“Isso é política, meu!” Socialização militante e institucionalização

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Moreno, Rosangela Carrilo
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Almeida, Ana Maria F.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pro-Posições (Online)
Texto Completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643407
Resumo: Como se cria uma associação militante? Que elementos e/ou processos são necessários para que indivíduos ajam como um grupo para criar uma organização destinada a atuar no espaço político? Esta questão foi discutida numa pesquisa que focalizou um grupo de jovens rappers negros que fundou uma associação no final dos anos 1990 em Campinas, SP. Por meio de longas, repetidas entrevistas e observações de alguns dos seus encontros e práticas, mostramos que a associação foi o resultado de um processo de aprendizagem por que passaram os jovens, ao longo de um contato estreito com políticos profissionais mais velhos e mais experientes. Nesse processo eles aprenderam como um movimento de protesto deveria se articular para influenciar o governo. Aprenderam também certas técnicas de mobilização que lhes permitiram ser respeitados e construir apoios em outros segmentos de ativismo partidário e sindical. As ações da associação deram concretude e visibilidade à idéia de que havia um “movimento hip hop” na cidade. Em 2001, ao final de uma longa negociação, seus membros obtiveram o apoio da prefeitura municipal da cidade, assumida pelo PT, para a criação da Casa do Hip Hop de Campinas, onde eles foram empregados para desenvolver atividades artísticas e políticasAbstract: How are militant associations created? Which elements and/or processes allow individuals to act as a group and create an organization aimed at interfering in the political sphere? We look into this question by studying a group of young black rappers who created their association in the late 1990’s in Campinas, SP. Through long, repeated interviews and the observation of some of their encounters and practices, we show that the association was made possible by a learning process experienced by the rappers through their contact with older and experienced politicians. In the process, they learned how to organize a political movement in order to influence government policies. They also learned a number of “activist techniques” that helped them to be respected and to find support in other segments of party and syndicate activism. Through the association, the rappers made the Campinas hip hop movement concrete and visible and, in 2001, they obtained support from the Partido dos Trabalhadores city administration, for the creation of a House of Hip Hop, a center where they were employed to develop artistic and political activities.Key words: Political socialization. Activism
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