David Hume e a questão dos milagres
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1995 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Manuscrito (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/manuscrito/article/view/8660310 |
Resumo: | Por que Hume, ao mesmo tempo em que faz os raciocínios sobre os fatos dependerem inteiramente da experiência, nega qualquer veracidade aos milagres? Baseado na definição do milagre como uma transgressão das leis naturais pela vontade de Deus ou de agentes invisíveis, Hume desloca o problema da crença em milagres para o da crença em suas testemunhas. Por maior que seja a probabilidade de que estas sejam verídicas, seu relato se refere a um evento singular e excepcional, que tem contra si a regularidade perfeita de nossa experiência das leis da natureza. Ao contrário dos fatos apenas extraordinários, que, através dos raciocínios por probabilidade, diminuem nossa crença no fato oposto e são projetados para o futuro como acontecimentos ao menos possíveis, os milagres, por se colocarem sobre a natureza, têm que enfrentar uma evidência da ordem da prova (como convém às leis naturais), que jamais conseguirão suplantar. A absoluta singularidade só é possível em um estado anterior ou exterior à experiência e à natureza humana, e que por isso não comportaria qualquer crença. Esta seria a razão pela qual Hume, embora afirme que a priori um milagre é sempre possível, recusa de saída seu assentimento a qualquer testemunho desses fenômenos, pela simples natureza do fato que relatam. |
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