A institucionalização da educação física e o discurso sobre eugenia e saúde a partir do pensamento de Fernando de Azevedo : elementos para uma nova síntese
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/8592 |
Resumo: | Orientadores: Nelson Filice de Barros, Lino Castellani Filho |
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A institucionalização da educação física e o discurso sobre eugenia e saúde a partir do pensamento de Fernando de Azevedo : elementos para uma nova sínteseThe institutionalization of physical education and the discourse on eugenics and health from the thought of Fernando de Azevedo : elements for a new synthesisAzevedo, Fernando de, 1894-1974Saúde coletivaEducação físicaEducaçãoEducationPhysical education and trainingPublic healthAzevedo, Fernando deOrientadores: Nelson Filice de Barros, Lino Castellani FilhoTese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências MédicasResumo: Esta tese transita pela sociologia e pela História da Educação Física, resgatando aspectos de sua institucionalização sob o discurso da saúde, do humanismo, da raça, da eugenia e das ciências positivas a partir do pensamento de Fernando de Azevedo. Utilizando como referencial teórico as categorias do método histórico-dialético e dialogando com a produção teórica da Educação Física e de autores que se tornaram clássicos para os que buscam compreender a constituição do campo/área, são analisados os contextos históricos e teóricos em que a Educação Física se institucionalizou, se profissionalizou e legitimou-se como uma área de conhecimento. São contextos em que Fernando de Azevedo também se constituiu como um intelectual vinculado ao pensamento cultural brasileiro. Azevedo foi um personagem vinculado às ciências sociais, notadamente, à sociologia. Foi um intelectual evolucionista cultural na essência de seu pensamento. Adepto da sociologia positivista de Émile Durkheim e, acima de tudo, defensor de um humanismo clássico e da escola como o lócus de transmissão e aplicação da cultura, aos moldes do que defendia Émile Durkheim. A chamada República Velha talvez seja um dos períodos mais pulsantes da história do pensamento brasileiro. Captar o turbilhão de acontecimentos em meio a tensões e conflitos internacionais e nacionais, a efervescência de várias linhas de pensamento e o uso político e ideológico das ciências que marcam o período. Ocasião caracterizada, sobretudo, pelas lutas em defesa dos interesses das frações das classes dominantes, que, sem abrir mãos do poder e dos privilégios oriundos de séculos de regime escravocrata, observaram o crescimento e a consolidação das organizações políticas e sindicais das novas classes trabalhadoras nascidas do processo de industrialização e urbanização que deu origem ao proletariado urbano, formado por segmentos da população originados a parir de negros e mestiços escravizados durante a Colônia e o Império. A década de 1920 é uma década chave na constituição do campo intelectual brasileiro e as teses e antíteses que nascem nesse período, servindo de antessala aos acontecimentos na década seguinte: os anos 1930. Os debates e teorias sobre a formação social brasileira, a questão da raça, do território e da urbanização deram o tom das interpretações e, também, dos caminhos para a transformação da realidade socioeconômica do país. A condição sanitária do Brasil no período era tema recorrente no pensamento social, abrindo espaços para que a interpretação racista acusasse a mestiçagem tipicamente brasileira de ser a culpada pela proliferação de doenças infectocontagiosas. Do sertão aos espaços urbanos das grandes cidades sofrem intervenções de intelectuais ligados à medicina e às ciências sociais e do direito que atuavam em órgãos de Estado por meio de políticas sanitárias e do higienismo, impregnadas na maioria por teorias racistas, desvelando uma sociedade indubitavelmente excludente e racista, para além de violenta. Contextos que fazem da Educação Física um instrumento de controle por meio da educação e de teorias eugenistas e higienistas. A tese tenta compreender, sugerindo novas análises e novas sínteses de qual foi o papel de Fernando de Azevedo, buscando articular o passado para compreender o tempo presenteAbstract: At the interface between sociology and History of Physical Education, this dissertation brings to mind aspects of the institutionalization of History of Physical Education under Fernando de Azevedo’s discourse on health, humanism, race, eugenics, and positive science. Grounded on theories on Physical Education as well as on dialectical and historical materialism, this research analyses the historical and theoretical contexts in which Physical Education was institutionalized, professionalized and legitimized as an area of knowledge. These are also contexts in which Fernando de Azevedo established himself as an organic intellectual associated with Brazilian ruling classes. Linked to social sciences, notably to sociology, Azevedo was a cultural evolutionary intellectual at the core of his thinking. He was an adherent of Émile Durkheim’s positivist sociology, and, above all, defender of classical humanism and of schools as a locus of transmission and application of culture, along the lines of what Émile Durkheim advocated. The so-called First Brazilian Republic might have been one of the most pulsating periods in the history of Brazilian thought. Thus, capturing the whirlwind of events in the midst of international and national tensions and conflicts, the effervescence of various lines of thought and the political and ideological use of sciences that marked that period is one of the aims of this research. Such occasion is characterized, above all, by struggles in defense of interests of fractions of ruling classes, which without giving up power and privileges deriving from centuries of slavery yet observed the growth and consolidation of political and union organizations of the new working classes, emerged from the process of industrialization and urbanization that gave rise to the urban proletariat, formed by segments of the population originated from Blacks and mestizos enslaved during colonial and empire times. The 1920s was a key decade in the constitution of the Brazilian intellectual field and of theses and antitheses that emerged in this period, serving as a prelude to the events of the following decade: the 1930s. Debates and theories about Brazilian social formation, race, territory and urbanization set the tone for interpretations and paths concerning the transformation of the country’s socioeconomic reality. Back then Brazilian sanitary condition was a recurring theme amongst social intellectuals, making room for racist interpretations that accused the typically Brazilian miscegenation of being responsible for the proliferation of infectious diseases. Both hinterland and urban spaces in big cities suffered interventions from intellectuals linked to medicine and social and legal sciences, who worked for state bodies, through health and hygienist policies, mostly impregnated by racist theories, revealing a society that is, more than violent, exclusionary and racist. Such contexts make Physical Education an instrument of control through education and eugenics and hygienist theories. This dissertation presents new analyzes and syntheses that aim at understanding Fernando de Azevedo’s role, in an attempt to comprehend the present time in articulation with the pastDoutoradoCiências Sociais em SaúdeDoutor em Saúde Coletiva[s.n.]Barros, Nelson Filice de, 1968-Castellani Filho, Lino, 1951-Nascimento, Juliana Luporini doLima, Margareth GuimarãesHungaro, Edson MarceloResende, Maria José deUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências MédicasPrograma de Pós-Graduação em Saúde ColetivaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASRosa, Alexandre Machado, 196720222022-12-05T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdf1 recurso online (317 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/8592ROSA, Alexandre Machado. A institucionalização da educação física e o discurso sobre eugenia e saúde a partir do pensamento de Fernando de Azevedo: elementos para uma nova síntese. 2022. 1 recurso online (317 p.) Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/8592. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1267116porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2023-04-19T11:50:55Zoai::1267116Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2023-04-19T11:50:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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