Racism in childhood and the childhood of racism: life and tracks of a black child
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Pro-Posições (Online) |
Texto Completo: | https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8670523 |
Resumo: | This article, based on an archaeological-type methodology of genealogy, aimed at retrieving and mapping fragments of the life of a black child in a judicial document housed at the Simonense Historical Museum in 1861. Further, it intends to understand this document, its speeches and positions, deciphering how the legal machinery worked in its most expressive concept of power-knowledge, and what views and approaches the local power used to manage lives and bodies. The work also sought to understand how, in that nineteenth-century context, “color” and “race” influenced procedural disentangling. The work led us to find that in the middle of the 19th century a new idea of ‘child’ came into being. This child model, idealized at that time by hygienist medicine, would only serve the white, Catholic, wealthy child. It would not support the black child. It was not just an existing type of racism, but a new type of racism that was born along with the very idea of a child. It was the childhood of this type of racism in Brazil. And this racism would have consequences for legal proceedings involving black children. It would give rise to selective justice, with judicial decisions affected by the racial issue. |
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Racism in childhood and the childhood of racism: life and tracks of a black childO racismo na infância e a infância do racismo: vida e rastros de uma criança negra O racismo na infância e a infância do racismo: vida e rastros de uma criança negra Criança negraEscravidãoAntologia de vidasCriança negraEscravidãoAntologia de vidasBlack childSlaveryAnthology of livesThis article, based on an archaeological-type methodology of genealogy, aimed at retrieving and mapping fragments of the life of a black child in a judicial document housed at the Simonense Historical Museum in 1861. Further, it intends to understand this document, its speeches and positions, deciphering how the legal machinery worked in its most expressive concept of power-knowledge, and what views and approaches the local power used to manage lives and bodies. The work also sought to understand how, in that nineteenth-century context, “color” and “race” influenced procedural disentangling. The work led us to find that in the middle of the 19th century a new idea of ‘child’ came into being. This child model, idealized at that time by hygienist medicine, would only serve the white, Catholic, wealthy child. It would not support the black child. It was not just an existing type of racism, but a new type of racism that was born along with the very idea of a child. It was the childhood of this type of racism in Brazil. And this racism would have consequences for legal proceedings involving black children. It would give rise to selective justice, with judicial decisions affected by the racial issue.Este artigo, com base em uma metodologia arqueogenealógica, teve como objetivo resgatar e cartografar fragmentos de vida de uma criança negra em um documento judicial alocado no Museu Histórico Simonense no ano de 1861 e, sequencialmente, entender esse documento, seus discursos e posições, decifrando como funcionava a maquinaria jurídica em seu mais expressivo conceito de poder-saber e quais olhares e tratativas o poderio local lançava para administrar vidas e corpos. O trabalho procurou entender também como, naquele contexto oitocentista, “cor” e “raça” influenciavam os deslindes processuais. Concluiu-se, com o trabalho, que em meados do século XIX nascia uma nova ideia de criança. Esse modelo de criança, idealizado naquele momento pela medicina higienista, serviria somente à criança branca, católica, de posses. Ele não ampararia a criança negra. Não se tratava somente de um tipo de racismo já existente, mas, sim, de um tipo novo de racismo que nascia junto com a própria ideia de criança. Era a infância desse tipo de racismo no Brasil. E esse racismo teria consequências nos processos judiciais em que figuravam crianças negras. Ele geraria uma justiça seletiva, com decisões judiciais afetadas pela questão racial.Este artigo, com base em uma metodologia arqueogenealógica, teve como objetivo resgatar e cartografar fragmentos de vida de uma criança negra em um documento judicial alocado no Museu Histórico Simonense no ano de 1861 e, sequencialmente, entender esse documento, seus discursos e posições, decifrando como funcionava a maquinaria jurídica em seu mais expressivo conceito de poder-saber e quais olhares e tratativas o poderio local lançava para administrar vidas e corpos. O trabalho procurou entender também como, naquele contexto oitocentista, “cor” e “raça” influenciavam os deslindes processuais. Concluiu-se, com o trabalho, que em meados do século XIX nascia uma nova ideia de criança. Esse modelo de criança, idealizado naquele momento pela medicina higienista, serviria somente à criança branca, católica, de posses. Ele não ampararia a criança negra. Não se tratava somente de um tipo de racismo já existente, mas, sim, de um tipo novo de racismo que nascia junto com a própria ideia de criança. Era a infância desse tipo de racismo no Brasil. E esse racismo teria consequências nos processos judiciais em que figuravam crianças negras. 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