Essência e necessidade metafísica no livro II dos Segundos Analíticos de Aristóteles

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bastos, Davi Heckert César, 1995-
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/8180
Resumo: Orientador: Lucas Angioni
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spelling Essência e necessidade metafísica no livro II dos Segundos Analíticos de AristótelesEssence and metaphysical necessity in Aristotle's Posterior Analytics IIAristóteles. Segundos analíticosCiência - FilosofiaMetafísicaFilosofia antigaEssencialismo (Filosofia)Aristotle - Posterior AnalyticsScience - PhilosophyMetaphysicsPhilosophy, AncientEssentialism (Philosophy)Orientador: Lucas AngioniDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências HumanasResumo: Aristóteles desenvolve uma complexa teoria da ciência ao longo dos Segundos Analíticos. Central à sua concepção de ciência é a sua teoria da demonstração: o conhecimento científico estrutura-se através de silogismos demonstrativos que explicam pela causa apropriada porque um dado C é A. A explicação precisa estar no tipo correto de relação com o mundo, e deve captar de forma adequada as causas [aitiai] que fundamentam certas relações na realidade. A teoria da demonstração científica busca também estruturar como deve ser organizado o conhecimento científico: em silogismos corretos com um explanandum predicativo complexo e uma aitia, o termo mediador, que explica apropriadamente por que o explanandum é como é. Ressalto alguns pontos da compreensão de causas, essências e necessitação em Aristóteles. Primeiro, demonstrações científicas exigem não quaisquer relações causais mas explicações causais apropriadas. Uma das características dessas explicações causais apropriadas é que o termo mediador B que expressa a causa seja coextensivo ao termo maior A que é o predicado da conclusão. Mas essa coextensão é restrita ao domínio de itens que são C, isto é, o termo menor (sujeito da conclusão) funciona como um restritor de domínio na coextensão entre causa e causado. Argumento que isso é similar à noção de campo causal de J. L. Mackie (1965), embora Aristóteles supere dificuldades que afligem a teoria de Mackie. Em segundo lugar, Aristóteles defende uma necessitação real do efeito pela causa e um pluralismo causal. Argumento que essas posições ainda são válidas na filosofia contemporânea, e mostro como Ernest Sosa (1993) as defendeu. Em terceiro lugar, defendo que para Aristóteles essências não são explicadas em termos modais, mas a modalidade é explicada em termos essencialistas. Mostro que essa também é uma posição contemporanemaente viável, defendida por Kit Fine (1994). Por fim, mostro como Benjamin Schnieder (2006) têm se aproximado de Aristóteles ao defender uma noção de dependência ontológica explanatória triádica, e como essa teoria de Schnieder lança luz à teoria da causação primeira de Aristóteles. Com isso, pretendo ressaltar alguns aspectos da filosofia de Aristóteles em diálogo frutífero com a filosofia contemporânea, de forma a mostrar como tais pontos de contato (a) são relevantes para o trabalho interpretativo de Aristóteles e de tradução de sua filosofia para nosso contexto contemporâneo, (b) situam Aristóteles em um debate no qual suas posições ainda são opções plausíveis e defendidas por certos autores, (c) ajudam a esclarecer as teses filosóficas do texto aristotélicoAbstract: Aristotle develops a complex theory of science throughout the Posterior Analytics. Central to his conception of science is his theory of demonstration: scientific knowledge is structured in demonstrative syllogisms that explain by the appropriate cause why a given C is A. The explanation needs to bear an adequate kind of relation to the world, and must capture in a proper manner the causes [aitiai] that ground certain relations in reality. His theory of scientific demonstration seeks to structure how that scientific knowledge should be organized: in sound syllogisms with a complex predicative explanandum and an aitia, the middle term, which explains properly why the explanandum is what it is. I emphasize some topics of Aristotle’s understanding of causes, essences and necessitation. First, scientific demonstrations require not any causal relations but adequate causal explanations. Such adequate causal explanations must have a middle term B (which expresses the cause) coextensive with the major term A (which figures as the predicate in the conclusion). But such coextension is restricted to the domain of C items, that is, the minor term (subject of the conclusion) functions as a domain restrictor in the coextension between cause and what is caused. I argue that this is similar to J. L. Mackie’s causal field (Mackie, 1965), but Aristotle’s notion can overcome some difficulties that arise in Mackie’s theory. Second, Aristotle defends a real necessitation of the effect by the cause and a causal pluralism. I argue that such philosophical positions are stil relevant in contemporary philosophy, and I show how Ernest Sosa (1993) defended similar positions. Third, I defend that for Aristotle essences are not explained in modal terms, but modality is explained in essentialist terms. I show that this is also acceptable in contemporary philosophy, being a position held by Kit Fine (1994). Finaly, I show how Benjamin Schnieder (2006) takes an aristotelian position when defending a triadic notion of explanatory ontological dependence, and how Schnieder’s views can throw some light to Aristotle’s theory of primary causation. I aim to show in this dissertation that some aspects of Aristotle’s philosophy can be in fruitful dialogue with contemporary philosophy, and that such common ground (a) is relevant for the interpretation of Aristotle and the translation of his philosophy to our contemporary context, (b) situates Aristotle in a debate in which his positions are still plausible and defended by certain authors, (c) can throw light in the philosophical claims of the Aristotelian corpusMestradoFilosofiaMestre em FilosofiaFAPESP2018/21898-9[s.n.]Angioni, Lucas, 1973-Zuppolini, Breno AndradeMendonça, Fernando MartinsUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências HumanasPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASBastos, Davi Heckert César, 1995-20222022-12-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf1 recurso online (110 p.) : il., digital, arquivo PDF.https://hdl.handle.net/20.500.12733/8180BASTOS, Davi Heckert César. Essência e necessidade metafísica no livro II dos Segundos Analíticos de Aristóteles. 2022. 1 recurso online (110 p.) Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/8180. 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