto clínico, tornando-a singular. |
publishDate |
2011 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2011-06-07 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion Pesquisa teórica |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636541 10.20396/cel.v53i1.8636541 |
url |
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636541 |
identifier_str_mv |
10.20396/cel.v53i1.8636541 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cel/article/view/8636541/4250 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2015 Cadernos de Estudos Lingüísticos info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2015 Cadernos de Estudos Lingüísticos |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual de Campinas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Estadual de Campinas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Cadernos de Estudos Linguísticos; v. 53 n. 1 (2011); 7-26 Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 53 No. 1 (2011); 7-26 Cadernos de Estudos Linguísticos; Vol. 53 Núm. 1 (2011); 7-26 2447-0686 reponame:Cadernos de Estudos Linguísticos instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) instacron:UNICAMP |
instname_str |
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
instacron_str |
UNICAMP |
institution |
UNICAMP |
reponame_str |
Cadernos de Estudos Linguísticos |
collection |
Cadernos de Estudos Linguísticos |
repository.name.fl_str_mv |
Cadernos de Estudos Linguísticos - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
repository.mail.fl_str_mv |
spublic@iel.unicamp.br||revistacel@iel.unicamp.br |
_version_ |
1800216493060784128 |