Comunidade de morcegos, interações com flores e estratificação vertical em Mata Atlântica do Sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Scultori, Hedda Carolina Schmidt
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1612269
Resumo: Orientador: Marilies Sazima
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spelling Comunidade de morcegos, interações com flores e estratificação vertical em Mata Atlântica do Sul do BrasilBat assemblage, interactions with flowers and vertical stratification in the Atlantic Forest, Southern BrazilMorcego - EcologiaPolinizaçãoDosselMata AtlânticaBats - EcologyPollinationCanopyAtlantic Forest (Brazil)Orientador: Marilies SazimaDissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Caimpinas, Instituto de BiologiaResumo: Morcegos formam um grupo diverso, abundante e de grande importância ecológica devido às suas interações com outros organismos e com o ambiente. As interações de morcegos com flores podem resultar em polinização, que, embora rara quando comparada às realizadas por outros grupos animais, tem grande importância na reprodução de várias espécies de plantas. Essas plantas e outros recursos utilizados pelos morcegos ocorrem em diferentes alturas da floresta, onde também variam as características ambientais, podendo influenciar na utilização do espaço vertical por esses mamíferos. O presente estudo buscou descrever a comunidade de morcegos de uma área de Floresta Atlântica no Estado do Paraná, aspectos das interações de espécies antófilas com flores e investigar a ocorrência de estratificação vertical nestas espécies de animais e plantas. De maio de 2008 a abril de 2009 foi realizada captura de morcegos com redes de neblina abertas do solo ao dossel (25 m), em clareiras em área de floresta submontana, para verificar diversidade de espécies, sazonalidade, horário de atividade e estratificação vertical. No primeiro capítulo são apresentados os resultados sobre a estrutura da comunidade de morcegos. Foram capturados 679 morcegos, pertencentes a três famílias e 20 espécies. Na classificação funcional, foram observadas espécies pertencentes a sete guildas. A diversidade não variou entre as estações chuvosa e seca. Atividade de morcegos ocorreu ao longo de toda a noite, sendo as maiores abundâncias e riquezas registradas entre a segunda e quarta hora após o anoitecer, e, as menores na quinta e depois da décima hora após o ocaso. O padrão geral encontrado de estratificação vertical mostra que a maioria das espécies utiliza toda a amplitude de alturas da floresta com algumas espécies utilizando principalmente alturas mais baixas. As características da comunidade foram similares às de outros locais com fisionomia semelhante e os dados de estratificação vertical devem ser reflexos da estrutura da vegetação da Mata Atlântica. No segundo capítulo são apresentados os dados de interação dos morcegos antófilos com as flores. Foi realizado acompanhamento fenológico das espécies de plantas visitadas por morcegos, coleta de néctar, observações de comportamento de visitas e captura de visitantes com redes de neblina abertas em frente às flores. Foram acompanhadas oito espécies de plantas visitadas por morcegos, cujo padrão de floração é anual e seqüencial. As formas de vida foram árvores, epífitas e lianas, ocorrendo em alturas entre 0,5 m e 34 m. Flores de formas tubulares e do tipo pincel, cores esbranquiçadas e esverdeadas foram maioria nestas espécies, sendo visitadas por morcegos glossofagíneos, que atuaram como polinizadores. Morcegos não-glossofagíneos foram considerados polinizadores ocasionais. Dentre as 20 espécies de morcegos capturados em redes de neblina, três são nectarívoras, cinco frugívoras e uma onívora, que podem utilizar recursos florais. Estes recursos estão disponíveis e são utilizados por morcegos ao longo do ano em diferentes alturas, porém, não houve correlação entre as alturas de ocorrência e de vôo registradas. Os resultados são semelhantes aos de outras pesquisas em Mata Atlântica, porém, acrescentam novas perspectivas ao estudo de comunidades de morcegos e interações com floresAbstract: Bats form a diverse group. They are abundant and of great ecological importance, due to various interactions with other organisms in their environment. The interactions of bats with flowers may result in pollination. While these interactions may be relatively rare when compared with other types of pollinators, they are of great importance to the reproduction in various plant species where they occur. These plants and the rewards utilized by bats occur at differing levels of the forest, wherein environmental conditions vary with height, thus influencing the use of vertical space by these mammals. The present study looks to describe a community of bats in an area of Atlantic Rainforest in the state of Paraná, aspects of the interactions of anthophilous species and to investigate the occurrence of vertical stratification of these species of animals and plants. From May 2008 to April 2009, bats were captured in mist nets opened from the ground to the canopy (25 m), in gaps in an area of submontane forest, in order to verify the diversity of species, seasonality, time of activity and vertical stratification. In the first chapter, results on community structure of bats are presented. Six hundred seventy-nine bats were captured, belonging to three families and 20 species. In the functional classification, species belonging to seven guilds were observed. The diversity did not vary between wet and dry seasons. Bat activity occurred throughout night-hours, with the highest abundance and richness occurring between two and four hours after sunset, and the lowest abundance and richness occurring between the fifth and tenth hour after sunset. The general pattern found in the vertical stratification indicates that the majority of species utilize the full amplitude of forest heights with some species using principally the lower forest levels. The characteristics of the community were similar to other localities with similar topography, and data on the vertical stratification likely reflects the vegetative structure of the Atlantic Rainforest. In the second chapter, data on bat interactions with flowers are presented. Phenology of the species of plants visited by bats was studied. Nectar of these flowers was collected. Visiting behavior of the bats was observed, followed by capture with open mist nets placed in front of the flowers. Eight species of plants visited by bats were studied. These plants presented either an annual or sequential pattern of flowering. Among these species are trees, epiphytes and lianas, occurring between 0,5 m and 34 m. Whitish to greenish-white tubular and pincel flowers made up the majority of these species' flowers, which are visited by glossophagines acting as pollinators. Non-glossophagine bats were considered occasional pollinators to these species. Among the 20 species of bats captured by mist nets, three species were glossophagines, five were frugivorous and one was omnivorous, which may consume floral rewards. These rewards are available and are used by bats throughout the year at differing heights, although there was no correlation among heights of occurrence and registered flights. While the results of this study are similar to other bat studies in the Atlantic Rainforest, they serve to highlight new perspectives on the study of bat communities and floral interactionsMestradoEcologiaMestre em Ecologia[s.n.]Sazima, Marlies, 1944-Silva, Wesley RodriguesAgostini, KaynaUniversidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de BiologiaPrograma de Pós-Graduação em EcologiaUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASScultori, Hedda Carolina Schmidt2010info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdf145 p. : il.https://hdl.handle.net/20.500.12733/1612269SCULTORI, Hedda Carolina Schmidt. Comunidade de morcegos, interações com flores e estratificação vertical em Mata Atlântica do Sul do Brasil. 2010. 145 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Caimpinas, Instituto de Biologia, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1612269. Acesso em: 3 set. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/770419porreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2017-02-18T05:54:03Zoai::770419Biblioteca Digital de Teses e DissertaçõesPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/tese/oai.aspsbubd@unicamp.bropendoar:2017-02-18T05:54:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false
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