Desenvolvimento psicológico e constituição de subjetividades: ciclos de vida, narrativas autobiográficas e tensões da contemporaneidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Marta Kohl
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Rego, Teresa Cristina
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Pro-Posições (Online)
Texto Completo: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/proposic/article/view/8643631
Resumo: O presente artigo discute aspectos teóricos e dados empíricos oriundos de uma pesquisa em andamento, a qual objetiva explorar três dimensões complementares das relações entre desenvolvimento psicológico e constituição de subjetividades: os ciclos de vida, as narrativas autobiográficas e as tensões da contemporaneidade. Com base na abordagem histórico-cultural e em outras fontes teóricas, o artigo analisa um relato autobiográfico de uma mulher de 58 anos de idade, de baixa renda e com pouca escolaridade, produzido oralmente, em situação de entrevista videogravada. A primeira das três dimensões analisadas é a da periodização do desenvolvimento, este tomado como os modos de inserção dos sujeitos em suas condições de vida históricas e concretas, bem como as múltiplas formas de apropriação de tais condições. A segunda dimensão objetiva explorar de que forma as narrativas autobiográficas contribuem para a compreensão das relações entre o desenvolvimento e a cultura, enfatizando a dupla determinação nas relações entre sujeito e entorno sócio-histórico. A terceira dimensão focaliza as principais repercussões subjetivas das tensões da contemporaneidade, materializadas nas narrativas autobiográficas, cuja significação parece não mais se dar majoritariamente pelas vivências públicas ou institucionais. A discussão realizada permite o questionamento e a superação de postulados sobre linearidade temporal, evolução, continuidade e ordem no processo de desenvolvimento. Em vez de mostrar eventos psicológicos como sendo bem dirigidos e progressivos, a análise dos dados evidencia que o desenvolvimento deve ser entendido como um processo que inclui, simultaneamente, avanços e retrocessos, bem como ambigüidades, rupturas e descontinuidades.Abstract: The present text discusses theoretical aspects and empirical data from an ongoing study whose objective is to explore three complementary dimensions of the relations between psychological development and the constitution of subjectivities: life cycles, autobiographical narratives, and the tensions of contemporaneity. Based on the cultural-historical approach and on other theoretical sources, the analysis presented focuses on an autobiographical report, orally produced in a video recorded interview, by a low SES, 58-year-old female, with little schooling. The first of the three dimensions here explored is the issue of the stages of human development, taken as modes of insertion of the subjects in their historical and concrete life conditions, as well as the multiple forms of appropriation of such conditions. The second dimension aims to explore the way in which autobiographical narratives can contribute to a better understanding of the relations between development and culture, emphasizing the double determination in the relations between subjects and sociohistorical surroundings. The third dimension focuses on the main subjective repercussions of the contemporaneity tensions as materialized in the autobiographic narratives, whose meaning seems not to be mainly defined by the public or institutional experiences anymore. The proposed discussion allows the questioning and overcoming of postulates about temporal linearity, evolution, continuity and order in the development process. Instead of showing psychological events as well directed and progressive, the data analysis shows that development must be understood as a process that includes, concomitantly, advance and retrocession, as well as ambiguity, discontinuity, and rupture. Key words: Psychological development. Constitution of subjectivities. Life cycles. Autobiographical narratives. Contemporaneity tensions
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