Corpos noturnos, identidades embaçadas, projetos anômalos: seguindo os passos de Cortázar nas milongas de Buenos Aires

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: E. Savigliano, Marta
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Cadernos Pagu (Online)
Texto Completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8635343
Resumo: O conto “Las Puertas Del Cielo” de Julio Cortázar é utilizado para criticar a produção de textos etnográficos em parte pela figura do “seguir”. A autora e sua narradora etnográfica Elvira Diaz seguem Cortázar e seu narrador etnográfico Marcelo Hardoy no sentido em que um antropólogo segue o trabalho de campo feito por outro. Assim o presente artigo pode ser lido como um re-estudo produzido por Diaz cinqüenta anos depois que Hardoy produziu seu estudo das milongas de Buenos Aires. Isso levanta questões de replicabilidade e intertextualidade na produção etnográfica. A autora também segue Cortázar em estilo e conteúdo. Como o trabalho de Cortázar é ficcional e este etnográfico, esta instância do “seguir” levanta questões sobre as relações entre as narrativas etnográfica e ficcional. A autora e Diaz também seguem Cortázar e Hardoy no sentido que a dançadora de tango segue seu par masculino. Porque Hardoy é masculino e Diaz feminina o artigo também levanta a questão de como a identidade de gênero de um etnógrafo afeta sua pesquisa e sua escrita. O artigo também demonstra mimeticamente que as relações de gênero no tango são contestadas e que o papel feminino está longe de ser passivo. Também chama a atenção para como as identidades noturnas dos dançadores do tango seguem e resistem a seguir suas identidades na vida cotidiana.AbstractJulio Cortázar's short story “Las Puertas de Cielo” is used to critique the production of ethnographic texts, in part by focusing on the figure of “following”. The author and her ethnographic narrator Elvira Diaz follow Cortázar and his ethnographic narrator Marcelo Hardoy in several senses. Diaz follows Hardoy in the sense that one anthropologist follows up on fieldwork done by another. Thus, the present article can be read as a restudy, produced by Diaz fifty years after Hardoy produced his study ofmilongas in Buenos Aires. This raises issues of replicability and intertextuality in ethnographic production. The author also follows Cortázar in style and content. Given that Cortázar's work is fictional and the present work is ethnographic, this instance of following raises issues of how ethnographic story-telling is related to fictional narration. The author and Diaz also follow Cortázar and Hardoy in the sense that a female tango-dancer follows her male partner. Because Hardoy is male and Diaz is female, the article raises issues of how the gender identity of an ethnographer effects his/her research and writing. The article also demonstrates mimetically that gender relations in tango are contested and that the female role is far from passive. The article also calls attention to how tango-dancers’ nocturnal identities similarly follow and resist following their identities in everyday life.
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